quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

ON # 018 - O novo R; Segurança nas pistas; A nossa Anna Paula; Mais um entrave fora do gramado; Vitorioso mesmo sem gol; A logo verde; Cestinha

* Colaboração: Marcelo Alexandre Becker

O novo R
No primeiro jogo do seu reinado como melhor do mundo Fifa, Kaká não brilhou. O Milan, campeão mundial, perdeu para a rival Inter de virada e amarga a 13ª posição do italiano. Ele pouco apresentou e sofre com a marcação interista. Deve se acostumar agora com esta pressão: marcação mais pesada e cobrança proporcionalmente idêntica.

Segurança nas pistas
Nossos autódromos devem ser melhorados. Isso é lógico: falta estrutura, segurança e até conforto, que levaria mais que os aficionados pelo automobilismo. Talvez seja esse dinheiro que compra vagas em equipes de grandes categorias e coloca nelas pilotos inexperientes para guiar carros com muita velocidade e pouca tecnologia. Como resultado de tudo isso podem acontecer, e acontecem, fatalidades nas pistas.

A nossa Anna Paula
Descobrimos uma passo-fundense nos apitos de Minas Gerais. Após 3 jogos, dois masculinos e um feminino, ela revelou que o mais complicado tinha sido o das mulheres. Segundo ela, os homens discriminam no início, mas depois acabam respeitando. No caso delas, o mesmo sexo dispensa qualquer tipo respeito. De personalidade forte, típica dos gaúchos, Anna Paula não deixou que se criassem brincadeiras a respeito da semelhança com a bandeirinha paulista Ana Paula de Oliveira. Nem que lhe sugiram que pose nua.

Mais um entrave fora do gramado
A novela mexicana do Wolmar Salton está muito longe de acabar. O leilão do estádio agora pode ser anulado. Mas de nada adianta voltar a ter patrimônio se permanecem as dívidas e principalmente se não são criados mecanismos para que elas sejam sanadas. Pior, se a comunidade não se mobiliza, de nada adianta. Restam os valores individuais, porque esses necessitam menos custo e menos papo.
(Foto: Paulo Roberto D'Agustini/ON)

Vitorioso mesmo sem gol
Numa profissão onde ser o mais discreto possível significa ter uma atuação perfeita, o árbitro de futsal passo-fundense Tales Ferreira Goulart, pertencente ao quadro da FIFA, consegue ser notado. Mas não pelos erros e sim pelo reconhecimento dos acertos. Uma atuação impecável na final do estadual e tranqüila no amistoso de domingo (23) entre Brasil e Argentina o credenciam para arbitragem do Mundial do ano que vem. São 4 candidatos, ele não confirma, mas deve ser dele a vaga brasileira.
(Foto: Arquivo pessoal TG)

A logo verde
Operadora de planos de saúde, a Medial Saúde assinou com o Corinthians até 31 de dezembro de 2008 e pagará R$ 16,5 milhões para estampar sua marca na camisa do clube no próximo ano. O valor é o maior já pago por uma empresa pelo patrocínio a um clube de futebol no Brasil.
A Medial Saúde, que até então tinha o seu logo com a cor verde, já na apresentação do patrocínio no Parque São Jorge ostentou as cores preto e branco no logotipo, como será na camisa do timão.

Cestinha
Leandrinho fez 31 pontos e foi o cestinha do Phoenix Suns na vitória diante do Toronto Raptors por 122 a 103, pela temporada regular da NBA. O jogador brasileiro foi titular e acertou 12 de 20 arremessos e na linha de três pontos, fez sete das dez tentativas. Ele ainda contribuiu com sete rebotes e duas assistências nos 41 minutos em que esteve em quadra.

A propósito, feliz Natal!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

ON # 017 - Preparar, apontar..; Objeto de desejo; Protótipos made in Passo Fundo; Campione del mondo 1 e 2; Fim da novela; Colorados; Graxa


(Foto: Paulo Roberto D'Agustini/ON)
Preparar, apontar...
Numa terra onde esporte não é prioridade, os atletas portadores de necessidades especiais dão exemplo. O caso mais recente é do paraatleta Edegar de Oliveira. Depois de tentar esgrima e levantamento de peso, agora ele pratica o tiro desportivo. "Ao invés de ficar lamentando o que não posso fazer, faço tudo o que posso, com a maior alegria."

Objeto de desejo
A Liga dos Campeões da Europa é, depois da Copa do Mundo, o torneio mais importante do esporte bretão - principalmente pelo lado econômico. Em breve, nova reportagem sobre esta máquina de dinheiro do futebol.

Protótipos made in Passo Fundo
Com o título gaúcho de Endurance da dupla Lisandro Webber e Marcelo Fernandes, santa-cruzense radicado em Miami, o Scorpius 44 só não comemorou mais porque um safety car entrou na pista e estragou a festa nas 12 Horas de Tarumã. O Tango dos Roso tropeçou nas próprias pernas, ou melhor rodas, mas tem herança nobre com Piquet e Ricci. E os Stédile comemoraram 10 anos de participações, mantendo a fama dos bólidos passo-fundenses.

(Foto: divulgação)
Campione del mondo 1
Boca Juniors e Milan fizeram uma final de mundial digna do poderio dos dois clubes. Contrariando quem achava que a decisão não empolgaria, 6 gols recompensaram o telespectador que acordou cedo no domingo. Com um time mais experiente (alguns acham que até demais), o Milan, que era o favorito, comemorou seu 18º título internacional, superando os 17 do Boca, também se sagrando o primeiro tetra intercontinental.

Campione del mondo 2
Com uma atuação fabulosa, Kaká apenas ratificou a condição de melhor do mundo, prêmio que receberá nesta segunda no Fifa Gala 2007. O brasiliano arrebentou a boca (perdoem o trocadilho), jogando ao lado de Seedorf, fiel escudeiro, e Pipo Inzaghi, artilheiro das decisões milanistas. Deslizou na comemoração - exibiu uma mensagem religiosa, o que é proibido - mas o bom garoto, de italiano fluente e fala impecável, tem crédito.

Fim da novela
Na última sexta-feira, o meia Marquinhos, ex-juvenil do Passo Fundo, se apresentou no Beira Rio como novo reforço da base do Inter, conforme divulgado pela rádio Planalto AM. Com o negócio, o tricolor quer estreitar laços com o colorado da capital, não só no departamento amador, mas também numa possível reabertura do profissional.

Colorados
Nesta segunda-feira, os colorados de todo mundo comemoram um ano da conquista mais importante da história do clube: o título mundial de clubes em 2006. Em Passo Fundo a comemoração será às 20h30 com a exibição do filme "Gigante - Como o Inter conquistou o mundo", na avenida Gal. Netto, ao lado da Catedral (antigo boliche). A entrada é franca e a promoção é da Associação dos Colorados de Passo Fundo e Krep´s Restaurante.

Graxa
Na metade do ano ON reportou sobre as antigas arquibancadas de madeira que ficavam boa parte do ano no estádio Delmar Sittoni. O secretário da Sedec explicou, na época, que elas haviam sido aposentadas ainda no Carnaval, mas informou que seriam construídas estruturas de concreto no local. Porém a obra ainda não saiu devido ao déficit na arrecadação municipal. Agora, além das coisas estarem difíceis, tem gente de sacanagem passando graxa na grade!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

ON # 016 - Pensando em 2008; Esportes ON; Resgate do esporte; Na trilha do nº 1; Passo Fundo na roda; Cachaça do bem


(Foto: Vanderlei Soares)

Pensando em 2008
Cláudio Ricci não conseguiu tempo de classificação por isso participou da última etapa da Stock Car em Interlagos. O dia no autódromo foi marcado pela morte do piloto da Stock Ligth, Rafael Sperafico, em um choque assustador para quem acompanhou as imagens. O piloto passo-fundense participou de apenas quatro provas da Stock, mas comprovou o alto nível da competição. E não ficou devendo. Está confirmado para o ano que vem na mesma equipe, que deve participar da Copa Vicar, pois não obteve pontuação para se manter na Copa Nextel. Além de se manter na GT3 que promete na próxima temporada.

Esportes ON
A partir desta segunda-feira o caderno de esportes de ON vai estar mais gordo. Sabe como é, final de temporada, tem aquele churrasco com os amigos... Que nada! Com oito páginas, valorizamos ainda mais o esporte nosso de cada final de semana. Além disso, exploramos ainda mais a fotografia que, por vezes, vale mais que mil palavras. O esporte local continuará tendo atenção redobrada para os acontecimentos que podem alegrar ou entristecer o torcedor. Mas calma que tem mais novidades, em breve. Desfrutem e aguardem.

Resgate do esporte
As Olimpíadas Municipais Estudantis resgataram um evento que, no passado não muito distante da cidade, movimentava a família passo-fundense. Além de revelar grandes talentos para o esporte, a competição motivava estudantes e criava rivalidades entre os principais colégios e escolas de Passo Fundo. Mais que isso, gerava inclusão e atividade social, além da física, quando reunia atletas e espectadores em torno do esporte. Hoje é cada um em frente a sua TV.

Na trilha do nº 1
Durante a semana fomos surpreendidos com a participação de um estudante da Universidade de Passo Fundo no campeonato brasileiro de tênis universitário, evento que aconteceu paralelamente ao torneio dos campeões da copa Petrobras, em Aracajú, Sergipe. Bruno Wagner, 22 anos, acadêmico de Educação Física, acabou faturando o título na final sábado contra um tenista local.
Na preparação bateu bola com o número 1 do Brasil, o conterrâneo Marcos Daniel, que infelizmente voltou a sentir a pubalgia que o incomoda desde Roland Garros e não foi para a final em Aracajú. Foi por pouco, venceu Coria, numa partida em que os dois tenistas sofriam com lesões, mas ao depender de Bellucci não teve sorte. Bruno pensa em terminar a faculdade nos Estados Unidos e lá aprimorar seu tênis. Com o título projeta participar de futures e quem sabe pontuar no ranking.

Passo Fundo na roda
A 8ª edição do encontro sul brasileiro do Grupo Abadá na cidade voltou a atenção para a capoeira. A arte marcial que é esporte, mas também é arte, trabalha não só o corpo, mas também a essência. Pessoas de todas as idades, gêneros e raças participam juntas de um esporte que conta um pouco da história brasileira.

Cachaça do bem
"Ana Luisa e Paulo! Parabéns pelo relato das emoções vividas no rali de sábado. Foi muito legal acompanhar o resumo de vocês. Estão entre os melhores textos sobre o rali que já li. O rali é uma "cachaça do bem", depois do primeiro gole... Bom eu "bebi" 11 anos atrás e não consegui largar... Espero que vocês continuem participando. Grande Abraço. Daniel Lé. Obs.: fiz a largada de vocês 5,4,3,2,1, vai."
Lé! Apesar da nossa humilde e honrosa colocação (penúltimo lugar), ainda inexplicável até mesmo para vocês organizadores do rali (ou melhor, vocês já detalharam nossas marcações na ficha de passagem e realmente concluímos que foi uma façanha), podem contar com a gente no ano que vem, com certeza. Aliás, a organização do rali está de parabéns. A atenção é, com certeza, a razão do sucesso desses eventos. E te cuida antepenúltimo lugar!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Diário de Bordo



ON no Rali - Perdidos em Passo Fundo

As aventuras da dupla de reportagem de O Nacional que participou pela primeira vez de uma etapa da Copa UPF de Rallye Universitário. Resultado: penúltimo lugar. De novo em 2008: com certeza!

Paulo Roberto D'Agustini/Navegador/A-/ON

Desde a cobertura da 2ª etapa da Copa UPF de Rallye Universitário deste ano pensei numa participação através de ON. Já havia corrido há alguns anos como piloto. Naquela época, fiquei alheio aos cálculos e ao sistema do rali de regularidade. Desta vez resolvi encarar o desafio de "navegar" em águas desconhecidas. Projeto aceito, foi hora de decidir o automóvel: a princípio participaríamos com o ON Móvel 2 (um Uno) da reportagem. Por adesivagens à parte, foi decidido democraticamente que o automóvel utilizado seria o ON Móvel 1 (um Peugeot), o "Azeitona", como é carinhosamente chamado. Mas com o receio de que ele não agüentasse os quase 80 quilômetros e as cerca de 3 horas de duração da prova, e de repente tivesse um "infarto", corremos com o carro da chefia, também um Peugeot, porém mais novo. Primeira responsabilidade. Carro ok, faltava o piloto. Então surgia mais uma responsabilidade: a "piloto" foi a chefe de Redação, Ana Luisa do Nascimento. Calma, não me interpretem mal. Não é por ela ser mulher que receio, mas pela dupla responsabilidade: levar o carro "do" chefe pilotado "pela" chefe a uma boa posição na categoria casais, tamanho espírito competitivo de ambos. Aliás, nosso número foi o 282, homenagem aos 82 anos de O Nacional.
A primeira tarefa nesta nova empreitada foi comparecer ao curso de navegação. Não foi um bicho de setecentas cabeças como imaginava, mas confesso, as calculadoras, relógios, cronômetros e mapas provocam calafrios em jornalistas. Ainda mais com a pressão por um bom resultado em casa, com toda torcida ali ao lado, nomes importantes em campo... Falei que nem boleiro em véspera de partida, mas como tudo tem sua lógica futebolística, com certeza, a nossa intenção foi buscar os três pontos, ou melhor os segundos próximos do tempo ideal. Por ser a última etapa do ano, o quórum não foi tão grande. Deu pra questionar sem passar muita vergonha. Mas as cerca de 2 horas e meia passadas em uma sala de aula (já estava desacostumado) foram de atenção redobrada. Fui pra casa meio confuso. Mas aceitei o conselho da organização do rali: "A gente só aprende na hora."
Chegou o dia. Tive pesadelos durante a noite com os cálculos. Estava dentro do carro, calculando os tempos dos trechos no 1º (que é neutro) e o coelho de colete de Alice no País das Maravilhas ficava me apressando com seu relógio. Nosso horário de largada foi às 12h32. Como tempo de jornalista é curto, deixamos para aferir o odômetro, ajustar a libragem dos pneus e adesivar o carro no sábado pela manhã. Sem a manha, o sufoco para adesivar foi grande, ainda mais em função do tempo. Mas alguns carros nos ganharam em número de bolhas. Na aferição uma pá de gente desesperada como nós, atrasados e loucos com o desacerto entre o que deveria e o que era aferido. Foi. Chegamos com meia hora de antecedência ao Parque da Gare para a largada. Expliquei "mais ou menos" como funciona um rali para a "piloto", acertamos os detalhes e a hora foi chegando, a adrenalina subindo e o calor aumentando.
Cronômetro na mão, livro de bordo entregue um minuto antes, odômetro zerado. "5, 4, 3, 2, 1, vai." E lá fomos nós em direção ao final do 1º trecho, para eu calcular toda a prova. Tive cerca de 25 minutos para isso - 5 foram de deslocamento. Fora o calor, foi tranqüilo botar os neurônios pra funcionar. Era preciso apenas muita atenção. Tempo esgotado, hora de partir. No 2º trecho (1º de média), acabamos passando uma rua, "ixi, acho que não é aqui," acusei. Depois de alguma "discussãozinha", voltamos ao ponto zero e recomeçamos, agora atrasados. Estávamos no Bosque Lucas Araújo e seguíamos em direção ao bairro São Cristóvão. Se bem que depois disso, sinceramente, passamos por tantos lugares que nunca estive, olha que estou em Passo Fundo desde 1993, além de não poder apreciar muito a paisagem: a atenção tinha de ser total no livro de bordo e no cronômetro.
Uns 15 trechos mais tarde e uns 7 minutos atrasados em relação ao tempo calculado, seguíamos já sem nos perder muito, não tendo, pelo menos, que voltar ao ponto zero de cada trecho, às vezes, aproveitando, com sorte, a carona de alguns competidores. Outros que preferiram nos seguir levaram vantagem em alguns casos. Em outros não. Uma parada no meio do rali deu tempo para o reabastecimento das duplas e para a integração entre os adversários, a fim de saber quem estava mais perdido. Nessa hora sempre surge alguma lenda sobre um PC (posto de controle) imaginário, escondido em algum lugar invisível, coordenado por uma dupla de duendes. Naquela parada o tempo zera e a gente voltou para o "rali". Mas no 1º trecho de média pós-stop nos perdemos de novo. De chorar, ou de me esganar como aparentava a "piloto". Brincadeira, quero dizer, acho. Agora analisem: "Dobrar à esquerda 180º". Na minha interpretação, isso seria voltar pelo mesmo caminho. "A regra é clara," imitaram os organizadores. A descrição acima vale para um ângulo de 150º por exemplo. "Não vai medir com um esquadro também," retrucaram. Putz!
No final, a chegada ao kartódromo da Roselândia para todos, incluindo aqueles que participaram do slalon. Não fomos. Não por falta de coragem de ambos, mais por preservação pessoal e do carro do chefe. Muita gente para assistir a perícia, ou a falta dela, na hora de contornar os cones. Gente de todas as idades, no volante e nas arquibancadas. Além da organização do rali dando um apoio moral aos exaustos marinheiros de primeira ... viagem. No tempo final uma diferençazinha de cerca de 14 minutos em relação ao previsto. Na classificação final um humilde e honroso 22º lugar. Entre 23 carros. Três não participaram. E o último, desconfio, foi aquele que nos seguiu a prova inteira. Mas que nada, em 2008 estaremos lá de novo: o antepenúltimo que nos aguarde.

domingo, 2 de dezembro de 2007

ON # 015 - Fonte Nova; Futebol Society; Mano; Rali; Tênis

> Fonte Nova - Fatos como os que circularam pela imprensa internacional a respeito da tragédia no estádio baiano cinquentão revelam como o torcedor é tratado no futebol brasileiro. Depois de mais de 30 feridos e 7 mortos o governador petista Jaques Wagner decide demolir a edificação estadual. Mas quando técnicos avaliaram a Fonte Nova como pior estádio do Brasil, (entre 29 avaliados) deram de costas. Vidas continuam pagando pelo achismo político.

> Futebol Society - Num prélio dias desses, sob verdejante grama sintética e cerca de 12t de grânulos de borracha, um colega de equipe deu um tirambaço direto a gol, no momento da saída de bola. Pode não, de acordo com as regras internacionais desta modalidade futebolística. As quadras estão espalhadas, basta comprovar a tecnologia a serviço dos boleiros de final de semana.

> Mano - O técnico revelado no interior é mais um da escola gaúcha que deve brilhar fora do estado. Assim como Felipão e Tite mais recentemente, o Grêmio tem dado sorte com esse tipo de treinador. Por isso Mancini é uma boa escolha. Como jogador, foi campeão da Libertadores/95 com o próprio tricolor, conhece o clube. Como técnico, venceu a Copa do Brasil com o modesto Paulista de Jundiaí. Mano esteve cotado para Flamengo. Joel respondeu com toda sua cultura. Agora pode parar no Santos ou Cruzeiro, ou ainda Ásia ou Oriente Médio.

> Rali - Participei este final de semana. Já havia corrido como piloto. Experimentei a sensação do navegador. A sensação de frustração por ter errado cálculos, de lamento por ter errado roteiro, enfim, aquilo que todo navegador sente e todo piloto acusa. Não fomos bem, eu e a editora chefe, Ana Luisa do Nascimento, mas valeu a experiência. Vamos ver como será o dia hoje...

> Tênis - O esporte tem seu público cativo em Passo Fundo, e na região, como pôde comprovar a Copa deste final de semana. A exposição na mídia dos sucessos de Marcos Daniel podem estimular os atuais e impulsionar os novos praticantes. Copas como esta podem ser o primeiro passo para torneio Future na cidade.

domingo, 25 de novembro de 2007

ON # 014 - Tênis; Passo Fundo; Seleção; Maico; Brasil 2014; Ferreira; Kart

> Tênis - O passo-fundense Marcos Daniel não conseguiu manter a mesma balada e acabou derrotado na final do challenger de Lima, no Peru, pelo uruguaio Pablo Cuevas, 117º do ranking, por 0/6 6/4 6/3. Daniel, atual 123º do mundo e 1º do Brasil, deve se garantir entre os 115 melhores nesta segunda-feira. No início de outubro ele estava fora dos 200 do mundo.

> Passo Fundo - O clube anunciou, semana passada, que deve reativar o Departamento de Futebol Profissional com a montagem de uma equipe para a disputa da Segundona Gaúcha em 2008. Para isso está sendo organizado um festival de chope com o objetivo de arrecadar recursos. Torcemos por futebol em Passo Fundo independente de rivalidades pessoais. A cidade merece.

> Seleção - Nosso eterno capitão do tetra, Dunga, foi salvo pelo destino. Quisera ele que o bom centroavante de clubes como o Heerenven Afonso Alves se lesionasse. E desse lugar ao encrenqueiro Luís Fabiano que está em uma fase mais light, ou seja, fazendo gols. Dois pra cima de Loco Abreu e cia. Mas a seleção continua com um futebol enfadonho, a Argentina, rival de verdade, abre as pernas e aí fica tudo bem. Dunga é reencarnação de Felipão, só faz as escolhas erradas.

> Maico - O filho do Seu Camoca é mais um desses bons jogadores que Passo Fundo produz e que tem que buscar seu espaço longe daqui. Maico se profissionalizou no Flamengo, mas chegou a passar seis meses sem receber no União de Mogi, em São Paulo. Fez sucesso bem perto, no 15, fazendo dupla com Dauri. No início Mano Menezes implicou com ele. Agora busca uma vitrine maior que a China no futebol mundial. Dia 1º casa, numa festa recheada de amigos boleiros.

> Brasil 2014 - Nosso leitor Felipe Abal escreve de Porto Alegre para lembrar de outros nomes além de Pato e Kun Agüero. "Como possíveis craques para Copa do Mundo de 2014 podemos citar os jovens Giovanni dos Santos e Bojan Krkic Pérez, grandes promessas do Barcelona. Apesar de nenhum deles jogar por uma grande seleção, México e Fúria são medianos, podem despontar."

> Ferreira - Não é o bom colombiano do Atlético Paranaense. O habilidoso meia que disputou o Quadrangular dos Veteranos pelo Internacional em outubro, no Vermelhão da Serra, foi contratado pelo Inter de Santa Maria para o Gauchão 2008. Aos 36 anos, o jogador marcou passagem no Passo Fundo em 2005 ao lado de Felipe. Ferreira também passou pelo Toluca do México.

> Kart - O nosso abraço ao campeão gaúcho de kart, categoria cadete, Victor Hugo Matzembacher, que comemorou aniversário neste domingo adivinhem onde? Não, não foi no kartódromo, mas em campo de futebol com grama sintética. Piloto também é boleio!

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

ON # 013 - Leitor Paulista; Corinthianos

> Leitor Paulista - Na semana passada recebemos um e-mail do leitor Zilmar Gabriel. Transcrevo, bem como a resposta do colunista. "Prezado Paulo Roberto. Sou passo-fundense, mas moro nesta terra de malucos que é São Paulo há 37 anos. Leio todo dia O Nacional pela internet para acompanhar as notícias e confesso que uma das grandes ausências que percebo é na área de esportes. Faltam mais notícias! Está certo que tanto Gaúcho como o Passo Fundo não estão atravessando um período muito bom. O que está acontecendo no esporte da minha cidade, que não consegue nem um time ficar na primeira divisão e cidades muito menores tem bons times. Será que é só o dinheiro ou falta envolvimento das pessoas? E no futsal, cadê os times de Passo Fundo? Vôlei, Basquete, Bocha, Tênis, Automobilismo? Nada, infelizmente não temos ninguém. Um abraço. P.S.: sou conhecido do Meirelles, diga-lhe que sou irmão da Zaide e primo da Tiza."

"Caro Zilmar Gabriel. É um orgulho termos leitores espalhados pelos mais distantes rincões. Quanto à cobertura esportiva, realmente `tiramos leite de pedra`, se bem que nem no leite mais podemos confiar. O Gaúcho recentemente teve o estádio Wolmar Salton leiloado e não fosse um decreto municipal quase tudo viria abaixo. O Passo Fundo fechou o departamento de futebol e tenta se reerguer mas carece de recursos. Acredito que falta desenvolvimento para Passo Fundo, o que impulsionaria o esporte. Cidades menores acabam obtendo sucesso por possuírem grandes parceiros e planejamento. No futsal existe a `promessa` de um time profissional para o ano que vem. O vôlei e o basquete continuam restritos aos clubes. Na bocha, Passo Fundo sediou o Mundial de seleções masculinas em outubro que teve ampla cobertura de ON. No tênis esta semana passamos a ter o número 1 do ranking nacional: Marcos Daniel, nº 143 do mundo. O automobilismo teve o campeonato gaúcho de kart sediado em Passo Fundo com prova única. Seis pilotos daqui foram campeões. Tivemos um evento histórico com as velhas carreteras, que voltaram à avenida Brasil com seus antigos pilotos a bordo. Além da participação do passo-fundense Cláudio Ricci em duas categorias nacionais: GT3 e Stock Car. Infelizmente o esporte não é uma das prioridades na nossa cidade, tanto para a administração, quanto para o Legislativo bem como para a população. Mas os atletas daqui continuam lutando, e nós do jornalismo esportivo torcendo pela volta do tempo que conheço através de fotos e histórias. Agradeço mais uma vez o contato. Repassaremos a mensagem ao Meirelles. Um abraço."

> Corinthianos - "Chegou a hora de os corinthianos mostrarem sua força. Para quem não sabe, existem dezenas em Passo Fundo, só na comunidade do Orkut somos dez! Vamos unir nossas forças em prol do Timão. Estou organizando um Encontro dos Corinthianos de Passo Fundo, para o jogo contra o Vasco (28). A idéia também é reunir o maior número de torcedores para viagem a Porto Alegre, no dia 2 de dezembro, contra o Grêmio. Mais informações pelos telefones 3313 6647 e 9169 9008, com Marcelo."

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Top "55"



Mas o polêmico fascista declarado e bom homem Paolo Di Canio não é jogador de futebol a toa. Acredito que as encrencas valem a contratação. Trocadilhos com a suástica a parte, confira ao som de Blur, Song 2, o top 5 de Di Canio.

Di Canio, um bom homem



Mas o mesmo jogador que saudava sua torcida com um gesto fascista, gravou seu nome ao lado do significado da expressão Fair Play da FIFA. Quando ainda jogava pelo West Ham da Inglaterra, em 2001, em partida contra o Everton, após um companheiro dividir a bola com o goleiro adversário, outro pegou o rebote e cruzou para área, mas Paolo Di Canio surpreendentemente agarrrou-a com a mão. O gol estava aberto e poderia ser um gol para o West Ham. Mas Di Canio ao pegar a bola sinalizou que o goleiro adversário havia se machucado na dividada. Ainda recebeu um afago do zagueiro do Everton e os cumprimentos do trio de arbitragem, além do aplauso de toda torcida. Um gesto nobre e cordial tipicamente inglês. Di Canio recebeu inclusive o prêmio de Fair Play da Fifa naquele ano pelo gesto. Assista ao vídeo.

Na Inglaterra existe um conceito conhecido como Espírito Corintiano (Corinthian Spirit) que diz respeito à maneira como um jogo é encarado. Segundo ele, o importante não é simplesmente vencer, mas sim a maneira como se joga, a postura e o comportamento do atleta.

Tudo começou com o Corinthians Football Club, time lendário de Londres, fundado em 1882, que lutou contra o profissionalismo do esporte e se recusou a integrar a Football League. Preferia disputar apenas amistosos, apesar de ter um timaço na época.

Por conseqüência, o Corintianismo inglês associa-se também a tudo que envolve o fair play, o romantismo no esporte. Esse Espírito Corintiano continua presente nos gramados ingleses. Leicester City e Nottingham Forest fizeram o reinício de um jogo da Copa da Liga Inglesa que havia sido paralisado.

No intervalo do jogo original, o zagueiro do Leicester Clive Clarke sofreu uma parada cardíaca e teve que ser levado ao hospital. Os times decidiram então suspender a partida, temendo pela morte do atleta, o que não ocorreu.

Como Nottingham vencia por 1 a 0, o Leicester decidiu dar um gol logo início da nova partida ao rival, para fazer justiça ao placar anterior. O goleiro Smith correu com a bola, passou pelos adversários parados, cumprimentou seu colega no gol rival e fez o gol. Apesar da vantagem no placar, o Nottingham acabou derrotado por 3 a 2.

O lance lembrou muito um jogo de 2005 entre o Ajax e o Cambuur Leeuwarden. Ao tentar devolver uma bola ao goleiro rival de muito longe, Jan Vertonghen acabou marcando um golaço por cobertura. Logo em seguida ele pediu desculpas e disse que foi sem querer. Na saída de bola, os jogadores do Ajax ficaram todos parados para o adversário fazer o gol.

Sempre na Inglaterra. Em 1999, Ray Parlour, do Arsenal, tentou devolver uma bola a um jogador do Sheffield United. Mas o atacante Kanu não quis saber. Interceptou o passe e tocou para Overmars, que mandou para as redes diante de rivais que ficaram parados. O Arsenal venceu por 2 a 1 graças àquele gol, mas o técnico Arsene Wenger resolveu oferecer aos rivais a possibilidade de jogar a partida novamente. Apesar de não ter havido nenhuma irregularidade que justificasse realizar o jogo de novo, a Fifa autorizou os times a jogarem em nome do Fair Play. E o Arsenal venceu de novo.

Mais um caso famoso inglês. Jogando pelo Liverpool contra o Arsenal, em 1997, Robbie Fowler se envolveu em uma jogada com o goleiro David Seaman e caiu dentro da área. O juiz deu pênalti, mas Fowler disse ao árbitro que não havia sido atingido e que não queria a penalidade. Não teve jeito. O juiz manteve a marcação. Na cobrança, Fowler bateu e Seaman pegou. Mas o atacante jurou após o jogo que não perdeu de propósito. Ok.

Agora, uma situação hipotética. Final de Campeonato Paulista entre Corinthians e Palmeiras. Por algum motivo relacionado a Fair Play, os corintianos decidem conceder um gol aos palmeirenses. Na saída de bola no meio-campo, Edmundo carrega a bola sozinho. Todos os jogadores do Corinthians parados. Goleiro parado. Ele chuta e faz o gol.

Praticamente impossível. Inimaginável. Muito provavelmente, o corintianismo brasileiro (leia-se paixão do torcedor) não permitiria uma atitude dessas. Fair Play, aqui, tem limite.

Um bom exemplo do limite do Fair Play brasileiro é a Copa de 1998. Na decisão contra a França, Rivaldo tocou a bola para fora para que um adversário fosse atendido. Tomou uma bronca de Edmundo: "Isso é aqui é final de Copa do Mundo!".

O Corinthian Football Club é o time que inspirou o Sport Club Corinthians Paulista a adotar esse nome. Eles viajam ao redor do mundo difundindo o futebol. Em 1939, eles se juntaram ao Casuals e formaram o Corinthian-Casuals Football Club.

Sugestão e vídeo do amigo Felipe Abal
Colaboração de Eduardo da Costa, editor da Folha

Marcado por sua ideologia




O braço direito estendido para o horizonte, apontando para onde está a torcida ensandecida. A palma da mão aberta, os dedos unidos. O rosto carrancudo marcado pela expressão de fúria. A descrição é do jogador italiano Paolo Di Canio, que foi suspenso por um jogo e pagou uma multa de US$ 11.977 pela saudação fascista feita em 12 de dezembro de 2005 no estádio Olímpico de Roma, ao ser substituído em um jogo contra o Livorno.

Não era a primeira vez que o braço tatuado do atacante se erguia em saudação aos fãs da extrema direita da Lazio. Pouco depois da suspensão, Di Canio disse que já não fará mais o gesto, mas assegurou que recorrerá da sanção e defenderá seu direito à livre expressão. "Vou evitar certas situações, mas continuarei minha batalha, sem dúvidas e ainda mais decidido", comentou o jogador. Numa entrevista anterior disse que sua saudação era "fascista" e não "racista".

Naturalmente, a linha que divide o fascismo do racismo é muito tênue e difícil de caminhar por ela sem pisar nos dois lados. O fascismo foi o termo utilizado para descrever o movimento italiano nacionalista de extrema direita (fascio, expressão idiomática italiana para combate) fundado por Benito Mussolini, ditador italiano. Ele foi o principal aliado europeu de Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial. Hitler foi autor de uma das campanhas de limpeza étnica mais atrozes da história.

domingo, 11 de novembro de 2007

ON # 012 - Passo Fundo; Motocross; Vila Nova 1; VIla Nova 2; Rali; Futsal; Brasil 2014

> Passo Fundo - A nossa esperança de futebol profissional na cidade começou, na semana passada, uma árdua batalha para se reerguer. Os juvenis que fizeram boa campanha no estadual se reapresentaram e alguns serão aproveitados. Marquinhos, promessa de bom jogador, não apareceu e permanece uma incógnita no Vermelhão.

> Motocross - O esporte é mais um daqueles bastante difundido, mas pouco divulgado. Guilherme Zottis, de apenas 19 anos foi Campeão Gaúcho por antecipação, da Copa Norte e pode garantir mais 3 títulos. Mas talentos como ele ainda carecem de estrutura [velho problema] em Passo Fundo.

> Vila Nova 1 - O clube realiza o nobre trabalho de "peneira" no futebol de Passo Fundo. Acolhe "diamantes brutos" e passa as primeiras lições. Ao participarem de gauchões e se destacarem, alguns desses "diamantes" vão para Grêmio e Inter para ser efetivamente lapidados. Mesmo a duras penas, professor Beto e equipe merecem o primeiro mérito.

> Vila Nova 2 - No sábado, os meninos da sub 12 enfrentaram o São José de Porto Alegre, no estádio Delmar Sittoni, pela primeira partida das quartas-de-final do Gaúchão da categoria, e perderam por 3 a 0. O jogo de volta é o no próximo sábado (24) no Passo D'Areia.

> Rali - Os passo-fundenses Cristiano de Salles Mendes (piloto) e Janaína Tasca Mendes (navegadora) foram os campeões neste domingo em Cascavel da 5ª Copa Iguaçú de Jeep Raid, categoria turismo. O campeonato disputado em 7 etapas é o mais importante do oeste paranaense. O casal atualmente mora em Palotina.

> Futsal - O árbitro passo-fundense do quadro da FIFA Tales Ferreira Goulart foi convocado para apitar o Campeonato Sulamericano de Clubes que acontece de 12 a 18 de novembro em Jaraguá do Sul, Santa Catarina. Participam da competição Malwee, equipe da casa, e ACBF, de Carlos Barbosa, do Brasil, além dos campeões e vices de Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai.

> Brasil 2014 - Quem será o craque da Copa no Brasil? Alexandre "Pato", do Milan, ou "Kun" Agüero, do Atlético de Madri? "Eu como bom colorado, aposto todas as minhas fichas no Pato," opinou Diego Romani, o Moranga. Mande sua aposta [pode ser outro jogador] pelo e-mail.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

ON # 011 - Tênis; Brasil 2014; China; Seleções; Passo Fundo

> Tênis - As fraudes agora atingem também o mundo das bolinhas. Sim, as apostas estão na maioria dos esportes. Fillipo Volandri, batido por Guga este ano, mais tarde, venceu simplesmente Roger Federer. Não que não fosse possível há "alguns" anos atrás. Após Marcos Daniel negar valores para aliviar uma partida, recebeu mensagens no celular: "Poderia ter ganho um bom dinheiro." Questão de princípios.

> Brasil 2014 - Uma Copa do Mundo realmente vai despender grandes quantias, sejam públicas ou privadas. Mas trará benefícios indiretos como melhorias estruturais e urbanas. Além dos diretos como empregos e renda. Na lógica, para grandes investimentos há certas doses de risco, mas para quem quer grandes avanços é necessários corrê-los. Brasil 2014 será fantástico [especialmente para os jornalistas esportivos].

> China - O ex-jogador é atualmente treinador. Passou por clubes do Oriente Médio e de menor expressão no Brasil. Mora em Tramandaí, onde foi candidato a vereador com projetos voltados, naturalmente, ao esporte, e comanda o time de Masters do Grêmio com a mesma camisa 5, a mesma liderança e a mesma raça características do gaúcho de Passo Fundo.

> Seleções - Não amigos, não é sobre a Reader's Digest. É a discussão sobre a seleção dos melhores do Brasil, que segue acirrada entre minha meia dúzia de leitores. Inicialmente o debate começou porque Pelé, que segundo Romário "calado é um poeta", havia dito que Dunga poderia servir-se apenas de atletas que atuam cá, se quisesse. Mas dois amigos surpreenderam. Não os repreendo. Titulares: Viáfara (CAP/COL); Bustos (GRE/COL), Sorondo (INT/URU), Orozco (INT/COL), Hidalgo (GRE/PER); Maldonado (SAN/CHI), Guiñazu (INT/ARG), Conca (VAS/ARG), Valdívia (PAL/CHI); Acosta (NAU/URU), Marcelo Moreno (CRU/BOL). E com reservas: Saja (GRE/ARG); Dudar (VAS/ARG), Colacce (FLA/ARG), Gavilán (GRE/PAR), Ferreira (CAP/COL), Petkovic (SAN/SER), Biancuchi (FLA/ARG). "Minha seleção com jogadores que atuam no país. Esse time ganha Brasileirão com o pé nas costas. Bernardo Branco." Outro leitor foi mais acintoso. "Por favor, essa seleção do Martin [Gustavo Borcioni, leitor que escalou sua seleção na semana passada] está ridícula. Seleção boa é a dos estrangeiros do Brasileirão. Diego Romani [mais conhecido como Moranga]".

> Passo Fundo - Nesta segunda-feira tem reapresentação no Vermelhão da Serra. Segundo o vice de futebol Ivanir Rodighero, os garotos com idade juvenil permanecerão na categoria e aqueles que ultrapassaram serão avaliados para compôr o grupo profissional que pretende disputar a 2ª divisão do Gauchão em 2008.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

ON # 010 - Jiu-Jitsu; Wolmar Salton; Futebol; Churchill; Veteranos; Seleções; Sul-Americano sub 15; São Paulo

> Jiu-Jitsu - "Paulo, inicialmente gostaria de agradecer a ótima matéria que realizou sobre o nosso esporte, que demonstrou que vocês realmente buscam informar a população bem como quebrar paradigmas e preconceitos." O e-mail é do instrutor Rafael Borba, que, muito solícito, aproveitou para convidar o pessoal da Redação para participar de um treino. Ficaram de retornar...

> Wolmar Salton - A novela que tem como enredo a área que compreende o estádio dos periquitos está longe dos últimos capítulos. Os recém-saídos do forno são: recurso do INSS, que, segundo procurador, pode anular o leilão, e pedido de penhora da quase centenária marca Sport Club Gaúcho.

> Futebol - A pesquisa da CNT/Sensus revelou o óbvio: mais da metade dos brasileiros gostam de futebol. Dessa metade, mais da metade é urubu ou timão. Alguns têm comunidade no Orkut: Corinthians - Passo Fundo, com oito membros. Já o veterano da latinha Rafi Dadia desafia: "Não tem quem não goste do Mengo!".

> Churchill - O nosso herói se tornou conhecido por um dos maiores feitos esportivos nos últimos 50 anos de Passo Fundo. Campeão da rústica do centenário, então com tímidos 16 anos, e do sesquicentenário, já com 66 experientes anos.

> Veteranos - Estive na sexta-feira (26) no galeto, temperado pelo Damian, com massa, preparada pelo ex-goleiro Pitágoras, da associação que homenageou o ex-jogador, campeão mundial pelo Grêmio, China. O atual treinador reclamou, de maneira humorada, que estava esquecido: "Uma época Passo Fundo e Espumoso brigavam pelo China. Eu sempre disse que sou passo-fundense de coração e hoje só lembram do Felipão". Além da homenagem, China recebeu a carteirinha de sócio honorário da Associação dos Gremistas, que esteve em peso para saudar o herói tricolor. Lamentável foi o baixo número de presentes ao evento, fato verificado anteriormente no Quadrangular dos Veteranos.

> Seleções - Assim como o Santa, também tenho minha meia dúzia de leitores (quiçá um dia tenha 18). Gustavo Borcioni mandou o escrete que convocaria caso fosse o "Dunga" da vez: R. Ceni (SPO); P. Baier (GOI), Breno (SPO), A. Silva (SPO), Kléber (SAN); E. Costa (GRE), T. Neves (FLU), Z. Roberto (BOT), Pedrinho (SAN); Dodô (BOT) e Dagoberto (SPO). Coitado do Eduardo Costa, ô Borcioni! Na próxima publico outra.

> Sul-Americano sub 15 - O Brasil perdeu os pontos da vitória de sábado (27) sobre o Peru por 1 a 0 no estádio Passo D'areia, em Porto Alegre (um belo gol de Coutinho, do Vasco). Tudo por que o treinador Jorge Silveira fez quatro substituições durante a partida, uma a mais do que o permitido. O resultado do jogo foi alterado para 3 a 0 para a seleção peruana. Que coisa, hein!

> São Paulo - Será campeão brasileiro na quarta-feira (31), no Morumbi, ensacando o pobre América Potiguar, cinco rodadas antes do fim. Ninguém duvida.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

ON # 009 - Mundial de Bocha; Seleção; F1

> Mundial de Bocha (1) - Mesmo quem conhecia pouco do esporte, esta semana pode até vibrar. Inicialmente pelo jogo, que à primeira vista parece calmo. Ledo engano. A tensão foi a tônica. Depois pela seleção brasileira, que é motivo de orgulho nacional. E por fim pelos jogadores e técnico que foram brilhantes, levando o Brasil ao inédito vice.

> Mundial de Bocha (2) - A Itália comemorou seu 9º título em 9 edições do torneio. O domínio da bocha no mundo ainda é dos seus inventores. Mas em Passo Fundo i ragazzi passaram trabalho. Dois confrontos, contra a Suíça na semi e Brasil na final, decididos no detalhe. A soberania italiana parece estar no fim. Que pena, não foi desta vez.

> Mundial de Bocha (3) - Os jogadores italianos comemoraram muito após a vitória. Deram banho de champagne nos fotógrafos e cantaram ao ritmo de Seven Nation Army, do White Stripes: "Campione del mondo!"

> Mundial de Bocha (4) - "A bocha é um dos esportes mais praticados, porém é pouco difundido." A frase é de Davi Oliveira, advogado porto-alegrense, que há cerca de 3 anos deixou as canchas para divulgar o esporte através da Revista Bocha, publicação mensal com assinaturas em todo Brasil.

> Mundial de Bocha (5) - Parabéns a todos que trabalharam pela realização e organização de um Mundial em Passo Fundo. Apesar da mídia estadual ter dado de costas, foi show de bola, ou melhor, de bocha.

> Seleção (1) - A equipe de Dunga fez o que se esperava dela. Foi pra cima e enfiou 5 no Equador, para 85 mil no Maraca, apesar da mãozinha de Vitieri, ou melhor, da falta delas.

> Seleção (2) - Ninguém comentou que após passar várias vezes o pé em cima da bola e ir à linha de fundo, o habilidoso Robinho olhou para área e tentou o cruzamento com o pé invertido. Não conseguiu, mas teve rapidez ao driblar o marcador. Merece mérito.

> Seleção (3) - Outra que ninguém comentou, foi a festa após a vitória com direito a estrutura de festa eletrônica, que durou até aproximadamente 11h da manhã do dia seguinte, quase hora de pegar o vôo de volta à Europa e ao batente.

> F1 - Kimi, the Iceman, foi o campeão de uma temporada quente, seja pela disputa na pista, nos boxes , ou ainda nos tribunais. O azarão finlandês literalmente correu por fora em Interlagos e faturou o título preparado para o excepcional, porém inexperiente, Lewis.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

ON # 008 - Rali; Halterofilismo; Wolmar Salton; Mundial de Bocha; Sem graça; Tênis; Eliminatórias; Brasil

> Rali - A dupla de Passo Fundo Marcus Vinicius Matzenbacker/Daniel Benvegnú Lé, com VW Gol nº 222 sagrou-se campeã do Campeonato Brasileiro de Rali de Regularidade 4x2, disputado nos dias 12 e 13 de outubro em Itajaí (SC).

> Halterofilismo - Celso Leandro foi campeão brasileiro paraolímpico no último final de semana em São Paulo. A vitória foi 3 em 1. Título, recorde brasileiro com 110 kg levantados e revanche contra o algoz da seletiva do Parapan.

< Wolmar Salton - Nesta terça-feira, em audiência no MP, segue a novela: o que faz parte do estádio de futebol? Mesmo assim, não menosprezando a causa dos proprietários, uma parte da infância de muitos periquitos já foi abaixo.

> Mundial de Bocha - Vinte e uma equipes prometem movimentar o esporte esta semana em Passo Fundo. Os brasis 1 e 2 lutarão pelo título contra os favoritos Itália, Suíça e Alemanha. Prestigie, a entrada no Play Center é gratuita.

< Sem graça - Na última sexta-feira a trupe de "humoristas" Casseta & Planeta encerrou a entrevista coletiva de Dunga na Granja Comary. Os jornalistas ficaram irados com a atitude dos comediantes que a todo instante faziam perguntas empulhativas envolvendo o próximo adversário da seleção, o Equador. Dunga, como todo gaúcho que leva o trabalho a sério, levantou-se e foi embora. Fiz questão de comentar aqui, porque essas notícias passam em branco na telinha.

> Tênis - O passo-fundense Marcos Daniel foi campeão na chave de duplas do Challenger de Quito ao lado do argentino Brian Dabul. A vitória foi de virada 2 sets a 1 sobre Ricardo Mello (BRA) e Hugo Armando (EUA).

> Eliminatórias - Começou a fase preliminar da Copa de Mundo de 2010. O Uruguai de Loco Abreu ensacolou a Bolívia, e a Venezuela, com um golaço literalmente do meio da rua, bateu o Equador em Quito. Pra quem estava acostumado com o país de Chávez ser saco de pancadas, olho neles. A Argentina mais uma vez sobrou na exuberância. Riquelme, arrebentando mesmo sem clube, foi o destaque pra quem ainda tem de lambuja Messi e Tevez.

> Brasil - A seleção de Dunga optou por defender mais que atacar e conseqüentemente sofreu mais que comemorou frente aos colombianos. O 0 a 0 foi bom resultado na tarde inspirada de Julio César e nas perdas de Rentería e Falcao.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

ON # 007 - Veteranos; Seleção; Olimpíadas

> Veteranos - Neste final de semana teve futebol em Passo Fundo. Teve sim e da mais alta qualidade. Pena que os passo-fundenses não quiseram ver e o publico ficou aquém do espetáculo. Diferente do que disseram, a imprensa esportiva da cidade apoiou e esteve lá, ansiosa por poder ver as histórias que até então só ouvíamos. Charanga, jogo pegado, chuva forte, invasão de cachorro, belos gols e muita emoção no reencontro de ídolos do passado fizeram parte do cenário de época montado no Vermelhão. Entre Tarcisos, Balalos, Mecas e Irineus estavam também os saudosistas e os entusiastas. Os agradecimentos especiais para os amigos Damian, Pitágoras, Agenor e Luis Carlos. Parabéns pelo trabalho da Associação e que os velhos prélios novamente se repitam muito em breve.

> Seleção - Esta semana, o rei Pelé, que segundo um amigo é aquele que apenas jogava (o que fala é o Édson) e conforme Romário: "calado é um poeta", falou a respeito da seleção convocada por Dunga para os jogos das Eliminatórias para Copa de 2010 contra Colômbia (13) e Equador (17). Disse que se a seleção quisesse poderia se servir apenas de jogadores que atuam por aqui.

Motivado pela declaração (não que apóie) e levando em consideração o momento atual, montei um lista de 11 jogadores "nacionais" (o esquema é o que vem sendo aplicado, 4-4-2): Felipe (Corinthians), apesar da má fase do time, ele se salva e é destaque; Leonardo Moura (Flamengo), pela escassez de alas pela direita ele até que não vai mal; Miranda (São Paulo), muitos falam do tal de Pirulito, mas para mim isso não é nome de zagueiro, voto no seu companheiro; William (Grêmio), constantes mudanças de companheiro não abalaram seu futebol nem a zaga tricolor; Kleber (Santos), suas boas atuações já o levaram para a meia cancha, o que é bastante comum no Brasil; Eduardo Costa (Grêmio), repatriado, mostra mais tranqüilidade em relação ao início da carreira; Hernanes (São Paulo), a aposta de Muricy é um jogador quase completo; Wagner (Cruzeiro); voltou em meio ao torneio e ajeitou a raposa; Thiago Neves (Fluminense), de contratação desacreditada a unanimidade do campeonato; Leandro Amaral (Vasco), ele foi grande promessa, caiu e voltou em grande estilo no time do baixinho; Kléber Pereira (Santos), sempre deixa o dele, basta para ser centroavante.

A seleção do estagiário do Esporte de ON e estudante de jornalismo Marcelo Alexandre Becker é Felipe (Corinthians); Wagner Diniz (Vasco), Alex Silva (São Paulo), Miranda (São Paulo) e Kleber (Santos); Richarlysson (São Paulo), Hernanes (São Paulo), Diego Souza (Grêmio) e Thiago Neves (Fluminense); Dodô (Botafogo) e Leandro Amaral (Vasco). Mande também a sua seleção apenas com jogadores nacionais para a gente através do nosso e-mail.

> Olimpíadas - Seguem as Olimpíadas Municipais Estudantis promovidas pela Secretaria de Desporto e Cultura (SEDEC). Neste final de semana foram definidas as equipes classificadas para a fase final do futsal masculino e feminino. A 2ª fase começa nesta segunda (8) no Maggi De Césaro.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

ON # 006 - Nicolas Ceolin; Passo Fundo; Marcos Daniel; Dúvidas; Confusão

> Nicolas Ceolin - É mais um talento passo-fundense que precisou buscar guarida fora das imediações da capital do Planalto Médio, que não consegue manter vivo o futebol. Nicolas atualmente é atacante do FC Darida, da bela, mas distante capital da Bielo-Rússia, Minsk.

> Passo Fundo - Os juvenis encantaram com belas apresentações fora e no Vermelhão da Serra. Fizeram excelente campanha mediante os adversários que foram se apresentando e com a estrutura e formação que tiveram. Eles são o sustentáculo da formação de uma sonhada equipe profissional.

> Marcos Daniel - O tenista passo-fundense, conhecido batalhador, não teve ano de muita sorte dentro das quadras. Após um começo promissor, com o qual ele projetou uma participação no ranking semelhante à de 2006, quando foi 80º e encrespou a vida de Federer em um confronto, a lesão em Roland Garros (foi o único brasileiro que passou das eliminatórias) trouxe uma maré de falta de sorte. Pan, extravio de raquetes, bolada, Davis foram alguns dos insucessos.

> Dúvidas - O Ju manteve a cordialidade ante o tricolor, cada vez mais regular, que, com a derrota do Cruzeiro em casa, se aproximou da segunda colocação (3 pontos, veja tabela na página 2). Pena que aliado a isso, a vitória de virada do São Paulo no Beira-Rio aproximou ainda mais o tricolor paulista do cada vez menos virtual título nacional (12 pontos de diferença). Resta ao final de tudo saber: quem bate o São Paulo? Mano fica? Nilmar joga?

< Confusão - Uma confusão protagonizada por dirigentes de Inter e São Paulo marcou o encerramento do jogo entre as duas equipes. Os sopapos e empurrões começaram depois que o diretor de futebol do São Paulo, Marco Aurélio Cunha, deu "tchauzinho" para a torcida colorada ao término da partida. A atitude do dirigente revoltou os colorados, que foram tomar satisfações. Cunha é famoso armador de confusões em virtude de suas típicas manifestações prepotentes.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

ON # 005 - Celso Leandro; Passo Fundo; Abel Braga; Marcos Daniel; Farroupilha

> Celso Leandro - O paraatleta passo-fundense do halterofilismo é exemplo de talento e dedicação. Diante dos percalços do esporte amador brasileiro (imagine no caso dele, do paradesporto) ele treina, vence e busca apoiadores. Não só para ele, mas também para incentivar as demais pessoas portadoras de necessidades especiais a praticar um esporte, como na aquisição da barra olímpica.

> Passo Fundo - Os juvenis estão em situação complicada na terceira fase do estadual. Mas há de se comemorar o trabalho feito pela comissão técnica. Um time formado no início do ano, ou seja, não veio jogando junto em categorias menores, por garotos em alguns casos que não jogavam em clubes ou escolas, que têm uma estrutura física menor que a maioria dos adversários, merece crédito. Conforme o treinador Juarez Villela, "o primeiro passo foi dado, os meninos têm talento, não podemos jogar fora a grande semente que temos aqui".

> Abel Braga - o padrinho do Internacional está bastante diferente em relação àquele treinador famoso pelos vices. Agora ele passa pela fase, talvez mais difícil, de manutenção e confirmação após um ano de grandes vitórias. Daquele Abelão de mais de um maço por jogo restou apenas o aumentativo, o assumido coloradismo. "Estou mais light", afirmou em entrevista exclusiva a ON.

< Marcos Daniel - Definitivamente não é o ano do tenista passo-fundense. Depois da insatisfatória participação no Pan e do extravio das raquetes na Europa, ele, que foi convocado às pressas para a seleção na Davis, em um treino leva uma bolada no olho e, mesmo recuperado e sendo um dos mais experientes da equipe, não é escalado para os confrontos contra a Áustria. Que coisa, hein!

> Farroupilha - Abro espaço nesta coluna esportiva para comentar sobre o 20 de setembro. No sábado, durante a transmissão esportiva da Rádio Guaíba, Haroldo de Souza comentava que Arnaldo Jabor, articulista carioca, havia se arrepiado com o civismo gaúcho. Que não via isso em lugar algum do Brasil. Na véspera do dia de comemoração da revolução, em um bar da cidade, presenciei todos que estavam lá cantarem em pé o hino rio-grandense, interpretado pelos músicos que se apresentavam. Jabor acrescentou que a mudança deveria mesmo começar por estas bandas. Em outras ocasiões vimos nossos gaudérios tomarem as rédeas e fazerem as reformas necessárias. A hora é bastante oportuna.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Monty Python - International Philosophy

Inclusive no campo filosófico tudo tem sua lógica futebolística...
Sugestão do juiz de direito e amigo Maurício Ramires

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Tudo tem uma lógica futebolística!

Esse é um texto que escrevi para o convite da minha formatura, que era na verdade uma revista, coisa desses formandos em comunicação social que querem ficar inventando moda em convite de formatura.

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Essa história deu início na peneira do vestibular, que na verdade não excluiu muita gente. Havia pouco mais candidatos para o número de vagas no elenco do Radialismo Futebol Clube, para a temporada 2002-2005. Na apresentação, realizada no Centro de Treinamento da Faculdade de Artes e Comunicação, muitas caras novas para aquele campeonato que se iniciava. Na equipe muitos estrangeiros vindos de Marau, Carazinho, Soledade, Não-Me-Toque e até da capital. Alguns atletas mais experientes e também jovens apostas bastante promissoras.

O plano tático de estudos já começava a ser passado pelo (s) professor (es). Nos primeiros jogos alguns tropeços, natural para um time em fase de adaptação. Os mais velhos foram fundamentais nesse processo, com sua experiência passada aos mais jovens. A pressão por resultados era um desafio. O custo era alto. A jornada era longa e o calendário apertado. Aos poucos o entrosamento do grupo começou a aparecer. Na concentração das aulas, justamente a descontração começava a amenizar a saudade de casa e da boa vida de folga a noite. Mal sabíamos que a pressão ao longo e, principalmente, ao final da competição iria aumentar, intensamente.

Era sabido que nem todo plantel chegaria ao final da jornada. Alguns saíram transferidos para outras equipes, outros abandonaram o clube simplesmente. E teve aqueles que deixaram saudade para torcida e os companheiros. Ao mesmo tempo, é claro, houve vários problemas de relacionamento no elenco. Um cobrava o outro, num time de vários capitães. Os atletas se dividiam em grupos na disputa dos trabalhos da semana. Com tudo isso quem mais ganhou foi o Radio F.C. Todo o calor da disputa cada vez mais unia a equipe em busca do canudo.

Contrariando um pouco a lógica de que em time que está ganhando não se mexe, tivemos uma grande mudança na reta final do segundo turno do campeonato. Uma fusão com o Jornalismo Futebol Clube. Foi um processo complicado. Atletas ameaçaram pedir recisão. O Radialismo F.C. deixava de existir. Mas apesar dos pesares, me parece que isso tudo foi bastante proveitoso, pois adquirimos maiores conhecimentos sobre formatações táticas de jogo como o 4-4-jornal impresso e o 3-5-assessoria de imprensa, além de passamos um ano a mais com esse grupo maravilhoso de jogadores. Essa mexida num time que estava em alta, não alterou a série de vitórias que ainda estava por vir.

Mas, como todos sabem, a regra é clara e o jogo só termina quando acaba. Na grande final o assustador Esporte Clube Monografia. Para isso um reforço de peso. O professor Máximo. Ele retorna e ajuda a equipe a levantar o quadro de formatura. Agora é correr pro abraço. Lembrar os companheiros e os homenageados, e comemorar com essa torcida maravilhosa esse título conquistado com muito suor e amor a camisa. Pra depois começar tudo de novo, uma nova temporada, um novo clube, um novo desafio.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

ON # 004 - Skate; Gaúcho; Gre-Nal; Nilmar; Kart

< Skate - Há tempo atletas de esportes pouco convencionais, ou que tem uma imagem estereotipada perante parte da sociedade, pedem que sejam tratados como tal: atletas. Esportistas tanto quanto jogadores de futebol, vôlei, alguns até mais regrados e técnicos. Skatistas e capoeristas merecem respeito.

< Gaúcho - Estive essa semana nas, hoje, antigas dependências do Sport Club Gaúcho. A cena desoladora do dirigente impotente retrata o futebol do interior do estado. No chão empoeirado da antiga presidência, troféus, medalhas, documentos jogados e quadros quebrados. Retratos de uma época em que o Wolmar Salton era palco das maiores emoções passo-fundenses. De uma época em que o sonho futebol era plausível, não utópico.

< Gre-Nal - O clássico que colocou o Grêmio mais perto e o Inter mais longe da Libertadores não foi totalmente satisfatório até mesmo para o lado dos vencedores. O Grêmio estreou Jonas e Luciano "Marreta" e poderia ter ampliado o marcador em diversas oportunidades. Fez o dever e se recolheu. Do lado colorado, Abel inventou e repetiu os velhos erros. O treino fechado não mostrou nada espetacular. Ficou a festa dos mais de 35 mil que foram ao Olímpico, apesar do clima tenso de véspera de clássico. Bom que de violência nada houve.

> Nilmar - Fora o mau resultado do Gre-Nal, os colorados podem comemorar a excelente jogada do departamento de futebol. "O Inter tem direito a receber do Lyon da França 2 milhões de euros por 20% da venda de Nilmar, então com 20 anos. Na época o clube francês pagou 6 milhões de euros por 55% do passe do jogador. O clube colorado, em parceria com o empresário de Erechim, Delcir Sonda, investiu 3 milhões de euros por 70% dos direitos federativos de Nilmar, agora com 23 anos", analisou o leitor colorado Bernardo Branco. Grande negócio.

> Kart - O Campeonato Estadual no final de semana foi um show a parte. Mais uma vez mostrou a paixão antiga da cidade pela velocidade. Três títulos estaduais e três terceiros lugares. Mais de 20 pilotos de Passo Fundo competindo mesmo com altos custos de manutenção, preparação e competição. Durante a semana conversamos com quatro pilotos. Dassoler, extremamente rápido, correu debilitado e ficou em terceiro. Batistella, "inigualável nas pistas", é mecânico e piloto, faz tudo sozinho. Bruninho, um fenômeno, venceu as três, mas não levou; não desanima garoto. Victor Hugo, não viu Senna correr, mas guiou como o ídolo, com arrojo e categoria. É o renascimento do kart passo-fundense.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

ON # 003 - Capoeira; Vôlei; Terceira Idade; Felipe

> Capoeira - o esporte cresce a cada dia fora do Brasil. A "moda" aqui já foi mais forte. Porém, o que os verdadeiros capoeiristas menos querem é ter esse rótulo: moda, físico, comercial, turismo, violência. Segundo eles a capoeira se expande no exterior porque lá se desenvolve a cultura, que é a essência desse esporte genuinamente brasileiro.

> Vôlei - a seleção brasileira de vôlei é campeã do sul-americano. Até o fechamento desta coluna o jogo ainda não aconteceu. Poderia ser preciosismo da minha parte, mas é lugar comum afirmar com antecipação o fato. O Brasil não perdeu nenhum um set, bateu a Venezuela (o adversário mais perigoso) e teve na final a Argentina, que não é mais aquela de Milinkovic e Webber. A vaga olímpica já esta assegurada para os irmãos Gustavo e Murilo Endres, este último aliás, surge como sucessor de Giba.

> Terceira Idade - um "barato" a 3ª edição do Campeonato Municipal de Jogos Adaptados. Para quem não sabe, são esportes como câmbio (espécie de vôlei com menor velocidade), bocha, bolão, entre outros. A Terceira Idade movimenta cerca de 3 mil pessoas em Passo Fundo. Mais de 350 participaram do evento que cresce a cada ano. É contagiante a animação dos sexa, septua e até octagenários, praticando esportes, se relacionando e principalmente mantendo a mente ativa. Os vencedores são todos.

> Felipe - o rápido e impetuoso atacante que foi goleador do campeonato gaúcho, hoje é ídolo no futebol nordestino. Abraçou as cores do Náutico (exceto pelo verde, as mesmas do Passo Fundo) e vive uma boa vida em Recife. Franzino, simples e humilde aos 18, hoje aos 29 anos, Felipe não abandonou suas principais qualidades, mas admite ter mais experiência e traquejo com as coisas da vida. Apesar da distância, quer ao final da carreira, voltar à pequena Ernestina e quem sabe jogar pela última vez com a camisa do clube, que apesar das desavenças, o lançou para o futebol.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

ON # 002 - Jogadores; Morte; Basquete; Copa; Carreteras

< Jogadores gaúchos - Os diamantes estão saindo cada vez mais cedo dos gramados gaúchos. O motivo é que precisam ser lapidados antes, ou seja, necessitam se adaptar mais rápido. O que nos dão em troca são jogadores que já passaram dos 30 e estão em baixa rotação, querem se fixar em uma cidade. É a nova tendência do futebol mundial. Teremos em breve novíssimos estádios com jogadores, nem tanto. O contrário de hoje.

< Morte - O caso da morte do jogador espanhol Antonio Puerta, que sofreu dois infartos em campo, reabre a discussão sobre a responsabilidade dos clubes sobre a saúde de seus jogadores. O São Caetano foi punido pela morte do zagueiro Serginho. O médicos alegam que o defeito na válvula do coração do jogador espanhol era quase imperceptível, apesar dos desmaios de Puerta em treinamentos. Será que essa preocupação esfria com o tempo novamente?

< Basquete - Pelo menos através do Pré-Olímpico, o Brasil mais uma vez não consegue vaga para os Jogos Olímpicos. Os jogadores tem problemas com o técnico, tem problemas com a Confederação Brasileira de Basquete e tem problemas entre eles. Em alguns parece haver mais estrelismo do que vontade de jogar basquete. Tal como Dunga, a nova onde de trazer ícones para o comando poderia ser a alternativa. Oscar é transparente e vitorioso. Teria moral para mandar calar.

> Copa - A provável e possível Copa do Mundo de 2014 no Brasil abre espaço para um novo Gre-Nal do século. Desta vez do 21. Os clubes da Capital apresentam superprojetos de remodelação de seus estádios. Quem ganham é o clube, que poderá explorar melhor seu complexo, e o torcedor, que não terá mais estádios ultrapassados e desfrutará de mais conforto e beleza. Porto Alegre será sede e, pelo que vemos, o Beira-Rio, em razão do tempo, vai faturar o Gre-Nal.

> Carreteras - Dar uma volta a bordo da carretera de Catharino Andreatta foi o plus de um sábado mágico que emocionou a todos. Os que já viveram aquele clima e os novos que criavam na memória as fantásticas histórias daquelas baratas e seus audaciosos pilotos. Todos os sentidos foram aguçados: o cheiro da gasolina, a fumaça dos escapamentos, o ronco forte dos cavalos de potência e os pegas sensacionais. Tudo foi um espetáculo. Parabéns!

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

ON # 001 - Medina; Marcos Daniel; Carreteras; Ricardo Machado; Mano Menezes

Olá! Este blog a partir de hoje também terá uma edição impressa, vejam só que maravilha! Todas segundas no caderno de esportes de ON vamos comentar toda e qualquer manifestação esportiva que é ou foi destaque local, estadual, nacional e mundial, por que não? Bem como o que acontece nas entrelinhas, nos bastidores. O e-mail para opiniões, sugestões e críticas é o esportes@onacional.com.br. Lembrando que você pode conferir a coluna no www.onacional.com.br também. E as postagens e comentários aqui continuam pessoal. Abraço!

> Medina - No sábado passado (18), o empresário João Paulo Medina esteve no Vermelhão para conferir o futebol dos juvenis. Saiu impressionado. Na semana seguinte mandou a diretoria colocar preço no jovem Marquinhos, craque do time. Mas o jovem deve ficar no clube até o fim do estadual. Bola tem.

< Marcos Daniel - Não deu para Marcos Daniel e a raquete de André Ghem. Nosso tenista foi eliminado durante a semana, em Monerbio. "Cadê as raquetes Alitalia?", é a pergunta que não lhe sai da cabeça.

> Carreteras - A semana começa com contagem regressiva para o sábado (1º), quando as camadas de terra da Av. Brasil vão voltar a ouvir o ensurdecedor ronco das carreteras. "É voltar ao passado. A uma era romântica. Onde vivem os devaneios de quem já pilotou uma delas ou simplesmente as viu passar em velocidade descomunal a sua frente. Vibrávamos com nossos heróis da velocidade e depois era a conversa do resto das semanas", descreve Marco Antônio Damian.

> Ricardo Machado - Ciclista Ricardo Machado é exemplo de atleta, daqueles que merece o apoio que recebe. Ele mantém três projetos sociais e planeja mais um: da conscientização sobre o uso obrigatório do capacete para ciclistas.

< Mano Menezes - Em entrevista a ON, Mano Menezes garantiu que não se sente perseguido pela arbitragem. Acontece que vemos mais erros a favor de clubes do centro do país, principalmente agora no returno. Nesse sábado, incrivelmente, dois erros favoreceram os gaúchos, sendo um deles paulista e o outro carioca. Árbitros precisariam de reciclagem. Nesse domingo, um deles inclusive pediu que uma câmera fosse tirada do gol. É o futebol...

domingo, 12 de agosto de 2007

Jornal lista 50 homens mais temidos do futebol


Olá!

O comentário a respeito deste post é que como estão há algumas milhas de distância, os jornalistas ingleses não puderam testemunhar o que é um jogador temido. O que é um atacante urinar no próprio calção ao se deparar com Daison Pontes. O que é um zagueiro argentino, uruguaio ou até paraguaio (dizem que são os que menos batem) fraturar a tíbia dos jogadores adversários. Dos grandes mestres da intimidação futebolística como Dinho e Sandro Goiano que com sua face desencorajam a entrada em campo do alvejado atacante firuleiro. Aliás, dizem que foi o Sandro Goiano que inventou o carrinho com os dois pés. Mentira. Quem inventou foi o Dinho, Sandro Goiano apenas aperfeiçoou a técnica. Aliás Sandro é conhecido pela técnica refinada com que tira o escalpo dos adversários sem cometer falta.

Mas até que não é uma má lista. Apesar de basco, Goikoetxea fez um bom serviço, apesar de ter sido num si, si, como no, gran jugador de fútbol. Tem o Passarela e o Ratín também que são uns grandes caceteiros argentinos. Mas também tem uns bons jogadores (técnicamente falando) como Puskas, Vieira e Ibrahimovic. Até acho que pelos jornalistas serem ingleses, acabou faltando o Gaza (Paul Gascoine, encrenqueiro de plantão) e o Cantoná (que tem um potente coice).

Esta foi uma colaboração do amigo Augusto Ramires.

Abraço!
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O jornal britânico The Times divulgou nesta semana uma lista feita por seus jornalistas com os 50 homens mais temidos do futebol de todos os tempos.

E coube ao espanhol Andoni Goikoetxea a honra de figurar no topo dela. Seu feito mais marcante no futebol foi o de ter rompido os ligamentos do tornozelo de Maradona, em 24 de setembro de 1983, quando o craque argentino jogava pelo Barcelona.

Os jogadores italianos Tardelli, Bergomi e Gentile, integrantes da seleção italiana campeã da Copa do Mundo de 1982 estão entre os dez mais.

Até mesmo um árbitro, o italiano Pierluigi Collina, aparece na lista. Ele é o 50º colocado na lista e, segundo a publicação, merece estar presente por causa de seus esbugalhados olhares que metem medo em qualquer jogador.

O Brasil, segundo a reportagem praticante do jogo bonito, não teve representante algum.

1. Andoni Goikoetxea (Athletic Bilbao)
2. Stuart Pearce (Nottingham Forest e Inglaterra)
3. Basile Boli (Marseille, Glasgow Rangers e França)
4. Willie Woodburn (Glasgow Rangers e Escócia)
5. Johnny Giles (Leeds United e Irlanda)
6. Leonel Sanchez (Chile)
7. Tommy Smith (Liverpool)
8. Claudio Gentile (Itália)
9. Giuseppe Bergomi (Itália)
10. Marco Tardelli (Itália)
11. Roy Keane (Manchester United e Irlanda)
12. Giuseppe Lorenzo (Bologna)
13. Paul Reaney (Leeds United)
14. Jose Batista (Uruguai)
15. Dave Mackay (Tottenham Hotspur e Escócia)
16. Billy Bremner (Leeds United e Escócia)
17. Antonio Rattin (Argentina)
18. Norman Hunter (Leeds United e Inglaterra)
19. Luis Medina (Estudiantes de La Plata)
20. Graeme Souness (Liverpool, Glasgow Rangers e Escócia)
21. Terry Butcher (Ipswich, Glasgow Rangers e Inglaterra)
22. Bryan Robson (Manchester United e Inglaterra)
23. Terry Hurlock (Millwall)
24. Benjamin Massing (Camarões)
25. Ron Harris (Chelsea)
26. Peter Storey (Arsenal e Inglaterra)
27. Ferenc Puskas (Real Madrid, Hungria e Espanha)
28. Jack Charlton (Leeds United e Inglaterra)
29. Bert Trautmann (Manchester City)
30. Romeo Benetti (Italy)
31. Kenny Burns (Nottingham Forest e Escócia)
32. Jose Emilio Santamaria (Real Madrid, Uruguai e Espanha)
33. Patrick Vieira (Arsenal, Inter e França)
34. Joe Jordan (Leeds United, Manchester United, Milan e Escócia)
35. Frank Barson (Aston Villa, Manchester United e Watford)
36. Daniel Passarella (Argentina)
37. Nobby Stiles (Manchester United e Inglaterra)
38. Duncan Ferguson (Dundee United, Glasgow, Everton, Newcastle e Escócia)
39. Paolo Monteiro (Juventus e Uruguai)
40. Billy Whitehurst (Sheffield United, Hull City e Newcastle United)
41. Bobo Balde (Celtic)
42. Duncan Edwards (Manchester United e Inglaterra)
43. Fernando Hierro (Real Madrid e Espanha)
44. Zlatan Ibrahimovic (Ajax, Juventus, Internazionale e Suécia)
45. Marco Materazzi (Everton, Internazionale e Itália)
46. Roy McDonough (Birmingham City)
47. Miguel Angel Nadal (Barcelona e Espanha)
48. Joe Louis (Liverpool)
49. Chic Charnley (Partick Thistle)
50. Pierluigi Collina (Árbitro)

domingo, 29 de julho de 2007

Quadro de medalhas


Olha, recebi como se quem tivesse escrito fosse o Juca Kfouri. Sei lá, não gosto de duvidar dos outros mas não sei se ele teria essa lucidez.

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Impressiona como o país cada vez mais se acostuma a fingir e a viver, e a morrer, das próprias mentiras

PEGUE-SE QUALQUER exemplo, mas fiquemos com os mais recentes.

No esporte, para começar.

O milésimo de Romário é um bom caso.

O Pan-2007, outro.

Ora, todos sabemos que o Baixinho, fabuloso, maior jogador que uma grande área já viu, criou um objetivo para ele mesmo e todos entraram na festa. Viva!

Mentira inofensiva. Mas mentira. Mentirinha, digamos.

Com o Pan é mais grave, pelo uso do dinheiro público sem a menor cerimônia, um dinheiro que os passageiros que cruzam o país pelos ares agradeceriam se o vissem mais bem gasto.

E aí a falsidade é grave, porque mata.

Em torno do Pan, a omissão é medalha de diamantes.

Thiago Pereira, que é um nadador digno de todo respeito e não tem a menor culpa do que se omite, é tratado como quem superou Mark Spitz.

E, friamente, é verdade.

Mas meia verdade, muitas vezes pior que a mentira pura, por mais difícil de ser desmascarada.

Ora, Spitz, ao ganhar cinco ouros no Pan de Winnipeg, em 1967, simplesmente bateu três recordes mundiais, como bateu outros sete ao ganhar mais sete medalhas de ouro em Munique, nos Jogos Olímpicos de 1972.

Compará-lo a Pereira não honra nenhum dos dois.

Fiquemos por aqui, para falar do que é mais chocante, porque sempre com a cumplicidade da mídia.

A tragédia da TAM, que obscureceu o Pan, é rica em ensinamentos.

Começou não é de hoje, com o escândalo do Sivam, no governo anterior, e continuou impávida e colossal de lá para cá.

Uma frase debochada e ultrajante da ministra do Turismo, um gesto raivoso e moralmente pornográfico do assessor presidencial, um pronunciamento vazio e perplexo do presidente que nunca havia visto uma sucessão de acontecimentos tão caóticos nos aeroportos nacionais e pronto!

Tudo continua como antes, a não ser, é claro, para quem morreu e para quem ficou por aqui, na saudade.

Ora, nem Romário é um artilheiro comparável a Pelé nem Pereira é o novo Spitz nem este governo é mais ou menos culpado que o anterior.

Somos todos responsáveis, ou quase todos, que continuamos a voar como voamos, a votar como votamos, a festejar como festejamos e a reclamar mais dos que são rigorosos do que daqueles que são complacentes.

Dar ao Pan-2007 sua verdadeira dimensão é, para muitos, sintoma ou de bairrismo ou de mau humor.

E a crise aérea vira exploração política.

Mas o que se vê na TV no Pan, e o que se viu e ainda se verá na TV sobre o avião da TAM, é de dar vergonha de como se faz jornalismo/sensacionalismo no Brasil.

O ufanismo sem limites e a demagogia sentimentalóide não nos levarão a lugar algum, a não ser neste em que estamos, do caos, da falta de perspectiva e da acomodação cúmplice e criminosa.

Os resultados superdimensionados do Pan-2007 inevitavelmente se transformarão em frustração quando Pequim chegar, no ano que vem.

Ou alguém acredita mesmo que o Brasil superou o Canadá, que é mais saudável e pratica mais esporte que o país norte-americano?

Brasileiro com muito orgulho?

Quadro de medalhas: 200 mortos.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Dez grandes zagueiros (que vi jogar)

Transcrevo aqui o texto do jornalista Humberto Peron, enviado pelo amigo Diego Romani, vulgo Moranga, a quem agradeço carinhosamente. Teço alguns breves comentários e faço apenas uma ressalva, nem todos vi jogar e isso é apenas uma lástima na minha futebolística memória, mas creio nos escolhidos (alguns) por Peron. No final corrijo apenas uma falha histórica que ocorreu pelo atraso de idade do jornalista. Demérito nenhhum para um amante do futebol que aprecia o bom zagueiro, o desarme lindo, a marcação eficaz e que merece todo elogio.

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Segue...
"Com a qualidade dos nossos armadores e dos nossos atacantes, quase sempre esquecemos dos zagueiros. Aliás, lembramos sempre deles quando o nosso time perde, pois invariavelmente só levamos um gol quando os defensores falham.

Para homenagear esses injustiçados, trago uma lista dos dez melhores zagueiros que eu vi jogar no futebol brasileiro. Logicamente, por uma questão de idade, não posso narrar como foi ter visto das arquibancadas grandes beques como Domingos da Guia - para muitos o melhor da posição na história do futebol brasileiro -, Mauro Ramos de Oliveira, Bellini, Ramos Delgado e outros tantos zagueiros que marcaram história seja em seus clubes ou com a camisa do Brasil.

Sem perder tempo, vamos para os meus defensores preferidos.

Luís Pereira - Seguramente o melhor zagueiro que eu vi jogar. Perfeito nas antecipações e, principalmente, nos carrinhos que tiravam a bola dos atacantes sem fazer falta. Se para alguns zagueiros o carrinho é uma arma para acertar os atacantes, para Luís Pereira era a garantia de um desarme perfeito. Num tempo em que os zagueiros dificilmente passavam da linha central, as arrancadas de Luís Pereira ao ataque causavam furor e delas surgiram muitos gols do defensor. Além do Palmeiras, foi ídolo do Atlético de Madrid e jogou profissionalmente, com eficiência, até aos 45 anos.

Figueroa - "A grande área é a minha casa e nela só entra quem eu quero", costumava afirmar o grande zagueiro chileno que é um dos maiores ídolos da história do Internacional. Com sua elegância e classe, cumpria o que dizia. Os mais hábeis atacantes sofriam para passar pelo zagueiro. Apesar de sua eficiência defensiva, será sempre lembrado pelos colorados por ter marcado um gol: o tento do primeiro título nacional do time foi dele, de cabeça, na vitória dos gaúchos por 1 a 0 sobre o Cruzeiro.

Marinho Perez - Outro zagueiro de muita técnica desta lista. Fez dupla de zaga com Luís Pereira na seleção que disputou a Copa do Mundo de 1974. Líder nato, invariavelmente era capitão dos times que jogava. Após o Mundial da Alemanha foi jogar no Barcelona, comandado pelo técnico holandês Rinus Mitchels. Com o treinador aprendeu a fazer com perfeição a linha de impedimento. Por problemas pessoais - foi convocado para servir a marinha espanhola - voltou para o Brasil, onde fez uma dupla quase imbatível com Figueroa no Internacional que se sagrou bicampeão brasileiro em 1976.

Oscar - O zagueiro que se pode considerar um autêntico xerife. Jogava duro e não inventava - se o lance estava difícil não tinha problemas em chutar a bola para fora. Revelado pela Ponte Preta, teve uma pequena passagem pelo Cosmos (EUA) e foi grande ídolo da torcida do São Paulo na década de 1980. Foi titular da seleção em duas Copas: 1978 e 1982. Ainda esteve no Mundial de 1986, mas ficou na reserva.

Dario Pereira - Dizem que uma boa dupla de zagueiros tem que ser formada por um que joga duro e outro bom tecnicamente. Depois de começar a carreira como armador, o uruguaio, graças à sua técnica refinada, fez uma dupla inesquecível com Oscar, no início da década de 1980. Além do excelente senso de colocação, que o permitia ser bom nas bolas aéreas mesmo sem ter uma grande estatura, era muito bom para sair jogando e começar as jogadas ofensivas do time.

Luizinho - Um dos zagueiros mais técnicos da história do nosso futebol. Talvez um dos jogadores que mais tinha facilidade de tirar a bola dos atacantes, pois tinha o tempo exato para dar o bote no adversário. Era rápido, tipo de jogador que dificilmente encontramos atualmente. Infelizmente - e injustamente - ficou marcado após a derrota do Brasil por 3 a 2, para a Itália no Mundial de 1982.

Mauro Galvão - Diz uma história que durante um treino do Internacional o craque Falcão gritou para um jovem zagueiro: "Dá de bico!". Como resposta ouviu: "Bico? O que isso?". A resposta mostra como Mauro Galvão era um zagueiro técnico. Perfeito nas coberturas e antecipações, o zagueiro parecia conhecer sempre o caminho mais curto para chegar na bola antes que os atacantes. A má campanha do Brasil na Copa do Mundo de 1990, quando ele era o líbero do time do técnico Sebastião Lazaroni, fez com que seu nome não fosse mais lembrado para jogar na seleção, mesmo vivendo momentos brilhantes na década de 1990.

Aldair - Até pela sua personalidade introvertida, quase sempre esquecemos do nome de Aldair, outro zagueiro extremamente técnico da lista. Começou no Flamengo e teve uma passagem marcante pela Roma. Fez uma Copa do Mundo brilhante em 1994, quando o Brasil ganhou o quarto título mundial. Além de ser uma parede na zaga, começou várias jogadas de ataque com seus lançamentos. (Mas infelizmente não podemos deixar de lembrar da pataquada em que se meteu com Dida nas Olimpíadas de Atlanta em 96 contra a Nigéria do poderoso atacante Nwanko Kanu.)

Ricardo Rocha - Já como lateral-direito, o futebol de Ricardo Rocha chamava atenção. Deslocado para a zaga, se transformou em referência como zagueiro no final da década de 1980. Muito bom nos desarmes, também subia ao ataque com eficiência - como fazia nos seus tempos de lateral. Era um líder nos times que atuava. Contundido, não jogou na Copa do Mundo de 1994 - só esteve na estréia contra a Rússia -, mas foi fundamental para que o elenco fosse um dos mais coesos e unidos na história da seleção brasileira.

Gamarra - Outro zagueiro estrangeiro que marcou presença no Brasil. Foi ídolo no Internacional e quase chegou à perfeição no Corinthians, onde nunca contou com um grande companheiro de zaga. Dono de colocação perfeita, jogava por ele e por seu companheiro. Outro zagueiro que tinha um tempo de bola muito apurado, teve sua carreira marcada pelo fato de dificilmente precisar fazer uma falta para conter um ataque adversário."

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Corrijindo não, acrescendo a lista incluo um zagueiro que infelizmente não vi jogar, mas dizem os sábios futeboleses que foi um dos grandes estancieiros da defesa de seu time e de seu tempo: Airton Ferreira da Silva, o eterno "Pavilhão".

Para muitos, um dos maiores jogadores que já vestiu a camisa do Grêmio. Para outros, o maior zagueiro da história do futebol brasileiro. Ficou famoso por um lance que somente ele era capaz de fazer: levava a bola em direção à linha lateral do campo chegando junto à bandeirinha de escanteio puxando com ele os atacantes. De repente, virava o corpo e, colocando uma perna por trás da outra, de letra, recuava a bola para as mãos do goleiro.

Para um jogador comum, uma verdadeira insanidade. Para Airton Ferreira da Silva, o "Pavilhão”, era "apenas uma jogada comum", como dizia o zagueiro. Airton surgiu para o futebol defendendo as cores do Força e Luz, de Porto Alegre. Na época, um clube de ponta dentro do futebol do Estado. Na metade do ano de 1954, foi cedido ao Grêmio por 50 mil cruzeiros mais o antigo pavilhão social do Estádio da Baixada. Obsoleto para a modernidade de um Estádio Olímpico prestes a ser inaugurado oficialmente, mas grandioso para o acanhado Estádio da Timbaúva, localizado na atual rua Dr. Alcides Cruz, 125. Ali ainda se encontra o saudoso pavilhão. Com a camisa tricolor, Airton foi uma unanimidade.

Um atleta exemplar dentro e fora de campo que lhe rendeu uma série de títulos, convocações para a Seleção Brasileira e diversas homenagens que acontecem até hoje.

No dia 04 de agosto de 2004, Airton Ferreira da Silva foi homenageado pelo Grêmio que decidiu celebrar os cinqüenta anos da primeira vez em que o zagueiro vestiu a camisa do Clube. Foi no dia 1º de agosto de 1954 em uma partida válida pelo Campeonato da Cidade que o Grêmio acabou empatando com o Cruzeiro de Porto Alegre no Estádio da Montanha.



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Atendendo a pedidos, acrescento 3 da nossa velha cidade:

Os irmãos Pontes

Os temíveis irmãos Pontes, Daison, João e Bibiano, fizeram história no futebol gaúcho, nas décadas de 60 e 70. Todos os três zagueiros nasceram na cidade gaúcha de General Câmara, mas assim como Vitor Mateus Teixeira, ficaram conhecidos por serem destas bandas.

Bibiano foi o mais destacado por ter jogado no Inter de Porto Alegre ao lado de Tovar, Claudiomiro, Jorge Andrade, Sadi, Braulio, Dorinho, Lambari, entre outros. Já Daison Pontes, “o mais macho beque de todos os tempos” aterrorizou todo o Rio Grande. Foi o primeiro jogador de futebol a bater em um árbitro, foi expulso de campo mais de 20 vezes e, no Flamengo, onde permaneceu por apenas três meses, recebeu a ordem de deixar o treino do saudoso Flávio Costa após um lance violento contra Airton Beleza. “Joguei o Beleza na grade". João Pontes se tornou conhecido por fazer dupla com Daison no temido Gaúcho dos anos 60.

Daison Pontes - O mais velho, tinha muita técnica, excelente no jogo aéreo, mas se destacou pela virilidade, catimba e violência. Fazia de sua área a extensão de seu lar. Só entrava quem era convidado. Suas polêmicas entrevistas e a cara de mau, também faziam parte do repertório. Jogou no Grêmio Santo-angelense, Cruzeiro de Porto Alegre, Flamengo e América do Rio de Janeiro, Pelotas, Gaúcho, por nove temporadas, 14 de Julho de Passo Fundo e no pequeno Guarani de Espumoso, onde encerrou a conturbada carreira. Segundo a Revista Placar, Daison Pontes é o jogador mais indisciplinado do futebol brasileiro, com 18 expulsões, uma delas por agredir o árbitro José Luiz Barreto (pai do outro atual que merece as vezes umas bolachas).

João Pontes - O irmão do meio, não tinha a técnica de Daison, era mais lento, mas não menos viril. Formou com o irmão a mais temível dupla de zagueiros do interior do estado. Por outro lado tinha chute forte e certeiro. Jogou no Grêmio e Cruzeiro de Porto Alegre, Brasil de Pelotas, Veterano e Atlético de Carazinho e Gaúcho. Encerrou a carreira no Pratense de Nova Prata.

Bibiano Pontes - Jogou muitas temporadas no Internacional de Porto Alegre, desde 1965 a 1975. Foi campeão estadual entre 1969 e 1975, e brasileiro, em 1975. Tinha boa técnica, velocidade e uma recuperação espantosa. Jogou ainda no Londrina e Caxias.



Aqui, você curte uma entrevista de Daison Pontes concedida a Milton Neves na Rádio Bandeirantes. As vezes ela se torna um pouco chata pela proximidade jornalística de Milton Neves e de Fausto Silva, mas vale a pena ouvir.

http://p.mm.uol.com.br/miltonneves/site/audios/bandeirantes/
domingo_esportivo/entrevistas/Dayson_pontes/audio.wma
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Um grande abraço a todos e aguardo comentários a respeito.

terça-feira, 3 de julho de 2007

The Perfect Penalty Kick

Acham que Djalminha e Marcelinho Carioca são marrentos para cobrar pênalti?

Em 1982, o holandês Johan Cruyjff então jogador do Ajax, tinha um pênalti a seu favor. Ao invés de chutar direto, ele passou para o seu companheiro Jesper Olsen, que entrava em velocidade na área e tocou de primeira novamente para Cruijff, que só empurrou para rede, diante de um goleiro perplexo. O jogo foi contra o Helmond pelo Campeonato Holandês.

O lance, insólito, é válido de acordo com as regras do futebol, já que a marcação de um pênalti nada mais é que um tiro livre direto - o que significa que a bola pode ser tocada para qualquer jogador.

Recentemente na partida entre Brondby e Vejle, pelo Campeonato Dinamarquês, Ericsson, do Brondby, repetiu o feito e rolou para o lado para que o meia Duncan marcasse o gol.

O problema é quando não funciona! Que o diga Robert Pires, do Arsenal, que em 2005, tocou a bola para o Henry, mas este não chegou a tempo e a defesa cortou a jogada.

Sugestão do amigo Bernardo Branco.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Árbitro de Passo Fundo vai para o Pan do Rio

Natural de Esmeralda, mas passo-fundense por adoção, Tales Ferreira Goulart foi selecionado para apitar as partidas de futsal dos Jogos Pan Americanos 2007, que vão acontecer na cidade do Rio de Janeiro. As partidas vão ser realizadas no Complexo Esportivo Riocentro entre os dias 23, início dos jogos classificatórios, e 28 de julho, data da decisão da medalha de ouro. Foram selecionados ao todo nove árbitros, sendo quatros do Brasil: dois aqui do Estado mais um de Santa Catarina e um de São Paulo. Ainda vão trabalhar no Pan um argentino, um paraguaio, um uruguaio, um cubano e um norte-americano.

Os Jogos Pan-Americanos vão ser o evento de maior importância na carreira de Tales. "Eu fiquei muito feliz em ser selecionado para o Pan, pois é um evento muito importante no mundo do esporte". A Fifa (Federação Internacional das Associações de Futebol) utilizou critérios técnicos para realizar a seleção dos árbitros que vão atuar no Pan. Existe um ranking de árbitros, cuja pontuação é feita de acordo com as atuações em competições oficiais. Boas atuações no Pan do Rio podem levar Tales a realizar seu maior objetivo: a indicação para a Copa do Mundo de Futsal de 2008, que vai ser realizada no Brasil. Estão classificadas para o torneio de futsal dos Jogos Pan Americanos deste ano, além do Brasil que é o país sede, as seleções da Argentina, Costa Rica, Cuba, Equador, Estados Unidos, Guatemala e Paraguai. A fórmula de disputa prevê a formação de dois grupos com quatro seleções em cada, que jogam entre si dentro da mesma chave. Classificam-se os dois melhores de cada grupo, que fazem as semifinais (em cruzamento olímpico) para definirem os finalistas.

Um pouco de estória

O hoje árbitro de futsal credenciado pela Federação Internacional de Futebol, quando mais jovem, nas peladas com os amigos, sonhava em ser o centroavante, o goleador da equipe. Quisera o destino que Tales Ferreira Goulart e sua pouca habilidade o levassem para a goleira, ou mais frequentemente para o apito. Ex-goleiro dos juniores do Glória de Vacaria, ele morava em Passo Fundo e cursava Faculdade de Educação Física. Começou apitando competições internas de futsal da Faculdade. Gostou de sua participação e continuou apitando até ser convidado para ingressar na equipe de árbitros dirigida pelo Professor Claudionor Ramos, o Chorão. Então se tornou profissional apitando além do futsal, jogos de futebol de campo e futebol sete. O instrumento que o levaria pelo mundo, não o separaria de sua maior paixão: o futebol.

Conhecedor das regras, calmo e com personalidade para ser a autoridade, sem ser autoritário, Tales percebeu que poderia alçar vôos mais altos. Em 1994 realizou curso de arbitragem promovido pela FGFS (Federação Gaúcha de Futebol de Salão) em Caxias do Sul. Já integrando o quadro da Federação seu primeiro jogo foi uma prova de fogo. Sercesa e Itaqui, na época dois grandes times que disputavam o título. Partida arbitrada ao lado do experiente Paulo Veeck.

A experiência foi sendo adquirida apitando jogos do estadual séries ouro, prata e bronze, em ginásios pequenos, com torcedores furiosos, separados do árbitro apenas por uma rede, enfrentando jogadores malandros e dirigentes apaixonados. Em 1997 foi promovido ao quadro da CBFS (Confederação Brasileira de Futebol de Salão). Apitou as semifinais e a final da Liga Nacional entre Atlético Mineiro e Banespa com o Ginásio Mineirinho lotado por mais de 30 mil pessoas. Também trabalhou no Campeonato Brasileiro de Seleções, Taça Brasil de Clubes, semifinais e finais das séries Bronze e Ouro do Estadual e no final da temporada foi eleito o melhor arbitro de futsal do Rio Grande do Sul. Com o trabalho logo surgiu a indicação para o quadro de árbitros da FIFA em 2001. Foi o primeiro gaúcho a conseguir tal distinção no futsal.

O primeiro jogo como arbitro da FIFA foi um amistoso entre Brasil e Argentina no Ginásio Municipal de Tramandaí. Tales passou a apitar Campeonatos Sul-Americanos de Clubes, Campeonatos Mundiais de Clubes, Copas Internacionais, passando a viajar pelo mundo para países como Argentina, Uruguai e Japão.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Minha mãe é uma santa

Sete de setembro de 2006. Dia da Independência do Brasil. Treze horas e quarenta e cinco minutos. Horário de saída de Passo Fundo. Destino: Caxias do Sul. No dia em que normalmente se aproveita para descansar e curtir o “feriado” Tales se prepara para a sua jornada de trabalho. Não temos como determinar a sua carga horária, mas como atleta podemos dizer que ele está em permanente atividade.

O hoje árbitro de futsal credenciado pela Federação Internacional de Futebol, quando mais jovem, nas peladas com os amigos, sonhava em ser o centroavante, o goleador da equipe. Quisera o destino que Tales Goulart e sua pouca habilidade o levassem para a goleira, ou mais frequentemente para o apito. Instrumento que o levaria pelo mundo e não o separaria de sua maior paixão: o futebol. Negando que os árbitros sejam jogadores de futebol frustrados, assim como os jornalistas esportivos, que sofrem do mesmo rótulo. Pelo menos as suas minorias.

As equipes da Universidade de Caxias do Sul e de Horizontina, a John Deere, disputam à liderança da Série Ouro, primeira divisão do futsal do Rio Grande do Sul. Jogo encardido segundo a gíria futebolística. Tales, que já teria uma agenda cheia para o feriado, recebe o chamado na noite da véspera, vindo do sorteio da escala da Federação Gaúcha, para o jogo na serra. Apitaria três jogos de outros torneios no dia seguinte. Para eles teve que convocar amigos árbitros de Carazinho e da região. Tem que dar prioridade para os jogos oficiais, para segundo ele “não se queimar com os caras”. Afinal de contas os “juizes” não trabalham como autônomos. Tampouco como profissionais liberais. Atuam no “meio-campo”: estão ligados as federações, mas podem apitar outros embates.

Desde março, Tales já correu 25000 quilômetros. Ou melhor, percorreu. Esta quase sempre na estrada. As manutenções no carro, próprio, são sempre por sua conta. Em jogos oficiais recebe o valor da gasolina. A vida não é rotina para este profissional formado em educação física, que também levantou vôos bem maiores. Esteve no Japão para apitar um torneio da Fifa. “Se ganha pouco, tem que se virar, mas talvez só o futsal poderia ter me proporcionado isso”.Ele fomenta sua atividade organizando campeonatos municipais e torneios amadores na região do planalto, uma vez famoso celeiro de craques das quadras, hoje tocado por poucos abnegados do esporte como ele.

Dezessete horas. Chegada em Caxias do Sul. Parada para um café. “Às vezes é bom não ser reconhecido”.Como numa cidade onde após o jogo tiveram que correr para não ser linchados. Ele acabou levando apenas um soco no rosto, perto da sacolada de pedras que seu colega levou na cabeça. O futebol-arte às vezes tem traços toscos. E comerciais, estrelando Falcão, “o melhor jogador de futsal do mundo”. O provocativo jogador humilhava seus adversários deslealmente em certo jogo. Houve revide. O árbitro interviu e expulsou ambos, inclusive o primeiro para poupá-lo do sarrafo. Suspensão? Apenas para o árbitro Tales Goulart. Segundo ele houve pressão dos fortes patrocinadores de Falcão. Também tem dessas coisas.

Chegada ao local da partida: o campus universitário da UCS. Na mesma hora estaciona o ônibus do time visitante, a John Deere. Jogadores e comissão técnica da equipe de Horizontina demonstram carinho e respeito pelo árbitro que retribui. O clima é de camaradagem e bom humor. “Vamos ver se continua durante o jogo”. Do outro lado, dirigentes caxienses iniciam uma leve pressão antes do jogo, que Tales garante ser normal “os caras às vezes são chatos pra...” Para o jogo também há mais um árbitro vindo de Porto Alegre, um mesário, uma cronometrista e o delegado da partida, diretor dos árbitros e “chefe de Tales”.

Eles entram no vestiário para colocar os uniformes e fazer uma breve reunião. Logo após vão à quadra para o aquecimento e conferência das redes das goleiras, das bolas, do piso, enfim, de todos os detalhes do espetáculo. Pontualmente às dezenove horas começa o jogo que tem um início morno e que durante vai ganhando calor e intensidade. Ao final o empate em três gols demonstra a tensão do jogo que teve duas expulsões da John Deere. Tales em dado momento teve que ser enérgico e firme nas marcações, qualidades exibidas durante a partida inteira. No encerramento ainda teve que ouvir reclamações de ambos os lados na ida para o vestiário “algumas respeitosas é verdade”.

Além do cansaço, resultado de quase uma hora de partida e da quilometragem para Caxias do Sul, é preciso ter tranqüilidade para o estresse psicológico dos jogos. E ainda um “sprint” final para dirigir de volta para casa. “Já estou bastante acostumado. Ruim é conhecer os bons lugares para jantar e esquecer a forma física”. Tales já pensou em ir para o futebol de campo, mas hoje possui boa reputação dentro das quadras. Sem falar no gosto pelo saudoso futebol de salão, tão apreciado no pampa. E ele garante: “podem até me xingar, agora, a minha mãe é uma santa!” (risos).