quinta-feira, 17 de julho de 2008

A busca do sonho italiano - parte 1

Futsal: peneirão no Juvenil é o primeiro passo para o sonho de jogar na Europa


Qualquer criança que pensa em ser jogador de futebol tem dois objetivos na vida: o primeiro é de vestir a camisa amarelinha da seleção brasileira, para conseqüentemente jogar em um grande clube na Europa. Mas os novos tempos do futebol acabam por inverter esse quadro, atualmente na grande maioria dos casos o garoto primeiro vai para Europa para só depois ser convocado para a seleção. A nossa região é conhecida mundialmente por ser exportadora de jogadores de futsal. Muitos atletas, e muitos deles, por terem descendência italiana, encontram no país da "bota", a grande chance de serem profissionais de futsal, e vestirem a camisa da seleção em um mundial, mas desta vez a camisa não é a amarelinha não, mas sim a "azzurra", como o que já acontece com alguns passo-fundenses.

Neste domingo, no ginásio do Clube Recreativo Juvenil, alguns jovens da região tiveram oportunidade de iniciar a busca por esse sonho de jogar na Itália. Cerca de 80 atletas estiveram reunidos sob o comando do técnico Javali, onde realizaram um peneirão. O Javali, que trabalhou com quase todos os atletas de Passo Fundo que hoje atuam no futsal europeu, destacou a qualidade de todos os candidatos. "Eu fiquei bastante impressionado com o número de atletas para essa peneira, e muito feliz pela qualidade que mostraram aqui hoje", disse o experiente treinador. Na seletiva estavam presentes jogadores nascidos desde 1987 até 1993, todos sendo observados atentamente pelo empresário brasileiro Giovani Radaelli, que atuou como goleiro na Itália até o término desta temporada, e agora se dedicará exclusivamente ao trabalho de levar atletas para a Europa. Radaelli falou que o mercado italiano está cada vez mais aberto para jogadores brasileiros, e principalmente os nascidos no Rio Grande do Sul, com descendência italiana. "A Itália é um lugar muito bom para esses garotos tentarem a vida de jogador profissional. O meu trabalho é fazer toda a parte burocrática e apresentar esses garotos aos clubes", o empresário disse ainda que num processo deste é preciso ter muito cuidado, uma vez que se mexe com o sonho destes jovens. "É um trabalho que precisa de muita dedicação e seriedade. Não podemos levar o atleta para Itália e larga-lo lá, sem condições, sem um contrato para assinar. É preciso ter responsabilidade com a vida destes garotos", Radaelli disse que não leva nenhum jogador sem antes ter analisado toda a documentação para conseguir a cidadania italiana, e ainda sem ter um clube já previamente indicado para o atleta conhecer, e se chegar a um acordo para assinar um contrato. "Digo que o mercado italiano é bom para esses jogadores por dois motivos: o primeiro é a qualidade do atleta, que nisso o brasileiro é inquestionável, e também pelo motivo de que cada equipe na Itália é obrigada a ter pelo menos três jogadores de menos de 21 anos entre os 12 relacionados para um jogo", informou Giovani Radaelli.

O que já deu certo


Um dos atletas que saíram do futsal de Passo Fundo e conseguiu um bom contrato na Itália é o pivô Zé Renato. O jogador que atuou nas categorias de base da Semeato, e com 17 anos já estava nos profissionais do extinto time da UPF. Zé Renato jogou em alguns times da região antes de seguir para Itália, entre eles o Atlântico de Erechim, o Tapejara, e em Santa Catarina no Joaçaba. E foi justamente quando estava no time catarinense que recebeu a proposta para jogar na Europa. "Eu estava no Joaçaba em 2004, e era o goleador do campeonato catarinense, e já tinha sido o artilheiro da Copa SC. Foi aí que um empresário me viu jogando e me fez a proposta para ir atuar na Itália". Zé Renato, que joga no Torrino, de Roma, desde que chegou no país italiano, conta que não teve maiores problemas com adaptação dentro de quadra, uma vez que em sua primeira temporada fez 24 gols em 18 jogos, mas fora dela o negócio foi mais complicado. "Cheguei lá e não sabia nem pedir água em italiano. Agradeço muito a minha esposa, que depois de um tempo foi morar lá comigo, e como ela já falava italiano facilitou muito minha vida". Zé Renato que acabou de renovar seu contrato com o time da capital até 2010, teve na temporada 2006/2007 a sua melhor fase, quando fez incríveis 38 gols. Esses gols levaram o jogador, que é bisneto de italiano, a seleção azzurra, onde foi convocado para um amistoso contra a Holanda. "Fiz uma grande temporada que me levou para a seleção italiana. Agora meu objetivo é começar bem o italiano, que tem início no começo do segundo semestre, para tentar uma vaga na seleção que vai disputar o Mundial de Futsal que será realizado aqui no Brasil." O Mundial de Futsal será disputado no Brasil entre os dias 30 de setembro e 19 de outubro e terá como sedes o Rio de Janeiro e Brasília.

(Texto e fotos: Marcelo Alexandre Becker/ON)

2 comentários:

  1. DINHO, UNO DI NOI!!!

    FORZA MILAN!

    Mto boa a nova foto do blog.
    Potter

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  2. Por favor me ajudem eu quero realizar meu sonho ser jogadora de futsal .

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