quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Marcado por sua ideologia
O braço direito estendido para o horizonte, apontando para onde está a torcida ensandecida. A palma da mão aberta, os dedos unidos. O rosto carrancudo marcado pela expressão de fúria. A descrição é do jogador italiano Paolo Di Canio, que foi suspenso por um jogo e pagou uma multa de US$ 11.977 pela saudação fascista feita em 12 de dezembro de 2005 no estádio Olímpico de Roma, ao ser substituído em um jogo contra o Livorno.
Não era a primeira vez que o braço tatuado do atacante se erguia em saudação aos fãs da extrema direita da Lazio. Pouco depois da suspensão, Di Canio disse que já não fará mais o gesto, mas assegurou que recorrerá da sanção e defenderá seu direito à livre expressão. "Vou evitar certas situações, mas continuarei minha batalha, sem dúvidas e ainda mais decidido", comentou o jogador. Numa entrevista anterior disse que sua saudação era "fascista" e não "racista".
Naturalmente, a linha que divide o fascismo do racismo é muito tênue e difícil de caminhar por ela sem pisar nos dois lados. O fascismo foi o termo utilizado para descrever o movimento italiano nacionalista de extrema direita (fascio, expressão idiomática italiana para combate) fundado por Benito Mussolini, ditador italiano. Ele foi o principal aliado europeu de Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial. Hitler foi autor de uma das campanhas de limpeza étnica mais atrozes da história.
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