segunda-feira, 27 de abril de 2009

O sonho da Champions

Futebol: atacante passo-fundense Nicolas Ceolin busca espaço no futebol da Bielorrússia


Viktar Hancharenka. Esse nome diz muito para o passo-fundense Nicolas Ceolin. O treinador bielorrusso é quem vai decidir se o atacante fica ou não no BATE Borisov, da primeira divisão do país. Aparentemente o brasileiro deve permanecer. "Só não fico se o MTZ pedir muito," condiciona o atacante.

Nicolas, que é chamado de Ceolin lá pelos lados do Leste Europeu, está no país da ex-União Soviética desde 2006. Formado nas extintas categorias de base do Gaúcho, o atacante, hoje aos 22 anos, saiu cedo para o Vitória. Depois de quatro anos por lá, teve uma rápida passagem pelo União Barbarense, de São Paulo, de onde embarcou para o FC Darida Zhdanovichi, após uma excursão pela Turquia.


Turquia onde o passo-fundense novamente está, participando agora da pré-temporada do BATE Borisov, time que surgiu em 1973 através dos trabalhadores das indústrias automobilísticas do país e que impressionou na fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa 2008/2009. Em uma chave com Real Madrid (ESP) e Zenit (RUS), atual campeão da Copa Uefa, empatou as duas contra o Juventus (ITA). Era a primeira vez que um clube do pequeno país chegava àquela fase da disputa.

O maior vencedor da Bielorrússia não tinha chance, é verdade, mas para a próxima Liga dos Campeões, torneio mais importante da Europa e, depois da Copa do Mundo, mais famoso do futebol, chega com moral nos três confrontos eliminatórios que terá que fazer para novamente chegar à fase de grupos. Esse é o sonho do passo-fundense que no ano passado, já pelo MTZ Ripo, do mesmo país, liderou a equipe que seria vice mas, após uma queda no final, ficou em 3º no campeonato nacional.


As atuações chamaram a atenção do grande BATE, da pequena Borisov, distante da populosa capital Minsk, onde mora Nicolas. "Ainda tenho contrato com o MTZ. Depois desses testes vou saber se fico ou não. Estou me saindo bem. A chance de ficar é boa," revela esperançoso pelo MSN (programa de troca de mensagens).

Quando o assunto é jogar uma Liga dos Campeões, o jogador fica ainda mais entusiasmado. "É o sonho de qualquer jogador hoje em dia, ainda mais na Europa e em um país pouco tradicional," diz. Ceolin, ao menos, já teve o prazer de assistir a duas partidas de perto, já que o BATE mandou os jogos em Minsk. "Assisti as partidas contra o Juventus (0 x 0) e o Zenit (0 x 2). O Del Piero (Juventus) joga muito," comenta.


Em julho do ano passado, o atacante passo-fundense esteve em campo no confronto contra o Zilina, da Eslováquia, pela primeira fase qualificatória da Copa Uefa, segundo torneio europeu. Na primeira partida, derrota fora de casa por 1 a 0, gol do brasileiro Adauto. Na volta, empate em 2 a 2, com gol de pênalti de Nicolas. Apesar de experiente, a equipe bielorrussa não conseguiu avançar.

Atualmente o BATE tem apenas três atacantes no elenco principal, todos com apenas 20 anos. Em Antalya, 8ª maior cidade turca, Nicolas tem participado de amistosos contra equipes locais e russas, todos aproveitando a região mais quente da Europa nesta época do ano. O atacante passo-fundense, hoje mais adaptado ao país e à língua, quer fazer história no futebol bielorrusso.

(Fotos: Arquivo Pessoal)


Reportagem publicada na edição de O Nacional do dia 13 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 23 de abril de 2009

ON # 084 - Dessa vez o problema não foi o bicho...

Dessa vez o problema não foi o bicho...


A velha máxima "que vença o melhor", que às vezes no futebol tanto insiste em ser contrariada, valeu nesse domingo, sem a menor sombra de dúvida. O legítimo carrossel colorado patrolou na final do Gauchão, pela segunda vez consecutiva, um time da serra. Se no ano passado, a bola (?) da vez foi à touca verde, este ano sobrou para a emergente equipe grená, do ex-zagueiro do Inter Argel.

Fora, e justamente, o baile, a diferença visível foi que, apesar de alguma apatia, os jogadores do Caxias não pareceram ter feito corpo mole, como os rivais no ano anterior. A notícia de que o grupo juventudista não havia acertado o bicho com a direção antes da final, comprovada pelo péssimo desempenho de alguns atletas no 8 a 1 para a equipe do capitão Fernandão, acabou abafada.

O que se viu ontem, foi um aniquilamento. Um massacre (homenagem ao amigo Bernardo Branco). Não houve tempo de reação. Ou sequer de pensar em uma. O time grená se reduziu a sua menor qualidade técnica individual e, principalmente, coletiva. Sem provocação, lembrou outra equipe do treinador Adenor Leonardo Bacchi, o Tite: o veloz Grêmio campeão da Copa do Brasil em 2001.

(foto: Jefferson Bernardes/VIPCOMM)

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Entre o gol e a casamata

Mazzaropi: ídolo gremista busca o mesmo sucesso que conquistou sob as traves como técnico


Geraldo Pereira de Matos Filho nasceu em 1953, no interior de Minas Gerais. O estilo caipira rendeu-lhe o apelido de Mazzaropi - ainda no início da carreira, no Vasco da Gama, em 1970 - alusão ao cineasta Amácio Mazzaropi, que interpretava Jeca Tatu, nos áureos tempos da película brasileira.

Quatro anos mais tarde assinaria o primeiro contrato profissional e conquistaria o primeiro título: o de campeão brasileiro (era reserva do argentino Andrada, famoso por ter sofrido o milésimo de Pelé). Pelo clube da cruz de malta faturaria ainda mais quatro títulos. Em 1979, emprestado ao Coritiba, foi campeão paranaense. Em 1983, emprestado ao Grêmio, conquistou no mesmo ano os maiores títulos da história do clube. Ainda passou pelo Náutico, onde também foi campeão estadual. Ao todo, foram 17 títulos como jogador. Depois foi treinador de goleiros (do próprio Grêmio) e atualmente é técnico.

Em 1992, interinamente, foi vice-campeão gaúcho pelo Grêmio. Já passou pelo futebol de Rondônia, Sapucaiense e hoje prepara o Santo Ângelo para a estreia na Segundona. Na vida pública iniciou carreira política na década de 1990, tendo sido eleito vereador em Porto Alegre, mas abandonou o mandato na metade para ensinar futebol no Japão, onde viveu por oito anos.

Mantendo a vasta e característica cabeleira, hoje branca pelo tempo, interrompi a conversa de Mazzaropi, então técnico do Guarani de Venâncio Aires, com o amigo e ex-colega de Grêmio, então treinador do Passo Fundo, Celso Freitas, para entrevistá-lo à beira do gramado do Vermelhão da Serra, pouco minutos antes do confronto entre as duas equipes pela Copa Lupi Martins de 2008.

Com a fala mansa e o típico sotaque carioca, escondia a preocupação pelos quatro meses de salários atrasados no Guarani. Na oportunidade, o Tricolor venceu o adversário, mas os dois clubes tiveram o mesmo destino para a próxima temporada: o fechamento do departamento de futebol profissional.

Confira o rápido bate-papo com o ídolo gremista sobre paixões, recordes, goleiros e técnicos.

O Nacional - Mazzaropi, responde rápido: Grêmio ou Vasco?
Mazzaropi - Os dois. Quer dizer, um pouco mais gremista. Eu me criei dentro do Vasco da Gama, foram 15 anos lá, eu seria muito injusto se não tivesse um carinho pelo clube. Ganhamos duas taças Guanabara, dois campeonatos cariocas, um Brasileiro. Foi uma vida toda. Fui para lá com 16 anos, foram quatro anos nas categorias de base e 11 na equipe principal. Tenho realmente um apreço muito grande pelo Vasco. Triste também pelo momento que o time vive e por aquele que hoje comanda o clube, o Roberto Dinamite, fomos criados juntos, e o treinador (ex) que é o Renato, outro grande amigo que tenho e uma pessoa que eu admiro muito.
A passagem pelo Grêmio marcou muito pelos títulos que conquistei no clube. Nas duas primeiras grandes conquistas do time, tive o prazer e a satisfação de fazer parte daquele grupo vitorioso. Então tudo isso marca. Além do carinho e respeito que tenho pelo Grêmio e pela torcida, que é muito grande.


ON - No último Brasileiro, o goleiro Rogério Ceni (São Paulo) ficou a 400 minutos da sua marca, de 1.816 minutos de invencibilidade, em 1977. É possível que algum goleiro bata essa marca hoje?
Mazzaropi - Eu acho que sim. Há apenas cinco anos fiquei sabendo desse recorde. Tinha consciência do tempo que fiquei sem tomar gol, mas não imaginava que isso fosse um recorde. E até hoje ainda persiste. Em 2006, dois meses antes da Copa do Mundo, eu fui para a Alemanha receber um prêmio por essa marca. Mas eu nunca me preocupei com ela e talvez seja por isso é que eu tenha passado esse tempo todo sem tomar gol. Meu negócio era fazer o meu trabalho da melhor maneira possível. Estava preparado para tomar, ou não, gol. Mas aconteceu, e isso marca a carreira do atleta. Como eu cheguei a essa marca, outros podem chegar. Até torço para que outros a alcancem.

ON - Vida de goleiro não é fácil. De técnico também. Qual é a mais difícil?
Mazzaropi - Acho que as duas (risos). Mas a de treinador é ainda pior por que você fica aqui, de fora. Lá dentro você vive o jogo, tem como você ter uma interferência mais direta. O goleiro é um pouco melhor nesse aspecto. Aqui você tem que passar para os jogadores e, às vezes, eles não conseguem escutar por causa do envolvimento com a partida. E lá dentro você tem como tomar a iniciativa.

ON - Dentre a atual geração, que goleiros você destaca?
Mazzaropi - Gosto muito do Gomes [Tottenham Hotspur, da Inglaterra], do Rogério Ceni [São Paulo], do Fábio [Cruzeiro], o Victor [Grêmio] tem se apresentado muito bem. São jovens que estão despontando. Júlio César [Internazionale, da Itália] está muito bem. Eu acho que o Brasil está muito bem servido. Sou de uma época que não existia a figura do treinador de goleiros. Você aprendia por você mesmo. Você é que tinha que buscar treinamento, pedir a alguém para ajudar. Eu fui ter treinador de goleiros no final da carreira, no Grêmio. Então você tinha alguns vícios que às vezes prejudicavam. Hoje, depois que foi instituído o treinador de goleiros, os brasileiros evoluíram muito, e isso é ótimo para o futebol, para os goleiros e para os ex-goleiros, que tem mais um campo de trabalho.

ON - São poucos técnicos ex-goleiros: Raul [hoje comentarista], Leão [Atlético-MG], Geninho [Atlético-PR], Zetti [atualmente sem clube]. Porque apenas alguns se arriscam na casamata?
Mazzaropi - Acho que é opção de cada um. Eu tracei minha vida após encerrar minha carreira como atleta, na qual eu trabalharia por um período como treinador de goleiros, cumprida essa etapa, depois iniciaria como técnico. Como todo começo em qualquer atividade é difícil. Mas sou um cara que tem muita tranquilidade, muita paciência, acho que as coisas acontecem na hora que tem que acontecer. Não forço ou precipito a mudança. Ela vem ao natural porque acho que é o processo e a forma que você tem que encarar.

ON - Quem sabe treinar Grêmio [voltar a] ou Vasco um dia?
Mazzaropi - É o pensamento de todos e eu não fujo à regra. A gente vai fazendo um trabalho, procurando crescer gradativamente. Se tiver que acontecer, na hora certa, vai acontecer. Aquilo que é nosso, ninguém vai nos tirar. Mas tudo tem o seu momento, a sua hora.

(Fotos: Paulo Roberto D'Agustini/ON e Divulgação)

No Vasco, concentrado, em 1977, e...

... No Grêmio, festejando, em 1983


Entrevista publicada na edição de O Nacional dos dias 24 e 25 de janeiro de 2009

quinta-feira, 16 de abril de 2009

ON # 083 - Conexão Lille-Passo Fundo; Turma nova; Última semana; Boleiras

Conexão Lille-Passo Fundo


No final de semana recebi um e-mail de uma jornalista esportiva francesa de Nord-Pas-de-Calais, região administrativa no extremo norte da França, na divisa com a Bélgica. Gaëlle Laurent, do jornal Nord Éclair, em um quase perfeito português, pedia informações da imagem no Brasil do jogador Michel Bastos, desde 2006 no Lille Olympique Sporting Club, da primeira divisão francesa.

Michel, que saiu das categorias de base do Pelotas e profissionalizou-se no Feyenoord holandês, começou a curta trajetória no futebol brasileiro no Atlético Paranaense, de onde saiu por empréstimo para o Grêmio, na fatídica temporada do rebaixamento tricolor em 2004. Na temporada seguinte foi destaque no Figueirense, na sequência transferindo-se para o continente europeu.

Titular inconteste dos Les Dogues, infelizmente Michel tem pouca repercussão no país de origem. Na temporada 2006/07 levou o time francês às oitavas-de-final da Liga dos Campeões, eliminado pelo Manchester United. Com a Ligue 1 sendo transmitida pelo SporTV, o "ex-lateral-esquerdo" tem sido acompanhado inclusive pelo técnico Dunga, mesmo com o fim parecido que enfrentam os brasileiros da posição no Velho Continente. Como tem habilidade e pouco poder de marcação, acabam sendo deslocados para segunda linha do campo ou até mesmo como pontas ofensivos, caso do próprio Michel Bastos e de tantos outros como Mancini, do Internazionale, e Adriano Correia, do Sevilla.

Aliás, tese interessante sobre o assunto - a problemática das laterais brasileiras -, traz o artigo de Mauricio Vargas, no site Olheiros.net - confira em http://www.olheiros.net/artigo.aspx?id=877.

O artigo de Gaëlle sobre Michel Bastos, com a participação de jornalistas gaúchos, está no http://www.nordeclair.fr/Sports/Football/2009/04/12/bastos-prophete-en-son-pays.shtml.

(foto: divulgação)


Turma nova

Enfim, as eleições no Esporte Clube Passo Fundo vão ser novamente marcadas. Se vão sair, só os dirigentes sabem. Enquanto isso o clube, que mantém em funcionamento apenas escolinha para crianças, é comandado por uma comissão diretiva provisória formada por cinco conselheiros.

A informação da publicação do edital de convocação para a eleição da nova diretoria, que deve sair nesta quarta-feira, foi feita pelo presidente do conselho deliberativo tricolor, Alberto Poltronieri, à Rádio Planalto, na quinta-feira (9). Segundo Poltronieri, como é preciso no mínimo dez dias entre a publicação do edital e a realização do pleito, a eleição deve ser marcada para o dia 27.

Ainda conforme o conselheiro, a possibilidade de que haja chapa única é de 90%. Isso confirma o sucesso dos dirigentes na unificação das forças em torno do Passo Fundo, já que na véspera da última data marcada para as eleições, a existência de uma chapa de oposição provocou certo temor.

Falando à Rádio Planalto, Poltronieri disse: "Existe uma turma nova que está voltando ao clube".


Última semana

As inscrições para a 2ª Copa Comercial Zaffari/Gatorade de futsal estudantil encerram na próxima segunda-feira (20). Por isso, corra para juntar seus colegas, monte sua equipe e vista a camiseta da sua escola! O regulamento e a ficha de inscrição da competição para estudantes do 3º ano do ensino médio da região você encontra no site de O Nacional - www.onacional.com.br.

A 2ª edição da copa, uma parceria entre a 99UPF Passo Fundo, 90UPF Carazinho, UPFTV e ON, promete esquentar as quadras da região com o melhor futsal da categoria. A competição será disputada em duas fases. A primeira, em maio, acontece em Passo Fundo (ginásio da FEFF/UPF), Marau (Municipal) e Carazinho (Acapesu), de onde vão sair dois classificados de cada para disputa da fase final, que acontece em junho, em Passo Fundo. Os campeões levam troféu, medalhas e um terno de camisas personalizado da Squema Sports. Mais informações pelo telefone 3045 8300.


Boleiras

Não perca na semana que vem: Joanna Taylor, a 29ª mulher de jogador mais sexy do planeta.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Campeando as próprias origens

Tênis: Fabio Badra saiu da fronteira gaúcha para defender a nação do pai, a Jordânia, na Copa Davis e nos Jogos Pan-Árabes do Oriente. O tenista é prova de que o esporte não tem fronteiras


Natural de Santana do Livramento, Fabio Badra vem de uma região em que a presença da tradição gaúcha é bastante arraigada. Na Fronteira aprende-se que "o meu Rio Grande, é o meu lar" e que "campeando as próprias origens, qualquer guri vai achar", conforme cantam Os Fagundes. E foi justamente por isso que o tenista acabou buscando as raízes do pai, o imigrante Antônio Badra, da Jordânia, país do Oriente Médio que defende na competição de seleções Copa Davis há cinco anos.

Uma origem. Várias bandeiras

Fabio destacou-se na Copa Gerdau, principal torneio de tênis juvenil do país, quando chegou à final de duplas mistas, ao lado da compatriota Gabriela Maia. A derrota para o sueco Joachim Johansson, que já foi 9º do ranking mundial, e para argentina Gisela Dulko, não abalou. Durante a competição, o tenista recebeu um e-mail do tio que mora na Jordânia falando sobre uma matéria de um jornal local que mostrava a preparação do país para a Copa Davis. O tio, por conta própria, foi até a federação e contou a história do sobrinho que jogava no Brasil. Alguns dias depois, Fabio e o primo Alan, também tenista, desembarcaram em Amã para um período de testes e avaliações. "Jogamos um torneio classificatório que definiria a equipe. Acabei vencendo. Na época nosso técnico era da Geórgia. Além de nós, brasileiros, um inglês, também filho de jordanianos, foi conosco para Davis. Depois, apareceu um estadunidense, na mesma situação, que está até hoje."


Hoje já são cinco copas Davis pela Jordânia. Agora sem torneio classificatório. "Fiz bons jogos, ganhei a maioria dos meus jogos, então adquiri credibilidade lá. As pessoas me reconhecem na rua", orgulha-se Fabio, 26 anos. Entre jogos de simples e de duplas foram 17 vitórias e 14 derrotas. "É um retrospecto bom, mas como é por equipes, você acaba não dependendo só de você." O tenista, que vive no Brasil, treina o ano todo e meses antes da competição realiza preparação especial.

Das disputas em Abu Dhabi (primeiro ano), Bangladesh, Jordânia, Myanmar e Brunei, as que mais marcaram foram as em casa e as do ano passado. "Na Jordânia e no Brunei perdemos a final para a Arábia Saudita no último jogo. Eles são os mais fortes do grupo, junto com Cingapura, além de ter um excelente jogador", explica. Os jordanianos estão no grupo 4 da zona Ásia-Oceania. São 11 países divididos em dois grupos. Os primeiros de cada classificam-se para o grupo seguinte.

Mas o tenista gaúcho não desanima. "Espero jogar de novo, manter esse vínculo e quem sabe classificar a Jordânia. O país já esteve no grupo 2, mas é complicado. Como o tênis não é o esporte mais praticado, o governo não designa tanto dinheiro como para o futebol. A renovação fica difícil. Muitas vezes você fica dependendo dos mesmos jogadores por um tempo. O ciclo é um pouco mais lento. Mas na última vez que estive lá vi muitos garotos jogando bem com um perspectiva boa de futuro. O tênis ainda precisa ganhar um pouco mais de espaço e isso só vai acontecer quando houver resultados. A Jordânia porém está no caminho certo. Com algo a mais, a gente pode conseguir."


Em 2007 Fabio Badra experimentou outra sensação como atleta. Ele representou o país nos Jogos Pan-Árabes do Oriente (Pan Arab Games) no Cairo. "Demos a volta olímpica no estádio com a delegação da Jordânia, todos os chefes de Estado, uma festa bonita, cerca de 55 mil pessoas. Enfrentamos Argélia, Marrocos, Egito, Síria, Líbano, países fortes, uma competição legal pela integração entre os atletas, até porque no Oriente a cultura é muito forte," conta.

A rainha Rania

Uma das grandes experiências na nação de origem paterna, conforme o próprio tenista, ele teve quando pode conhecer a rainha Rania. Esposa do rei Abdullah, a herdeira da coroa esteve no Brasil no ano passado e destaca-se pela formação (estudou em Genebra) e beleza. "Tive a oportunidade de conhecer a rainha Rania no primeiro ano. Lá as pessoas vivem para o rei e sonham um dia em poder ver, tocar, ter algum contato com a família real. De repente eu estava lá, conversando com ela."


Completamente adaptado, o gaúcho destaca a alegria do povo jordaniano e o suporte da família como fatores que o fizeram continuar. "Quando jogamos em casa, teve muita torcida, então foi bastante motivador. Esse reconhecimento é bom pelo significado que tem para mim, representar a nação em que meu pai nasceu. É claro que eu só pude aproveitar essa oportunidade pelo suporte da família. Aqui nós perdemos muitos atletas pela pressão dos pais e dos amigos", ressalta.

Amadurecido, o tenista estabelece objetivos e pretende trazer a experiência que adquiriu para os mais jovens. "Quero manter o vínculo com a Jordânia o máximo possível e aqui no Brasil investir no tênis da minha região, acho que posso contribuir um pouco com essa vivência que tive", conta.

(Fotos: Arquivo Pessoal)


Reportagem publicada na edição de O Nacional dos dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro de 2009

quinta-feira, 9 de abril de 2009

ON # 082 - Virada centenária; Falta muito para o tri; 2ª Copa Comercial Zaffari/Gatorade de Futsal Estudantil; Academia Bola 10 F.C; Boleiras

Virada centenária

O Inter deu um banho de motivação no adversário e venceu merecidamente o clássico do final de semana do centenário colorado - ano também do centenário do clássico. Ao contrário do primeiro, quando foi goleado, desta vez reafirmou a melhor qualidade técnica, física e anímica do time que soube virar o placar.

(foto: Jefferson Bernardes/Vipcomm)

Falta muito para o tri

Apesar até de ter criado oportunidades de empatar, a impressão é que depois da virada, o Grêmio, além de se descontrolar, perdeu completamente o ânimo. Mesmo perdendo, o técnico tricolor não desfez o ferrolho e trocou um atacante por outro. Mal técnica, física e animicamente. Precisa mais para mexer no vestiário?


2ª Copa Comercial Zaffari/Gatorade de Futsal Estudantil

Já estão no site de O Nacional - www.onacional.com.br - o regulamento e a ficha de inscrição para competição que promete esquentar as quadras da região, agora na segunda edição. Lançada na segunda-feira (30), a Copa Comercial Zaffari/Gatorade de Futsal Estudantil, uma parceria entre a 99UPF Passo Fundo, 90UPF Carazinho, UPFTV e O Nacional, segue com inscrições abertas até o dia 20. A competição para alunos do 3º ano do ensino médio da região será disputada em duas fases. A primeira, em maio, acontece em Passo Fundo, Marau e Carazinho. A final acontece em junho, em Passo Fundo. Os campeões ganham, além de troféu e medalhas, um terno de camisas personalizado da Squema Sports. Junte os colegas, monte sua equipe e vista a camiseta da sua escola!


Academia Bola 10 F.C.

Estive sábado, no CT do Bola 10, conferindo o primeiro amistoso da equipe juvenil, única representante da cidade em uma competição estadual de futebol de campo, diante da ADB/Tupinambá, da 1ª divisão do futebol amador municipal. O time ainda deve evoluir, mas já dá pra notar qualidade em alguns setores, especialmente na dupla de volantes e na lateral-direita, que tem o ex-Passo Fundo André Rodighero. Do Tricolor também veio o armador Marlon. Destaque também para o zagueiro Moreno e o atacante Jaime, autor de um gol, ambos vindos do núcleo de Criciúma do Bola 10. A estreia da equipe no Gauchão Juvenil está prevista para o dia 18. O local das partidas será o campo da UPF.


Boleiras


A loirinha aí do lado mostra que merece estar nesta seção. Além de estar vestida a caráter, ela já namorou com dois jogadores de futebol. Mas infelizmente nenhum deles conseguiu chegar ao Manchester United, camisa que tem o privilégio de cobri-la. Mas isso não faz com que ela deixe de estar na 30ª posição entre as 50 mulheres de jogadores de futebol mais sexies do planeta. A modelo e apresentadora de TV inglesa Charlotte Mears, de 24 anos, recentemente trocou o centroavante Jermain Defoe, Tottenham e English Team, pelo meia Craig Dobson, do Brentford, da quarta divisão da Inglaterra. Isso poderia representar um retrocesso na carreira? Vai entender os mistérios do amor...

(foto: divulgação)

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Do inferno ao céu em quatro anos

Grêmio: o ex-presidente Paulo Odone conta em entrevista exclusiva como foi sair do passado da Série B para o presente da Libertadores e sobre o futuro com a construção da Arena Grêmio


Em uma iniciativa do Consulado Regional de Passo Fundo, comandado pelo cônsul Roberto Toson, o agora ex-presidente, Paulo Odone esteve na cidade no dia 16 de agosto ano para ouvir os gremistas desta região do estado. Muito solícito, Odone foi ovacionado pela Geral passo-fundense (a torcida local) e não teve muitas queixas. Depois de duas pancadas fortes (Copa do Brasil e Gauchão), como ele mesmo definiu, Odone colheu os frutos da convicção no trabalho do eterno contestado Celso Roth.

ON aproveitou para entrevistar o tricolor responsável pelo mandato em que o clube saiu do calvário da segunda divisão para uma gloriosa final de Libertadores e, naquela época, vivia a esperança do tri brasileiro, após o encerramento do primeiro turno nacional na liderança da competição. Confira.


O Nacional - Como resumir dois mandatos, nos quais se foi do inferno (Série B) ao céu (Libertadores)?
Paulo Odone - Bom, de início assumimos um clube praticamente falido. Esta é a verdade. Hoje conseguimos equacionar as dívidas, temos acordos de condomínio e quando vendemos um jogador vamos resolvendo isso. Mas nós tínhamos a convicção de voltar a olhar para o torcedor e imprimir o futebol de competição, de muita raça e alma, a tradição do Grêmio, que nunca teve grandes times tecnicamente, mas de muita pegada e imposição de respeito. Aí nos chamaram de copeiros. Foram duas coisas: demos solidariedade ao torcedor e ele tirou o Grêmio do buraco. Se você olhar esses meninos da Geral, são todos sócios e fazem questão de ter esse documento. Então hoje estamos com quase 50 mil contribuintes, o que nos permite ter um certo gás para pagar as dívidas e manter um time razoável, mas ainda com um custo muito inferior ao dos adversários próximos, que gastam de três a quatro vezes mais, o que corrobora aquilo que penso: que não se faz time comprando em prateleira, constrói-se. A equação das dívidas, o estímulo ao torcedor, a aposta nas categorias de base e não se afastar da convicção no futebol. Foi assim com os times do Mano, é assim com os times do Celso Roth. Isso deu certo no passado e está dando certo agora. O grande segredo é essa paixão tricolor.


ON - Essa convicção fez o clube manter um treinador tão criticado como Celso Roth?
PO - Com certeza. Celso não é um técnico que treina a mídia, a torcida, que diz coisas agradáveis. Nós até conversamos com ele, dissemos que hoje para trabalhar na profissão, além do time, tem que treinar a mídia, a torcida, no sentido de conversar, e o Celso, internamente, é uma pessoa afável, de diálogo. O que aconteceu é que um time como o Grêmio não pode levar aquelas porradas que levou em uma semana (Gauchão e da Copa do Brasil). Era preciso reagir. A questão ali era ter convicção ou não. A reação do torcida foi normal. Mas mantivemos a convicção e apostamos nele. Se for fazer pela onda do resultado imediato bom ou ruim, você não mantém técnico, não faz equipe, não bota faixa de campeão. Ainda não ganhamos nada, ninguém está de salto alto, todo mundo sabe que estamos começando a segunda etapa, que é do tamanho da primeira, assim como somos líderes hoje, podemos ser os últimos, se resolvermos deixar de lado o foco, a garra, a pegada.

ON - O Grêmio sempre foi copeiro, porque se saía melhor no mata-mata. A liderança do Brasileiro é uma prova de que o time está quebrando esse tabu de não se sair tão bem nos pontos corridos?
PO - O Grêmio é copeiro e as copas que o clube que ganhou até o título mundial eram no mano a mano. Inclusive chegando na Libertadores pela Copa do Brasil, que é no formato mata-mata. Mas o mais importante do Grêmio copeiro não é só a fórmula, mas a competitividade, a força, e antes da técnica, a arte, que nós não desprezamos. É bom ter um jogador assim que qualifica a equipe, caso do Tcheco, que pensa o jogo, sabe o que faz. Não dá pra dizer que ele é só força e velocidade, mas a equipe como um todo é isso. Nesse sentido ela é lutadora, é brigadora, é copeira. A interrogação é saber se conseguimos manter o espírito em um campeonato tão comprido como esse. É um desafio.


ON - A não convocação do Léo para as Olimpíadas complicou a natural negociação do jogador?
PO - Acho que Léo tem nome e futebol suficientes para, mesmo sem ter ido para as Olimpíadas - pela limitação que deram quando o Thiago Silva se machucou, o Lucas foi improvisado- , o Léo estaria lá certamente e as pessoas que intermediam sabem da circunstância. A questão que eu lamento é quando temos que vender um jogador, pois quando o vendemos, respiramos, porque o clube consegue ter gás para completar o ano tapando os furos do futebol. O Grêmio tem tido sorte ou virtude nas duas coisas: temos vendido e conseguido manter para terminar o campeonato, caso do Anderson que acabou sendo premiado pelo talento com aquele gol fantástico na Batalha dos Aflitos. Ele já estava vendido, jogando conosco, com muita moral e personalidade, um garoto de 17 anos. Claro que eu queria que ele estivesse jogando com o Lucas, o Carlos Eduardo. Mas eles nos deram gás para tirar o Grêmio do estado de falência. o dinheiro do Anderson nos fez sair da segunda divisão e depois o do Lucas para nos manter jogando. Isso comprovou que o investimento nas categorias de base não é mais um discurso de cartola, é uma necessidade. E a gente está assim, sempre que está revelando, alguém está pedindo passagem. Hoje estamos com cinco nos grupos da seleção. É caça-níquel, chego a temer os que não tem 18 anos e contrato longo, porque isso os expõe aos urubus de plantão. A compensação é que o Grêmio tornou-se hoje uma grife. Jogando no Grêmio, o menino sabe que vai se valorizar e ser bem vendido. E nós vamos ter que estar sempre olhando para baixo para ver quem está pedindo passagem. Léo se foi, mas estamos com dois zagueiros pedindo para entrar, o Heverton e o Wagner, sem falar no William Thiego. Isso dá um descanso e um respaldo de ficar sem medo de vender. Se ficou provado que se pode aproveitar, também é um mérito do Celso Roth. Treinador sempre tem um pouco de medo, cautela com os garotos. Mas você equilibra isso.


ON - A concretização da Arena será uma realização fora do mandato do presidente Odone?
PO - No final do ano completo quatro anos de mandato no Grêmio. Se eu conseguir entregar o time na Libertadores será a glória. Depois que conseguimos passar pela Batalha dos Aflitos e deixarmos equacionadas as dívidas do clube, o grosso está feito, risco não tem mais. Eu temia muito pelo futuro do Grêmio, na época foi o que me fez voltar para a direção. Nunca pensei que iria ser presidente, mas cumpri essa tarefa. Acho agora que o grande upgrade que falta para o Grêmio é ter seu estádio. Nos já tivemos a Era da Baixada, a era gloriosa do Olímpico, mas está tudo superado. Estádios como o nosso são muito onerosos e pouco funcionais. Um projeto como o da Arena, que quanto mais eu penso, mais eu vejo como é fantástico. O Grêmio vai poder inaugurá-lo na entrada de Porto Alegre, o que vai facilitar muito para o torcedor do interior, um estádio que não só vai gastar menos em manutenção como terá um complexo superavitário, que vai lhe dar auto-sustentação, e isso hoje é fundamental no plano internacional. Então eu alimentei esse sonho, essa fantasia, de me dedicar a isso no Grêmio ainda por três anos para entregar, junto com os companheiros e a torcida, o novo templo do Grêmio na cidade e no estado, porque realmente não haverá nada mais moderno.


Despedida


No salão nobre Patrono Fernando Kroeff, em reunião do conselho deliberativo, aconteceu a sessão que empossou o novo presidente na noite da última segunda-feira. Duda Kroeff, filho do patrono do clube, assumiu o comando para o biênio 2009/10.
A sessão extraordinária teve a abertura do presidente do conselho, Raul Régis de Freitas Lima. Logo depois, o ex-presidente Paulo Odone despediu-se do cargo, emocionado no discurso que, segundo ele, não foi pensado, mas "falado com o coração". Odone reiterou que ajudará o Grêmio no que for preciso: "Duda, pode contar conosco".

(Fotos: Paulo Roberto D'Agustini/ON e Divulgação/Grêmio)


Entrevista publicada na edição de O Nacional dos dias 27 e 28 de dezembro de 2008

quarta-feira, 1 de abril de 2009

ON # 081 - Brincadeira profissional; Eleições no Passo Fundo; Boleiras

Brincadeira profissional


Houve um tempo em que o sonho de todo garoto era se tornar jogador de futebol. Depois disso o sonho era jogar no clube do coração. E mais tarde o ápice era ser convocado para seleção brasileira.

De uns tempos para cá, o sonho de todo garoto continua sendo se tornar jogador de futebol. Depois conseguir uma transferência para Europa. Quem sabe jogar pela seleção, mesmo que não seja do país em que nasceu. E no final da carreira abastecer o bolso com petrodólares nos países árabes.

Eis que nessa semana o mundo do futebol viu outra reviravolta no velho roteiro da mesma história. Um roteiro que vem sendo escrito nos mundiais e sul-americanos de categorias de base, nos times de empresários, nos acampamentos de grandes da Europa em países-polos de jovens revelações.

O pequeno Leonardo, de apenas sete anos, foi contratado na última semana pelo Al Gharafa, do Qatar, time em que atuam os atacantes Araújo, ex-Goiás, e Fernandão, ex-Inter. O garoto, que é filho do técnico dos juniores da equipe, o brasileiro Leonardo Vitorino, foi aprovado nos testes da equipe.


No ano passado, Caio, de nove anos, foi contratado pelo Roma, da Itália. O mineirinho foi aprovado em uma peneira realizada com 60 garotos, no Rio de Janeiro. O interessante é que normalmente os meninos dessa idade querem se tornar atacantes e tem em Totti, no caso do Roma, o maior ídolo. Caio quer virar líbero e admira o zagueiro Mexès. Não é crítica. Apenas constatação. Tempos modernos.

(fotos: divulgação)


Eleições no Passo Fundo

Presidente do conselho deliberativo do clube, Alberto Poltronieri, informa que, a pedido do patrono Elói Taschetto, as eleições para diretoria tricolor, que estavam marcadas para amanhã, foram adiadas por prazo indefinido. "Cerca de uma semana, quinze dias", aposta Poltronieri. Segundo informações, uma chapa de conselheiros da oposição estava sendo organizada para concorrer no pleito desta terça-feira. Essa seria uma das razões pelas quais o patrono pediu o adiamento, para que exista uma chapa de consenso no comando tricolor. Além disso, o prazo permitiria que ex-conselheiros pudessem regularizar a situação no clube. Se dará certo, só o tempo dirá. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.


Boleiras


Se garotos de sete e nove anos começam a ser contratados por clubes europeus, imagine o tamanho das boleiras que não vão começar a aparecer... Meu Deus! Enquanto isso, aprecie estas, que garanto, são bem maiores de idade. A excelentíssima (põe nisso) miss República Tcheca Radka Kocurova é mais uma das 50 mulheres de jogador mais sexies do planeta. A modelo de "apenas" 25 aninhos é casada com o conterrâneo Tomáš Rosický, meia do Arsenal. O pequeno Mozart, como é chamado, chegou aos Gunners em 2006, após ter se destacado no alemão Borussia Dortmund. No selecionado tcheco é capitão e cérebro do time desde a aposentadoria de Nedved. Atualmente, Rosický está sem atuar há mais de um ano, devido a uma grave contusão. Mas ele certamente tem com o que se ocupar.

(Foto: Divulgação)