segunda-feira, 22 de setembro de 2008

ON # 057 - Esqueçam Coubertin; Futebol e Política

Esqueçam Coubertin


Nunca pensei na expressão texto reciclável, ou reutilizável, mas após quatro anos, o que escrevi depois das Olimpíadas e Paraolimpíadas de Atenas serve para um Ctrl + C / Ctrl + V da máquina:

"Nossos atletas paraolímpicos deram exemplo de competitividade. Além de baterem o recorde de medalhas de Sydney e de longe o número dos 'atletas' 'olímpicos' 'brasileiros', mostram incrível capacidade de superação. Sem tomar conhecimento da ultrapassada máxima do Barão de Coubertin 'o importante é competir', os paraatletas levam ouros, quebram marcas e prometem mais medalhas. Aliás, a máxima acima foi muito utilizada pelos atletas brasileiros, sem qualquer tipo de deficiência, nas últimas olimpíadas. Uma situação inusitada, pois se os atletas reclamam do pouco incentivo, da dificuldade em ser 'atleta' no Brasil (o que realmente existe), pense nos paraatletas...

Temos por exemplo o nosso Michael Phelps, Clodoaldo da Silva (o de hoje é Daniel Dias). Teve paralisia infantil e não tem movimentos nas pernas (o de hoje tem má-formação congênita dos membros superiores e perna direita). Discurso antes das Olimpíadas: 'Quero vencer todas as provas que disputar' em tom decidido. Resultado: seis ouros e uma prata (o de hoje conquistou nove medalhas, sendo quatro delas de ouro, subiu ao pódio em todas as provas que disputou e bateu três recordes mundiais, além de um paraolímpico, e foi apenas a primeira participação).

Chega de hipocrisia. Todo mundo quer ganhar. Discursos politicamente corretos como 'valeu por ter estado em uma olimpíada' valem mais como 'pelo menos conheci a Grécia (China) de graça.' Ou então aquela nuvem que cobre algumas equipes brasileiras que chegam a alguma final: 'pelo menos já garantimos a prata.' E realmente ganham. A prata, claro. Na próxima Olimpíada (Londres) mandamos apenas velejadores, judocas e o vôlei. Nossa prioridade serão os paraatletas..."

(Foto: Divulgação)


Futebol e política


Essa semana recebi uma carta, não foi um e-mail, uma carta, do leitor Frederico da Silva. Nela um recorte da coluna Bola Dividida, do jornalista de Zero Hora Mário Marcos de Souza, de 8 de setembro, a segunda-feira após a vitória do Brasil sobre o Chile pelas Eliminatórias: 3 a 0 e um banho de bola nos andinos.

Nela Frederico questiona a coluna Tudo tem sua lógica futebolística do mesmo dia que cita as declarações do goleiro Julio Cesar ao presidente Lula sobre os comentários de que os brasileiros fazem corpo mole na seleção e elogios a Messi.

Veja bem Frederico, apenas citei as respostas do goleiro da Inter de Milão. Mas não fujo do tema: não concordo que o presidente da República teça comentários a respeito de algo que não domina, como Lula tem o costume de fazer, mesmo (e mais ainda) em razão do cargo que ocupa ou porque o país tem 180 milhões de técnicos.

Não vivi a época, talvez exagero, mas a história não lembra com bons olhos a "interferência" do chefe do estado no futebol nacional (leia-se João Saldanha).

(Foto: Reprodução)

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