Frase da semana
"Alguns jogadores não estão vestindo a camisa. Se não quiserem, que vão embora!"
Do atacante Dingo, do Passo Fundo, após a derrota para o Guarani-VA no meio da semana. O garoto de 19 anos pode ter pecado pela inexperiência, mas para alguns casos não deixou de falar uma verdade. O tempo de alegar baixo condicionamento passou. Falta qualidade? Falta. Só não pode faltar disposição. O técnico Celso Freitas que o diga. "Não estamos tendo sequer indignação," lamentava decepcionado.
D'Ale, D'Ale
O craque argentino que chegou ao Beira-Rio por uma mala de dinheiro e um certo olhar de desconfiança, justificou os 7 milhões de dólares - 15 milhões de reais - e acabou de vez com o descrédito que carregava pelas passagens apagadas no exterior com um banho de bola em um Gre-Nal que vai ficar inesquecível para os colorados. D'Alessandro entra para o rol de grandes jogadores dos clássicos.
(Foto: Itamar Aguiar/Vipcomm)
Torcida pelo árbitro
Começa nesta terça-feira a Copa do Mundo Fifa da modalidade. Pela primeira vez no Brasil, o torneio terá a participação de um passo-fundense. E não será com a bola no pé. Mas com o apito na mão. Tales Goulart é o único brasileiro titular - Giselle Torri fica como reserva. Na última semana o árbitro foi aprovado no teste físico, motivo de apreensão para ele e a família. Até a estréia participa do curso técnico com os instrutores Fifa, para que em todas partidas exista um padrão de arbitragem. Nesta semana fique ligado na estréia do Brasil e de Tales.
(Foto: arquivo pessoal)
Aula de marketing
O torcedor que não tira o Timão da cabeça (conheço um), agora também não precisa tirá-lo do pé. A Nike lança a nova linha Corinthians, para dar uma amenizada no relacionamento entre os dois, que estava abalado nos últimos meses. O modelo de tênis é personalizado para os torcedores do clube. Disponível na cor preta e na branca, o calçado exibe o escudo do time na parte de trás, além de contar com as cinco estrelas comemorativas dos brasileiros e do Mundial. O produto faz parte da estratégia da multinacional e do time para atrair mais torcedores. É mole!
(Foto: Divulgação)
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Ele marca mais que lateral
George Lucas: o lateral-direito formado no futsal passo-fundense fala sobre a segunda temporada no Celta de Vigo, a vida na Espanha, seleção brasileira, rebaixamento e "marcação"
O Nacional - Como foi a última temporada?
George Lucas - De 43 jogos do Celta entre Liga, Copa do Rei e Regional, participei de 34. É difícil isso porque os técnicos revezam muito os jogadores. Meu reserva se machucou e isso colaborou. Só não participei dos primeiros porque me recuperava da cirurgia (fíbula e ligamentos do tornozelo).
Foi isso que me atrasou. No primeiro ano que fui para lá foram só quatro jogos. Na época o time estava na Série A. Fui o segundo melhor em campo contra o Barcelona e a lesão veio contra o Nástic. Operei lá e acabei retornando muito rápido. Agravou. Aí tive que operar de novo, duas vezes, mas no Brasil, com o Rodrigo Lasmar, médico do Atlético/MG e da seleção brasileira.
Acabei ficando quase um ano parado o que era para ser cinco meses. Aqui tive ajuda importante na minha recuperação dos fisioterapeutas Carlos de Maman e Gilnei Pimentel, professor da UPF. É complicado isso cara, porque tinha começado bem o campeonato. Se tivesse jogado aquele ano podia estar hoje até na seleção. Atrapalhou muito. O time acabou indo mal e caiu para segundona.
ON - Mudou muito a sua maneira de jogar?
GL - O futebol lá é mais ou menos o mesmo em todo lugar. São duas linhas de quatro e pronto. Lá jogo de lateral mesmo. Depois que a gente vai para lá se dá conta das diferenças daqui para lá. Não é tanto a marcação, mas é uma cultura tática. Tem pegada também, mas muito posicionamento. É eu contra o ponta da esquerda o jogo inteiro. Muita velocidade e intensidade. A segunda divisão então é muito mais pegada, jogo aéreo, bola por cima, e os pequenos jogando a vida contra a gente.
ON - Você tem contrato até 2011. Continua?
GL - Espero continuar, mas existem propostas da Espanha mesmo, França, Portugal e Brasil. Penso que ainda tenho mercado na Europa. O Wagner Cruz (empresário) está cuidando disso tudo. O Celta é um clube grande, como Grêmio ou Internacional aqui. Ir para um clube menor da primeira divisão não seria interessante. Inclusive se ficar mais um ano consigo o passaporte espanhol também. Já possuo o italiano. Não vai mudar muita coisa, mas futuramente pode ser importante.
ON - O que aconteceu que o time não subiu?
GL - O meio da tabela ficou todo embolado. Estávamos em 6º e nos últimos quatro jogos ganhamos apenas um jogo. Acabamos em 16º. Na temporada em que o time caiu, estava mal no espanhol, mas foi a semifinal da Copa Uefa. Nessa de priorizar o torneio europeu acabou descendo. E o ruim é que o investimento para a volta foi alto nessa temporada. Como não subimos, a verba diminuiu bastante.
ON - Alguma vez o pagamento atrasou?
GL - Lá eles pagam de uma maneira muito boa. Aqui no Brasil deveria ser feito assim. O Celta e mais nove ou dez clubes fazem isso. É pago uma porcentagem por mês do salário anual e o resto fica guardado. É feito uma soma e você só recebe mais ou menos o que precisa para viver. O resto é pago no final, quando acaba a temporada. É bom porque você se programa e não coloca dinheiro fora. Seria uma poupança forçada que o próprio clube faz. Você não vê ex-jogador mal de grana.
ON - E agora com a Espanha campeã da Euro?
GL - Eles tinham esse sonho, se preparam para ganhar, mas o problema agora vai ser agüentar eles. São muito "marrentos". Não sofri tanto porque sempre tem bastante brasileiro. E o que menos tem lá é espanhol. Tem gente de todos os países da América do Sul e Europa. Quando cheguei tinha o Iriney, o Fernando Baiano, o Nenê, o Roberto e o Éverton Giovanella de brasileiros. Os argentinos também são complicados. Quando cheguei o Placente, lateral-esquerdo, acabou indo para o banco.
Nessa última temporada ficaram eu, o Roberto (ex-Guarani e seleção sub-20) e o Diego Costa (ex-Atlético de Madrid). O Mazinho foi ídolo e ainda vive lá. Além do Giovanella que inclusive foi homenageado no último jogo. O sonho dele era encerrar a carreira lá, mas teve aquela acusação de doping. Ele nunca tomou nada. O cara até os 34 anos - 8 deles no Celta. Era o nosso pai lá.
ON - Você pensa na seleção brasileira?
GL - Claro. Sei que o Dunga me conhece e me chamaria se estivesse jogando em uma primeira divisão. Quem sabe as coisas mudam e surge uma oportunidade. Acredito muito no Rafinha, do Schalke 04, da Alemanha. É jovem e tem jogado como lateral mesmo, assim como eu.
ON - Você já passou por três rebaixamentos (Grêmio, Atlético-MG e Celta).
GL - Isso é o que me deixa mais triste. Porque se for analisar. No Celta não joguei, mas estava no grupo, assim como fui campeão da Copa do Brasil em 2001, porque fiquei no banco dois jogos. No final de 2003 estávamos mal, mas fui bem e tive muitas propostas. Nos últimos seis jogos fiz cinco gols. Terminei com nove no Brasileiro. Fiquei e em 2004 acabei jogando apenas oito jogos com o Adílson Batista. Mas não guardo mágoa de ninguém. Hoje marco mais que qualquer lateral (risos).
Ficha Técnica:
George Lucas
Nome: George Lucas Coser
Idade: 24 anos (20/02/1984)
Natural: Tapejara/RS
Altura: 1,75m Peso: 72kg
Posição: Lateral-esquerdo Número: 12
Clubes: Grêmio, Atlético-MG, Celta de Vigo/ESP
(Colaboração e fotos: Marcelo Alexandre Becker)
Entrevista concedida no dia 3 de julho deste ano em visita a sede de O Nacional durante as férias do jogador em Passo Fundo
O Nacional - Como foi a última temporada?
George Lucas - De 43 jogos do Celta entre Liga, Copa do Rei e Regional, participei de 34. É difícil isso porque os técnicos revezam muito os jogadores. Meu reserva se machucou e isso colaborou. Só não participei dos primeiros porque me recuperava da cirurgia (fíbula e ligamentos do tornozelo).
Foi isso que me atrasou. No primeiro ano que fui para lá foram só quatro jogos. Na época o time estava na Série A. Fui o segundo melhor em campo contra o Barcelona e a lesão veio contra o Nástic. Operei lá e acabei retornando muito rápido. Agravou. Aí tive que operar de novo, duas vezes, mas no Brasil, com o Rodrigo Lasmar, médico do Atlético/MG e da seleção brasileira.
Acabei ficando quase um ano parado o que era para ser cinco meses. Aqui tive ajuda importante na minha recuperação dos fisioterapeutas Carlos de Maman e Gilnei Pimentel, professor da UPF. É complicado isso cara, porque tinha começado bem o campeonato. Se tivesse jogado aquele ano podia estar hoje até na seleção. Atrapalhou muito. O time acabou indo mal e caiu para segundona.
ON - Mudou muito a sua maneira de jogar?
GL - O futebol lá é mais ou menos o mesmo em todo lugar. São duas linhas de quatro e pronto. Lá jogo de lateral mesmo. Depois que a gente vai para lá se dá conta das diferenças daqui para lá. Não é tanto a marcação, mas é uma cultura tática. Tem pegada também, mas muito posicionamento. É eu contra o ponta da esquerda o jogo inteiro. Muita velocidade e intensidade. A segunda divisão então é muito mais pegada, jogo aéreo, bola por cima, e os pequenos jogando a vida contra a gente.
ON - Você tem contrato até 2011. Continua?
GL - Espero continuar, mas existem propostas da Espanha mesmo, França, Portugal e Brasil. Penso que ainda tenho mercado na Europa. O Wagner Cruz (empresário) está cuidando disso tudo. O Celta é um clube grande, como Grêmio ou Internacional aqui. Ir para um clube menor da primeira divisão não seria interessante. Inclusive se ficar mais um ano consigo o passaporte espanhol também. Já possuo o italiano. Não vai mudar muita coisa, mas futuramente pode ser importante.
ON - O que aconteceu que o time não subiu?
GL - O meio da tabela ficou todo embolado. Estávamos em 6º e nos últimos quatro jogos ganhamos apenas um jogo. Acabamos em 16º. Na temporada em que o time caiu, estava mal no espanhol, mas foi a semifinal da Copa Uefa. Nessa de priorizar o torneio europeu acabou descendo. E o ruim é que o investimento para a volta foi alto nessa temporada. Como não subimos, a verba diminuiu bastante.
ON - Alguma vez o pagamento atrasou?
GL - Lá eles pagam de uma maneira muito boa. Aqui no Brasil deveria ser feito assim. O Celta e mais nove ou dez clubes fazem isso. É pago uma porcentagem por mês do salário anual e o resto fica guardado. É feito uma soma e você só recebe mais ou menos o que precisa para viver. O resto é pago no final, quando acaba a temporada. É bom porque você se programa e não coloca dinheiro fora. Seria uma poupança forçada que o próprio clube faz. Você não vê ex-jogador mal de grana.
ON - E agora com a Espanha campeã da Euro?
GL - Eles tinham esse sonho, se preparam para ganhar, mas o problema agora vai ser agüentar eles. São muito "marrentos". Não sofri tanto porque sempre tem bastante brasileiro. E o que menos tem lá é espanhol. Tem gente de todos os países da América do Sul e Europa. Quando cheguei tinha o Iriney, o Fernando Baiano, o Nenê, o Roberto e o Éverton Giovanella de brasileiros. Os argentinos também são complicados. Quando cheguei o Placente, lateral-esquerdo, acabou indo para o banco.
Nessa última temporada ficaram eu, o Roberto (ex-Guarani e seleção sub-20) e o Diego Costa (ex-Atlético de Madrid). O Mazinho foi ídolo e ainda vive lá. Além do Giovanella que inclusive foi homenageado no último jogo. O sonho dele era encerrar a carreira lá, mas teve aquela acusação de doping. Ele nunca tomou nada. O cara até os 34 anos - 8 deles no Celta. Era o nosso pai lá.
ON - Você pensa na seleção brasileira?
GL - Claro. Sei que o Dunga me conhece e me chamaria se estivesse jogando em uma primeira divisão. Quem sabe as coisas mudam e surge uma oportunidade. Acredito muito no Rafinha, do Schalke 04, da Alemanha. É jovem e tem jogado como lateral mesmo, assim como eu.
ON - Você já passou por três rebaixamentos (Grêmio, Atlético-MG e Celta).
GL - Isso é o que me deixa mais triste. Porque se for analisar. No Celta não joguei, mas estava no grupo, assim como fui campeão da Copa do Brasil em 2001, porque fiquei no banco dois jogos. No final de 2003 estávamos mal, mas fui bem e tive muitas propostas. Nos últimos seis jogos fiz cinco gols. Terminei com nove no Brasileiro. Fiquei e em 2004 acabei jogando apenas oito jogos com o Adílson Batista. Mas não guardo mágoa de ninguém. Hoje marco mais que qualquer lateral (risos).
Ficha Técnica:
George Lucas
Nome: George Lucas Coser
Idade: 24 anos (20/02/1984)
Natural: Tapejara/RS
Altura: 1,75m Peso: 72kg
Posição: Lateral-esquerdo Número: 12
Clubes: Grêmio, Atlético-MG, Celta de Vigo/ESP
(Colaboração e fotos: Marcelo Alexandre Becker)
Entrevista concedida no dia 3 de julho deste ano em visita a sede de O Nacional durante as férias do jogador em Passo Fundo
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
ON # 057 - Esqueçam Coubertin; Futebol e Política
Esqueçam Coubertin
Nunca pensei na expressão texto reciclável, ou reutilizável, mas após quatro anos, o que escrevi depois das Olimpíadas e Paraolimpíadas de Atenas serve para um Ctrl + C / Ctrl + V da máquina:
"Nossos atletas paraolímpicos deram exemplo de competitividade. Além de baterem o recorde de medalhas de Sydney e de longe o número dos 'atletas' 'olímpicos' 'brasileiros', mostram incrível capacidade de superação. Sem tomar conhecimento da ultrapassada máxima do Barão de Coubertin 'o importante é competir', os paraatletas levam ouros, quebram marcas e prometem mais medalhas. Aliás, a máxima acima foi muito utilizada pelos atletas brasileiros, sem qualquer tipo de deficiência, nas últimas olimpíadas. Uma situação inusitada, pois se os atletas reclamam do pouco incentivo, da dificuldade em ser 'atleta' no Brasil (o que realmente existe), pense nos paraatletas...
Temos por exemplo o nosso Michael Phelps, Clodoaldo da Silva (o de hoje é Daniel Dias). Teve paralisia infantil e não tem movimentos nas pernas (o de hoje tem má-formação congênita dos membros superiores e perna direita). Discurso antes das Olimpíadas: 'Quero vencer todas as provas que disputar' em tom decidido. Resultado: seis ouros e uma prata (o de hoje conquistou nove medalhas, sendo quatro delas de ouro, subiu ao pódio em todas as provas que disputou e bateu três recordes mundiais, além de um paraolímpico, e foi apenas a primeira participação).
Chega de hipocrisia. Todo mundo quer ganhar. Discursos politicamente corretos como 'valeu por ter estado em uma olimpíada' valem mais como 'pelo menos conheci a Grécia (China) de graça.' Ou então aquela nuvem que cobre algumas equipes brasileiras que chegam a alguma final: 'pelo menos já garantimos a prata.' E realmente ganham. A prata, claro. Na próxima Olimpíada (Londres) mandamos apenas velejadores, judocas e o vôlei. Nossa prioridade serão os paraatletas..."
(Foto: Divulgação)
Futebol e política
Essa semana recebi uma carta, não foi um e-mail, uma carta, do leitor Frederico da Silva. Nela um recorte da coluna Bola Dividida, do jornalista de Zero Hora Mário Marcos de Souza, de 8 de setembro, a segunda-feira após a vitória do Brasil sobre o Chile pelas Eliminatórias: 3 a 0 e um banho de bola nos andinos.
Nela Frederico questiona a coluna Tudo tem sua lógica futebolística do mesmo dia que cita as declarações do goleiro Julio Cesar ao presidente Lula sobre os comentários de que os brasileiros fazem corpo mole na seleção e elogios a Messi.
Veja bem Frederico, apenas citei as respostas do goleiro da Inter de Milão. Mas não fujo do tema: não concordo que o presidente da República teça comentários a respeito de algo que não domina, como Lula tem o costume de fazer, mesmo (e mais ainda) em razão do cargo que ocupa ou porque o país tem 180 milhões de técnicos.
Não vivi a época, talvez exagero, mas a história não lembra com bons olhos a "interferência" do chefe do estado no futebol nacional (leia-se João Saldanha).
(Foto: Reprodução)
Nunca pensei na expressão texto reciclável, ou reutilizável, mas após quatro anos, o que escrevi depois das Olimpíadas e Paraolimpíadas de Atenas serve para um Ctrl + C / Ctrl + V da máquina:
"Nossos atletas paraolímpicos deram exemplo de competitividade. Além de baterem o recorde de medalhas de Sydney e de longe o número dos 'atletas' 'olímpicos' 'brasileiros', mostram incrível capacidade de superação. Sem tomar conhecimento da ultrapassada máxima do Barão de Coubertin 'o importante é competir', os paraatletas levam ouros, quebram marcas e prometem mais medalhas. Aliás, a máxima acima foi muito utilizada pelos atletas brasileiros, sem qualquer tipo de deficiência, nas últimas olimpíadas. Uma situação inusitada, pois se os atletas reclamam do pouco incentivo, da dificuldade em ser 'atleta' no Brasil (o que realmente existe), pense nos paraatletas...
Temos por exemplo o nosso Michael Phelps, Clodoaldo da Silva (o de hoje é Daniel Dias). Teve paralisia infantil e não tem movimentos nas pernas (o de hoje tem má-formação congênita dos membros superiores e perna direita). Discurso antes das Olimpíadas: 'Quero vencer todas as provas que disputar' em tom decidido. Resultado: seis ouros e uma prata (o de hoje conquistou nove medalhas, sendo quatro delas de ouro, subiu ao pódio em todas as provas que disputou e bateu três recordes mundiais, além de um paraolímpico, e foi apenas a primeira participação).
Chega de hipocrisia. Todo mundo quer ganhar. Discursos politicamente corretos como 'valeu por ter estado em uma olimpíada' valem mais como 'pelo menos conheci a Grécia (China) de graça.' Ou então aquela nuvem que cobre algumas equipes brasileiras que chegam a alguma final: 'pelo menos já garantimos a prata.' E realmente ganham. A prata, claro. Na próxima Olimpíada (Londres) mandamos apenas velejadores, judocas e o vôlei. Nossa prioridade serão os paraatletas..."
(Foto: Divulgação)
Futebol e política
Essa semana recebi uma carta, não foi um e-mail, uma carta, do leitor Frederico da Silva. Nela um recorte da coluna Bola Dividida, do jornalista de Zero Hora Mário Marcos de Souza, de 8 de setembro, a segunda-feira após a vitória do Brasil sobre o Chile pelas Eliminatórias: 3 a 0 e um banho de bola nos andinos.
Nela Frederico questiona a coluna Tudo tem sua lógica futebolística do mesmo dia que cita as declarações do goleiro Julio Cesar ao presidente Lula sobre os comentários de que os brasileiros fazem corpo mole na seleção e elogios a Messi.
Veja bem Frederico, apenas citei as respostas do goleiro da Inter de Milão. Mas não fujo do tema: não concordo que o presidente da República teça comentários a respeito de algo que não domina, como Lula tem o costume de fazer, mesmo (e mais ainda) em razão do cargo que ocupa ou porque o país tem 180 milhões de técnicos.
Não vivi a época, talvez exagero, mas a história não lembra com bons olhos a "interferência" do chefe do estado no futebol nacional (leia-se João Saldanha).
(Foto: Reprodução)
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Por um lugar entre os 14
Futsal: passo-fundense Maurício Cebola é pré-convocado pelo Brasil para Copa do Mundo
A comissão técnica da seleção brasileira divulgou na última sexta-feira a lista dos pré-convocados para a Copa do Mundo. A competição acontece no Brasil entre os dias 30 de setembro e 19 de outubro, tendo como sedes Brasília (DF) e Rio de Janeiro (RJ). A lista definitiva, com 14 atletas, será divulgada até o dia 16.
A lista contempla jogadores convocados nos últimos três anos. Uma das novidades foi a inclusão do goleiro Danilo, com passagem pela APE, atualmente no Carlos Barbosa. Aos 34 anos, o atleta foi chamado pela primeira vez. "Ele vem se destacando desde a Liga de 2006", declarou o supervisor Reinaldo Simões.
A seleção estréia dia 30, em Brasília (DF), contra o Japão. O Brasil está no grupo A, que tem Rússia, Cuba e Ilhas Salomão. Atual bicampeã, a Espanha está no D, com Rep. Tcheca, Irã, Uruguai e Líbia. A chave B conta com Itália, Portugal, Tailândia, Paraguai e EUA. A C tem Argentina, Ucrânia, China, Guatemala e Egito.
De acordo com Simões a maior preocupação do Brasil na primeira fase é com os russos. "Apesar de todos os esforços não conseguimos realizar nenhum confronto contra eles nestes anos de preparação", declarou o supervisor. "Temos que destacar também o crescimento do Japão, mas todos merecem atenção especial".
A boa surpresa passo-fundense
A boa surpresa da lista foi a presença do ala-pivô passo-fundense Maurício, do El Pozo Múrcia, da Espanha. De férias na cidade em julho, o jogador falou a ON que ainda nutria pequena esperança de jogar pelo Brasil, depois da convocação para três amistosos contra a Eslovênia, no ano passado na Europa. "Joguei poucos minutos nos dois primeiros e no outro quase o tempo inteiro. Tive uma recepção muito boa do PC (técnico). Espero ser convocado novamente," comentava na época.
Porém o ala também já cogitava a possibilidade de defender a seleção espanhola após cinco temporadas no país e uma renovação de contrato com o clube por mais 4 anos. "Acho mais fácil ser convocado pela Espanha. Teria que abdicar da seleção brasileira. Penso todo dia nisso," desabafava. "Antes de ser convocado para o amistoso contra a Eslovênia pensava em defender a Espanha. Mas quando o Reinaldo te liga dizendo que você está convocado pesa muito," contava o jogador a ON.
Festa em Passo Fundo e Múrcia
A mãe do jogador, que mora em Passo Fundo, Gorete Guterres, não escondeu a alegria pela convocação do filho, porém realista, acha difícil que ele fique entre os 14 que vão ao Mundial. "Estou muito feliz por ele, sei que talvez ele não seja chamado, mas estamos contentes por ele estar entre os 21 lembrados."
Maurício se mostrou surpreso com a convocação. "Nem esperava estar entre os 21. Bastante gente que sempre era convocada acabou ficando fora. Mas estou satisfeito." Caso o jogador fique entre os 14, a seleção espanhola perde um reforço. "É difícil (ficar entre os 14), mas estamos aí né!," brinca.
Colegas convocados
No El Pozo Murcia foram apenas dois jogos pela Liga e duas vitórias nesta temporada. Durante o Mundial o campeonato dá uma parada. Além de Maurício, outros três jogadores do time foram pré-convocados para seleção: o fixo Ciço, o ala Vinicius e o pivô Wilde. Outros quatro atletas foram chamados pela Espanha: o goleiro Juanjo, o fixo Kike e o ala Alvaro, ambos espanhóis, e o pivô Marcelo, brasileiro naturalizado. O goleiro Caio, com passagem pelo futsal passo-fundense defende a Itália no Mundial. "A esperança é a ultima que morre," brinca Cebola.
Goleiros
Rogério (Joinville/Krona/DalPonte)
Franklin (Malwee Futsal)
Danilo (Carlos Barbosa)
Tiago (Malwee Futsal)
Fixos
Carlinhos (Lobelle de Santiago-ESP)
Schumacher (Interviu Movistar-ESP)
Ciço (El Pozo Múrcia-ESP)
Jonas (Ulbra/Suzano)
Alas
Marquinho (Interviu Movistar-ESP)
Rafael (Playas de Castellón-ESP)
Gabriel (Interviu Movistar-ESP)
Maurício (El Pozo Múrcia-ESP)
Vinícius (El Pozo Múrcia-ESP)
Valdin (Cortiana/UCS/AFF)
Falcão (Malwee Futsal)
Ari (Malwee Futsal)
Pivôs
Betão (Interviu Movistar-ESP)
Wilde (El Pozo Múrcia-ESP)
Lukaian (MRA Navarra-ESP)
Lenísio (Malwee Futsal)
Willian (Malwee Futsal)
(Foto: Arquivo Pessoal)
Matéria realizada no início de setembro. Na relação dos 14 que vão ao Mundial divulgada na semana passada pelo técnico PC, o passo-fundense acabou ficando de fora, preterido por nomes mais experientes como Falcão e cia. Fica para o futuro...
A comissão técnica da seleção brasileira divulgou na última sexta-feira a lista dos pré-convocados para a Copa do Mundo. A competição acontece no Brasil entre os dias 30 de setembro e 19 de outubro, tendo como sedes Brasília (DF) e Rio de Janeiro (RJ). A lista definitiva, com 14 atletas, será divulgada até o dia 16.
A lista contempla jogadores convocados nos últimos três anos. Uma das novidades foi a inclusão do goleiro Danilo, com passagem pela APE, atualmente no Carlos Barbosa. Aos 34 anos, o atleta foi chamado pela primeira vez. "Ele vem se destacando desde a Liga de 2006", declarou o supervisor Reinaldo Simões.
A seleção estréia dia 30, em Brasília (DF), contra o Japão. O Brasil está no grupo A, que tem Rússia, Cuba e Ilhas Salomão. Atual bicampeã, a Espanha está no D, com Rep. Tcheca, Irã, Uruguai e Líbia. A chave B conta com Itália, Portugal, Tailândia, Paraguai e EUA. A C tem Argentina, Ucrânia, China, Guatemala e Egito.
De acordo com Simões a maior preocupação do Brasil na primeira fase é com os russos. "Apesar de todos os esforços não conseguimos realizar nenhum confronto contra eles nestes anos de preparação", declarou o supervisor. "Temos que destacar também o crescimento do Japão, mas todos merecem atenção especial".
A boa surpresa passo-fundense
A boa surpresa da lista foi a presença do ala-pivô passo-fundense Maurício, do El Pozo Múrcia, da Espanha. De férias na cidade em julho, o jogador falou a ON que ainda nutria pequena esperança de jogar pelo Brasil, depois da convocação para três amistosos contra a Eslovênia, no ano passado na Europa. "Joguei poucos minutos nos dois primeiros e no outro quase o tempo inteiro. Tive uma recepção muito boa do PC (técnico). Espero ser convocado novamente," comentava na época.
Porém o ala também já cogitava a possibilidade de defender a seleção espanhola após cinco temporadas no país e uma renovação de contrato com o clube por mais 4 anos. "Acho mais fácil ser convocado pela Espanha. Teria que abdicar da seleção brasileira. Penso todo dia nisso," desabafava. "Antes de ser convocado para o amistoso contra a Eslovênia pensava em defender a Espanha. Mas quando o Reinaldo te liga dizendo que você está convocado pesa muito," contava o jogador a ON.
Festa em Passo Fundo e Múrcia
A mãe do jogador, que mora em Passo Fundo, Gorete Guterres, não escondeu a alegria pela convocação do filho, porém realista, acha difícil que ele fique entre os 14 que vão ao Mundial. "Estou muito feliz por ele, sei que talvez ele não seja chamado, mas estamos contentes por ele estar entre os 21 lembrados."
Maurício se mostrou surpreso com a convocação. "Nem esperava estar entre os 21. Bastante gente que sempre era convocada acabou ficando fora. Mas estou satisfeito." Caso o jogador fique entre os 14, a seleção espanhola perde um reforço. "É difícil (ficar entre os 14), mas estamos aí né!," brinca.
Colegas convocados
No El Pozo Murcia foram apenas dois jogos pela Liga e duas vitórias nesta temporada. Durante o Mundial o campeonato dá uma parada. Além de Maurício, outros três jogadores do time foram pré-convocados para seleção: o fixo Ciço, o ala Vinicius e o pivô Wilde. Outros quatro atletas foram chamados pela Espanha: o goleiro Juanjo, o fixo Kike e o ala Alvaro, ambos espanhóis, e o pivô Marcelo, brasileiro naturalizado. O goleiro Caio, com passagem pelo futsal passo-fundense defende a Itália no Mundial. "A esperança é a ultima que morre," brinca Cebola.
Goleiros
Rogério (Joinville/Krona/DalPonte)
Franklin (Malwee Futsal)
Danilo (Carlos Barbosa)
Tiago (Malwee Futsal)
Fixos
Carlinhos (Lobelle de Santiago-ESP)
Schumacher (Interviu Movistar-ESP)
Ciço (El Pozo Múrcia-ESP)
Jonas (Ulbra/Suzano)
Alas
Marquinho (Interviu Movistar-ESP)
Rafael (Playas de Castellón-ESP)
Gabriel (Interviu Movistar-ESP)
Maurício (El Pozo Múrcia-ESP)
Vinícius (El Pozo Múrcia-ESP)
Valdin (Cortiana/UCS/AFF)
Falcão (Malwee Futsal)
Ari (Malwee Futsal)
Pivôs
Betão (Interviu Movistar-ESP)
Wilde (El Pozo Múrcia-ESP)
Lukaian (MRA Navarra-ESP)
Lenísio (Malwee Futsal)
Willian (Malwee Futsal)
(Foto: Arquivo Pessoal)
Matéria realizada no início de setembro. Na relação dos 14 que vão ao Mundial divulgada na semana passada pelo técnico PC, o passo-fundense acabou ficando de fora, preterido por nomes mais experientes como Falcão e cia. Fica para o futuro...
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
ON # 056 - "Virei boliviano!"
"Virei boliviano!"
"Torci por um gol da Bolívia que não veio..." Começou assim a mensagem do amigo e jornalista carioca Fernando Neves, no dia seguinte ao empate da seleção de Dunga com a equipe do país de Evo. "Está provado que a culpa não é da altitude," brinca. Quando falou nisso, lembrei da coluna do Enrique Aznar, "o homem mais irado da cidade", na edição de abril da revista Placar: "Já vi jogador morrer em acidente de carro, ataque do coração, hérnia de disco, tiro, fome. Mas nunca por causa da altitude. Só se teve algum que se jogou de um prédio. No máximo, nego desmaiando, vomitando à beira do gramado. Aí o massagista traz oxigênio, o cara pega um ar e beleza. É um absurdo essa cruzada contra os clubes da Cordilheira. Eles vivem lá! Se o Alasca virar um país, defendo que mande os jogos no meio do gelo. O adversário que se vire. Ou que espere a calota polar derreter!"
Voltando ao Fernando, perguntei se havia ido ao jogo: "Joguinho mixa, precinho absurdo. Os caras do Cartão Verde (TV Cultura) definiram bem: na final da Libertadores no Maracanã o ingresso custou R$ 50 e até cambista ganhou dinheiro. Quando o jogo é bom, as pessoas vão mesmo."
Depois a questão veio pra mim: "Quando será que vão rifar o Dunga?" Pensei na postura bovina de Robinho, Diego e cia. em campo, depois fiquei com pena do capitão do tetra, mas arrisquei: "No final do ano cai. Muricy assume. Não que aprove, mas a imprensa deve colocá-lo no posto".
"Antigamente jogador de futebol era menos fresco," comentou o carioca. "Antigamente jogador de futebol era apenas jogador de futebol," retruquei.
(foto: divulgação/cbf)
"Torci por um gol da Bolívia que não veio..." Começou assim a mensagem do amigo e jornalista carioca Fernando Neves, no dia seguinte ao empate da seleção de Dunga com a equipe do país de Evo. "Está provado que a culpa não é da altitude," brinca. Quando falou nisso, lembrei da coluna do Enrique Aznar, "o homem mais irado da cidade", na edição de abril da revista Placar: "Já vi jogador morrer em acidente de carro, ataque do coração, hérnia de disco, tiro, fome. Mas nunca por causa da altitude. Só se teve algum que se jogou de um prédio. No máximo, nego desmaiando, vomitando à beira do gramado. Aí o massagista traz oxigênio, o cara pega um ar e beleza. É um absurdo essa cruzada contra os clubes da Cordilheira. Eles vivem lá! Se o Alasca virar um país, defendo que mande os jogos no meio do gelo. O adversário que se vire. Ou que espere a calota polar derreter!"
Voltando ao Fernando, perguntei se havia ido ao jogo: "Joguinho mixa, precinho absurdo. Os caras do Cartão Verde (TV Cultura) definiram bem: na final da Libertadores no Maracanã o ingresso custou R$ 50 e até cambista ganhou dinheiro. Quando o jogo é bom, as pessoas vão mesmo."
Depois a questão veio pra mim: "Quando será que vão rifar o Dunga?" Pensei na postura bovina de Robinho, Diego e cia. em campo, depois fiquei com pena do capitão do tetra, mas arrisquei: "No final do ano cai. Muricy assume. Não que aprove, mas a imprensa deve colocá-lo no posto".
"Antigamente jogador de futebol era menos fresco," comentou o carioca. "Antigamente jogador de futebol era apenas jogador de futebol," retruquei.
(foto: divulgação/cbf)
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Gaúcho lá de Passo Fundo
Futsal: pivô Maurício Cebola conta sobre a quinta temporada no El Pozo Múrcia. Com contrato renovado por mais quatro anos, ele já pensa em defender a seleção... espanhola
Em entrevista de perfil para o jornal "La Verdad" de Múrcia, o tranqüilo Maurício disse que gostava das músicas de Teixeirinha. "Me trazem lembranças de casa e da família." Não é por acaso que alguns colegas de time o chamam pelo nome do cantor famoso. "Uma vez fomos cantar em um 'videokê' e a única música brasileira no arquivo era do Teixeirinha. Aí tive que cantar para o pessoal," confessa. O Cebola acabou ficando para os amigos de Passo Fundo. "Lá sou o Maurício."
De bem com a torcida, com a imprensa e com o time, Maurício falou para o mesmo jornal anterior que pretendia marcar 30 gols nesta temporada. E foram mais: 37 no total, sendo 30 na Liga Espanhola. Porém, ele trocaria a boa atuação durante o campeonato pelo título, que acabou ficando com o maior rival: o Boomerang Interviú, da capital Madri. Dois jogos, duas derrotas e o vice. Confira a entrevista com o único passo-fundense no forte futsal espanhol, atual bicampeão mundial.
O Nacional - Como foi esta última temporada no El Pozo?
Maurício - Fomos derrotados nas duas partidas que não podíamos perder. Foram 36 jogos, ganhamos 28, empatamos 6 e perdemos as duas finais, na melhor de três. Fomos derrotados em Múrcia 3 x 1 e em Madri perdemos por 8 x 5. Havíamos empatado com o Interviú na primeira fase.
O time deles é nosso maior rival: tem os brasileiros Schumacher, Marquinhos, Gabriel e Neto, quatro titulares da seleção, fora o Betão e o Bacaro, naturalizado italiano, ex-El Pozo. No nosso temos, além de mim, o Vinícius, irmão do Lenísio, o Wilde, que tem passaporte português, o Ciço e o Caio, que têm passaporte italiano, ex-APE, de brasileiros. O restante são todos da seleção espanhola. São dois estrangeiros - eu e o Ciço - e quatro comunitários por equipe. Agora inclusive sai meu passaporte espanhol, viro comunitário e abro uma vaga para estrangeiro.
Esse ano ganhamos a Copa da Espanha do Móstoles. Disputamos quatro finais: perdemos nos pênaltis a final da Liga dos Campeões da Europa para um time da Rússia, ninguém conhecia os caras, e perdemos a Supercopa e a Liga para o Interviú. Ano que vem participamos da Recopa.
ON - Você já foi convocado para seleção brasileira. Pode jogar pela espanhola?
Maurício - Foi apenas um amistoso em fevereiro no Eslovênia. Não vale para isso porque tem que ser um torneio Fifa. Foram dois contra a seleção principal e outro contra a sub-21. Joguei poucos minutos nos dois primeiros e no outro quase o tempo inteiro. Tive uma recepção muito boa do PC (técnico). De fora ele parece uma coisa, mas lá dentro é um excelente treinador. Espero ser convocado novamente, mas acho que ele não vai continuar depois do Mundial (outubro). Ele quer voltar para Espanha, porque treinador de seleção não tem o dia-a-dia. Se acontecer fica mais difícil pra mim. O PC me conhece porque foi ele que me indicou para o El Pozo. Ele treinava o Playas.
Meu passaporte espanhol podia ter saído há três anos. Tentamos primeiro o italiano, mas aconteceram alguns problemas com o agente que estava vendo isso. Mas até dezembro sai. Acho mais fácil ser convocado para seleção da Espanha que para o Brasil. Teria que abdicar da seleção brasileira. Penso todo dia nisso. Desde o meu primeiro jogo no time de cima do El Pozo, que foi a semifinal da Supercopa, o treinador da Espanha estava lá. Eu era desconhecido e ele já perguntou quem eu era. Quando fui convocado para o Brasil o nosso técnico ligou para o espanhol e contou. O treinador da Espanha disse que não poderia fazer nada, mas que quando pudesse me convocaria.
Antes de ser convocado para seleção brasileira eu pensava em defender a Espanha. Mas quando o Reinaldo, dirigente do Brasil, te liga dizendo que você está convocado pesa muito. Falar agora que não vai para seleção brasileira é fácil. Acho que só vou decidir na hora que for chamado mesmo. Na seleção espanhola são sempre dois brasileiros que a comissão técnica convoca então há chance.
ON - Você já vai para o sexto ano na Espanha. O mais difícil foi o primeiro?
Maurício - O primeiro ano foi ruim. Sempre quando você muda é complicado. Fiquei na equipe filial por três anos. Era para ter subido no segundo ano, mas com os problemas de passaporte tive que ficar. No quarto ano resolveram subir mesmo sendo estrangeiro. Sempre as duas vagas no time de cima são para jogadores de seleção, com mais nome. O treinador disse me queria, mas os dirigentes, a imprensa, caíram em cima dele. O time sempre chegando em finais, buscando títulos e ocupa a vaga de um estrangeiro com um jogador da série B, desconhecido. Um ano antes o Lenísio, que fazia 60 gols por temporada, tinha ido embora. Provei em quadra. Desde o primeiro jogo. Fui titular e fiz dois gols (semifinal e final da Supercopa). Na temporada não marquei muito, pois jogava poucos minutos. Mas na decisão contra o Interviú fiz quatro gols, sendo o do título em Múrcia.
Ficha Técnica:
Maurício "Cebola"
Nome: Maurício Guterres da Silva
Idade: 24 anos (06/12/1983)
Natural: Passo Fundo/RS
Posição: Pivô Número: 2
Clubes: APE, ACBF, El Pozo Múrcia/ESP
(Fotos: Arquivo Pessoal)
Entrevista realizada em junho, durante as férias do jogador em Passo Fundo. Neste mês, Maurício esteve na lista dos 21 pré-convocados pela seleção brasileira para a Copa do Mundo de Futsal deste ano. Mas na relação dos 14 que vão ao Mundial divulgada esta semana pelo técnico PC, o passo-fundense acabou ficando de fora, preterido por nomes mais experientes como Falcão e cia. Fica para o futuro...
Em entrevista de perfil para o jornal "La Verdad" de Múrcia, o tranqüilo Maurício disse que gostava das músicas de Teixeirinha. "Me trazem lembranças de casa e da família." Não é por acaso que alguns colegas de time o chamam pelo nome do cantor famoso. "Uma vez fomos cantar em um 'videokê' e a única música brasileira no arquivo era do Teixeirinha. Aí tive que cantar para o pessoal," confessa. O Cebola acabou ficando para os amigos de Passo Fundo. "Lá sou o Maurício."
De bem com a torcida, com a imprensa e com o time, Maurício falou para o mesmo jornal anterior que pretendia marcar 30 gols nesta temporada. E foram mais: 37 no total, sendo 30 na Liga Espanhola. Porém, ele trocaria a boa atuação durante o campeonato pelo título, que acabou ficando com o maior rival: o Boomerang Interviú, da capital Madri. Dois jogos, duas derrotas e o vice. Confira a entrevista com o único passo-fundense no forte futsal espanhol, atual bicampeão mundial.
O Nacional - Como foi esta última temporada no El Pozo?
Maurício - Fomos derrotados nas duas partidas que não podíamos perder. Foram 36 jogos, ganhamos 28, empatamos 6 e perdemos as duas finais, na melhor de três. Fomos derrotados em Múrcia 3 x 1 e em Madri perdemos por 8 x 5. Havíamos empatado com o Interviú na primeira fase.
O time deles é nosso maior rival: tem os brasileiros Schumacher, Marquinhos, Gabriel e Neto, quatro titulares da seleção, fora o Betão e o Bacaro, naturalizado italiano, ex-El Pozo. No nosso temos, além de mim, o Vinícius, irmão do Lenísio, o Wilde, que tem passaporte português, o Ciço e o Caio, que têm passaporte italiano, ex-APE, de brasileiros. O restante são todos da seleção espanhola. São dois estrangeiros - eu e o Ciço - e quatro comunitários por equipe. Agora inclusive sai meu passaporte espanhol, viro comunitário e abro uma vaga para estrangeiro.
Esse ano ganhamos a Copa da Espanha do Móstoles. Disputamos quatro finais: perdemos nos pênaltis a final da Liga dos Campeões da Europa para um time da Rússia, ninguém conhecia os caras, e perdemos a Supercopa e a Liga para o Interviú. Ano que vem participamos da Recopa.
ON - Você já foi convocado para seleção brasileira. Pode jogar pela espanhola?
Maurício - Foi apenas um amistoso em fevereiro no Eslovênia. Não vale para isso porque tem que ser um torneio Fifa. Foram dois contra a seleção principal e outro contra a sub-21. Joguei poucos minutos nos dois primeiros e no outro quase o tempo inteiro. Tive uma recepção muito boa do PC (técnico). De fora ele parece uma coisa, mas lá dentro é um excelente treinador. Espero ser convocado novamente, mas acho que ele não vai continuar depois do Mundial (outubro). Ele quer voltar para Espanha, porque treinador de seleção não tem o dia-a-dia. Se acontecer fica mais difícil pra mim. O PC me conhece porque foi ele que me indicou para o El Pozo. Ele treinava o Playas.
Meu passaporte espanhol podia ter saído há três anos. Tentamos primeiro o italiano, mas aconteceram alguns problemas com o agente que estava vendo isso. Mas até dezembro sai. Acho mais fácil ser convocado para seleção da Espanha que para o Brasil. Teria que abdicar da seleção brasileira. Penso todo dia nisso. Desde o meu primeiro jogo no time de cima do El Pozo, que foi a semifinal da Supercopa, o treinador da Espanha estava lá. Eu era desconhecido e ele já perguntou quem eu era. Quando fui convocado para o Brasil o nosso técnico ligou para o espanhol e contou. O treinador da Espanha disse que não poderia fazer nada, mas que quando pudesse me convocaria.
Antes de ser convocado para seleção brasileira eu pensava em defender a Espanha. Mas quando o Reinaldo, dirigente do Brasil, te liga dizendo que você está convocado pesa muito. Falar agora que não vai para seleção brasileira é fácil. Acho que só vou decidir na hora que for chamado mesmo. Na seleção espanhola são sempre dois brasileiros que a comissão técnica convoca então há chance.
ON - Você já vai para o sexto ano na Espanha. O mais difícil foi o primeiro?
Maurício - O primeiro ano foi ruim. Sempre quando você muda é complicado. Fiquei na equipe filial por três anos. Era para ter subido no segundo ano, mas com os problemas de passaporte tive que ficar. No quarto ano resolveram subir mesmo sendo estrangeiro. Sempre as duas vagas no time de cima são para jogadores de seleção, com mais nome. O treinador disse me queria, mas os dirigentes, a imprensa, caíram em cima dele. O time sempre chegando em finais, buscando títulos e ocupa a vaga de um estrangeiro com um jogador da série B, desconhecido. Um ano antes o Lenísio, que fazia 60 gols por temporada, tinha ido embora. Provei em quadra. Desde o primeiro jogo. Fui titular e fiz dois gols (semifinal e final da Supercopa). Na temporada não marquei muito, pois jogava poucos minutos. Mas na decisão contra o Interviú fiz quatro gols, sendo o do título em Múrcia.
Ficha Técnica:
Maurício "Cebola"
Nome: Maurício Guterres da Silva
Idade: 24 anos (06/12/1983)
Natural: Passo Fundo/RS
Posição: Pivô Número: 2
Clubes: APE, ACBF, El Pozo Múrcia/ESP
(Fotos: Arquivo Pessoal)
Entrevista realizada em junho, durante as férias do jogador em Passo Fundo. Neste mês, Maurício esteve na lista dos 21 pré-convocados pela seleção brasileira para a Copa do Mundo de Futsal deste ano. Mas na relação dos 14 que vão ao Mundial divulgada esta semana pelo técnico PC, o passo-fundense acabou ficando de fora, preterido por nomes mais experientes como Falcão e cia. Fica para o futuro...
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
ON # 055 - Frases da semana; Pitacos Lulistas; Ricci e Casagrande; Prioridade pessoal; El Chicano Ferreira; Rudimar Gudjohnsen; Italiano Baggio
Frases da semana
"Se ele gosta tanto, que vá morar na Argentina. Renuncie à presidência, vire cidadão argentino e concorra por lá. Quem sabe o Brasil não melhora um pouco..."
Do goleiro da seleção brasileira Júlio César, morador de Milão, na Itália (sorte a dele), chutando o balde contra Luiz Inácio Lula da Silva, sobre as declarações do presidente a respeito de Messi e Cia, e da indolência da seleção.
"Eu aprendi, desde pequeno, a pensar duas vezes antes de abrir a boca..."
Falou e disse o arqueiro da Internazionale. "Que beleza", diria Milton Leite.
Pitacos Lulistas
Essa não foi a primeira vez que o presidente Lula fez um comentário sobre a seleção e recebeu a resposta na mesma moeda. Em 2006, ao participar de uma videoconferência com o então técnico Carlos Alberto Parreira durante a Copa do Mundo da Alemanha, o político perguntou se Ronaldo "Fenômeno" estaria gordo.
A resposta do atacante, que não participou da conversa, veio pouco depois: "Todo mundo diz que ele (o presidente) bebe. Assim como é mentira que estou gordo, deve ser mentira que ele bebe pra caramba". Agora então: "Meu Deus, que beleza!"
Ricci e Casagrande
Cacau Ricci já sabe seu destino para 2009. O piloto vai formar dupla com Fábio Casagrande de Ferrari F430 da equipe Kessel Racing - campeã da GT3 Européia no ano passado. "Ele (Fábio) entrou na GT3 com um convite meu, já nos conhecemos há muito tempo e temos ótimas perspectivas de boa competitividade", falou Cacau.
Casagrande, que na temporada de estréia da categoria no Brasil correu com um Dodge Viper e esse ano participou apenas das duas primeiras etapas, está muito satisfeito com a nova parceria. "Sou fã do Ricci desde o kart e sempre quis correr ao lado dele. Aceitei na hora. Sei que vamos evoluir muito na temporada."
Prioridade pessoal
Marcos Daniel, número 2 do Brasil e tenista mais experiente do país, não deve disputar a repescagem mundial da Copa Davis contra a Croácia, no leste europeu. Apesar de convocado, Daniel deve pedir dispensa porque na semana seguinte ao torneio de seleções (no próximo final de semana) defende o título da etapa colombiana da Copa Petrobrás, em Bogotá. Seria importante para seleção por seu estilo flexível de jogo, mais adaptável ao dos tenistas croatas, mas sofreria com a quadra rápida, além de perder muito tempo de treino durante as viagens. Abre espaço para os jovens Thomaz Bellucci e Bruno Alves, que vem de boa fase.
El Chicano Ferreira
Ele que é ídolo no Atlas e no Toluca, e que mandava o amigo Zinha pro banco, foi mais uma vez maestro. "Que jogador diferenciado!", era o comentário recorrente fora de campo. Aos 38 anos, o "Véio" mostra que ainda tem bola pra gastar.
(Foto: Arquivo ON)
Rudimar Gudjohnsen
O impetuoso atacante da Santa Maria chegou meio desacreditado ao Vermelhão da Serra, mas aos poucos mostra, pelo menos, que tem estrela. Na capital infernizou a defesa do Zequinha no 2° tempo e ontem fez de costas o gol da vitória.
(Foto: Arquivo ON)
Italiano Baggio
Entre hoje e amanhã, o quarto-zagueiro Baggio, que estava no Ypiranga de Erechim, chega para reforçar o elenco tricolor. O experiente jogador, mais um campeão da Série B, está na melhor fase da carreira com mais de 30 anos.
(foto: Arquivo ON)
"Se ele gosta tanto, que vá morar na Argentina. Renuncie à presidência, vire cidadão argentino e concorra por lá. Quem sabe o Brasil não melhora um pouco..."
Do goleiro da seleção brasileira Júlio César, morador de Milão, na Itália (sorte a dele), chutando o balde contra Luiz Inácio Lula da Silva, sobre as declarações do presidente a respeito de Messi e Cia, e da indolência da seleção.
"Eu aprendi, desde pequeno, a pensar duas vezes antes de abrir a boca..."
Falou e disse o arqueiro da Internazionale. "Que beleza", diria Milton Leite.
Pitacos Lulistas
Essa não foi a primeira vez que o presidente Lula fez um comentário sobre a seleção e recebeu a resposta na mesma moeda. Em 2006, ao participar de uma videoconferência com o então técnico Carlos Alberto Parreira durante a Copa do Mundo da Alemanha, o político perguntou se Ronaldo "Fenômeno" estaria gordo.
A resposta do atacante, que não participou da conversa, veio pouco depois: "Todo mundo diz que ele (o presidente) bebe. Assim como é mentira que estou gordo, deve ser mentira que ele bebe pra caramba". Agora então: "Meu Deus, que beleza!"
Ricci e Casagrande
Cacau Ricci já sabe seu destino para 2009. O piloto vai formar dupla com Fábio Casagrande de Ferrari F430 da equipe Kessel Racing - campeã da GT3 Européia no ano passado. "Ele (Fábio) entrou na GT3 com um convite meu, já nos conhecemos há muito tempo e temos ótimas perspectivas de boa competitividade", falou Cacau.
Casagrande, que na temporada de estréia da categoria no Brasil correu com um Dodge Viper e esse ano participou apenas das duas primeiras etapas, está muito satisfeito com a nova parceria. "Sou fã do Ricci desde o kart e sempre quis correr ao lado dele. Aceitei na hora. Sei que vamos evoluir muito na temporada."
Prioridade pessoal
Marcos Daniel, número 2 do Brasil e tenista mais experiente do país, não deve disputar a repescagem mundial da Copa Davis contra a Croácia, no leste europeu. Apesar de convocado, Daniel deve pedir dispensa porque na semana seguinte ao torneio de seleções (no próximo final de semana) defende o título da etapa colombiana da Copa Petrobrás, em Bogotá. Seria importante para seleção por seu estilo flexível de jogo, mais adaptável ao dos tenistas croatas, mas sofreria com a quadra rápida, além de perder muito tempo de treino durante as viagens. Abre espaço para os jovens Thomaz Bellucci e Bruno Alves, que vem de boa fase.
El Chicano Ferreira
Ele que é ídolo no Atlas e no Toluca, e que mandava o amigo Zinha pro banco, foi mais uma vez maestro. "Que jogador diferenciado!", era o comentário recorrente fora de campo. Aos 38 anos, o "Véio" mostra que ainda tem bola pra gastar.
(Foto: Arquivo ON)
Rudimar Gudjohnsen
O impetuoso atacante da Santa Maria chegou meio desacreditado ao Vermelhão da Serra, mas aos poucos mostra, pelo menos, que tem estrela. Na capital infernizou a defesa do Zequinha no 2° tempo e ontem fez de costas o gol da vitória.
(Foto: Arquivo ON)
Italiano Baggio
Entre hoje e amanhã, o quarto-zagueiro Baggio, que estava no Ypiranga de Erechim, chega para reforçar o elenco tricolor. O experiente jogador, mais um campeão da Série B, está na melhor fase da carreira com mais de 30 anos.
(foto: Arquivo ON)
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Ele vai deixar saudade...
Gustavo: passo-fundense líder de uma das gerações mais vitoriosas do vôlei visita ON e fala da prata em Pequim, da ascensão do irmão Murilo, da trajetória e da despedida da seleção
O Nacional - Como foi lidar com o descrédito e a desconfiança antes das Olimpíadas?
Gustavo Endres - Até entre nós houve um pouco de medo. Tememos muito o que aconteceu, porque pegou a gente de surpresa, o time jogou mal e tomou 3 a 0 dos EUA. Ali sentimos um pouco. Após o jogo, todo mundo se reuniu e ficamos nos perguntando o que havia acontecido. Estávamos há uma semana das Olimpíadas. Ali fizemos um pacto de não deixar aquilo acontecer de novo, aquela forma como jogamos, perder ou ganhar faz parte do esporte, mas a gente ia ter que dar o máximo do começo ao fim, não só nos jogos, mas em cada treino. Ali foi um ponto de partida, mas sentimos muito.
ON - A equipe cresceu de rendimento ao longo dos jogos. Como foi isso até a final?
GE - Tirando o Egito, que é uma seleção bem abaixo, estreamos contra eles, fomos bem e ganhamos de 3 a 0, depois pegamos a Rússia logo de cara. Ali perdemos, mas pelo menos botando pra fora, jogando mal, mas vibrando, como o Brasil joga. Contra o Polônia, a partida era decisiva. Se perdêssemos, ia ser difícil. E ali fizemos nosso melhor jogo. Um 3 a 0 para cima da Polônia, que depois ganhou da Rússia. Ali a equipe deu uma guinada boa e começou a escalada até a final.
ON - Na final, você acha que a equipe perdeu o ouro naquele no segundo set?
GE - No primeiro set eles perderam, porque erraram bastante. Conseguimos ir bem e ganhar. Depois, no segundo, o técnico norte-americano colocou o Stanley direto no saque. Ele fez 6-0 e a equipe deu uma sentida. Não pensamos que perderíamos, mas sentimos que eles estavam no jogo. Aquele set já tinha acabado. Já era passado, até para eles. Tentamos buscar de qualquer jeito, terminamos até com diferença de dois ou três pontos, então o 6-0 e a gente quase anulou. Se tivesse começado 0-0, talvez tivesse sido diferente. Depois no terceiro também lutamos ponto a ponto, só que no final eles ganharam. No quarto a mesma coisa, estávamos sempre dois pontos na frente, aí eles deram uma seqüência e nos passaram. O Bernardo tentou de tudo, mudou todo mundo, colocou o Murilo de oposto, acho, inclusive, que até se ele jogasse no meio levantando iria bem naquele jogo. Perdemos...
ON - O que faltou para o ouro: mérito dos EUA, o Brasil não jogou o que podia ou os dois?
GE - Acho que tudo. Eles têm o jogo deles, sabíamos como eles jogam, e contra nós eles jogam diferente. Tínhamos ido pro jogo com o intuito de tentar anular isso, as principais jogadas deles: o Stanley, principal atacante deles, que joga muito com bola alta, e a bola rápida pra frente, com o meia e a bola de ponto. Como temos jogadores baixos, caso do Marcelinho, que tem o bloqueio muito baixo, tentávamos mudar sempre de posição, só que é difícil com o Ball - levantador que, na minha opinião, é o melhor do mundo -, conseguindo jogar em cima do Marcelo o tempo todo. Até no bloqueio fomos bem, paramos muitas bolas. Tentamos de tudo, forçar o saque, aí errávamos, mas sabíamos que aquele era o jogo deles, acho pra nós faltou um pouco de tudo, desde o passe até o ataque, principalmente, nos aspectos em que podíamos ter sido melhores.
ON - O segundo ouro era necessário para coroar essa trajetória de 13 anos na seleção brasileira?
GE - É claro que eu preferia o ouro. Para mim, seria maravilhoso. Mas óbvio que qualquer medalha não apagaria tudo o que conquistamos nos últimos sete anos: os dois mundiais, o ouro em Atenas, seis ligas mundiais, duas copas do mundo, outros tantos títulos que conquistamos. Isso não tem como apagar. Fechar com outro ouro seria o máximo. Acho que nenhuma outra seleção conseguiu isso. Mas não deu e a prata, para mim, está ótimo, pelo que a equipe apresentou. Ela deve ser valorizada de qualquer jeito. Chegamos à final e por detalhes perdemos, então é uma medalha, inclusive teve um momento que, depois do jogo, fomos dar uma entrevista e o Oscar passou por nós e falou: 'Vocês são machos pra c..., quem dera eu ter uma medalha de prata, eu fui para cinco olimpíadas e não ganhei nenhuma...'. Então aquilo deu um alento para o time naquele momento.
ON - É importante para você se retirar da seleção no auge (é melhor bloqueio do mundo há oito anos)?
GE - Prefiro sair no meu auge. Eu parando e não parando comigo. Eu continuar e não mostrar o mesmo vôlei que venho jogando todos esses anos. Isso eu tinha em mente. Por isso parei. Porque não sei se no ano que vem ou daqui a dois anos, vou estar apresentando o mesmo vôlei.
ON - Como é manter essa regularidade, porque se manter no topo é bem mais complicado...
GE - É muito treino. Treino atrás de treino. Ano após ano você tem que fazer sempre algo a mais, e eu sempre tentei isso. O Bernardo faz isso com o time todo. Acho que o grande mérito desse time sempre foi a cada ano não parar e fazer a mesma coisa, e sim buscar sempre algo a mais.
ON - Vai ser mais fácil para a nova geração lidar com a pressão de buscar novamente o topo?
GE - Agora os EUA são a referência para todas as equipes. Antes éramos nós. Agora são eles. Mas acho que a pressão será igual, por tudo que construímos nesses últimos sete anos. A pressão em cima desses garotos vai ser muito grande. Tentamos pedir para que isso não aconteça. Porque eles têm que ter a tranqüilidade de entrar em quadra e mostrar o melhor vôlei deles. Se tiver muita pressão, isso dificulta, porque é difícil você jovem dar o seu melhor sob pressão. Depois dos 30 anos isso até é uma motivação a mais. Então acho que se deve ter muito cuidado com esses jogadores, que são muito talentosos, mas ainda não têm a experiência, quer dizer, eles não têm ainda dois ou três anos jogando o tempo todo na seleção. Então é preciso ter cuidado e dar muita força pra eles.
ON - O Murilo foi um dos que mais sentiu a derrota, porque estava superpreparado para essa Olimpíada. Como você viu a participação dele nos jogos e vê o futuro dele na seleção.
GE - Acho que foi o melhor ano dele. Nunca o vi jogar desse jeito. Em todos jogos na Olimpíada que ele entrou, decidiu. Não é porque é meu irmão, mas foi melhor que o Giba e o Dante, sempre fez o time crescer, então esse é o ponto de partida para ele na seleção. Ele vai ser o líder dessa equipe. Com a minha parada, parece que o Giba vai operar o ombro no ano que vem e vai ficar de fora. Então ele será o ponto de apoio dos mais jovens e em quem vão se espelhar. Tenho muito orgulho de tudo que ele fez esse ano. É óbvio que ele sentiu, por ele estar nessas condições, por ter sido a primeira olimpíada dele, e ele queria muito esse ouro, como todos nós, mas para ele seria especial. Disse pra ele ficar tranqüilo que no ano que vem, com certeza, ele vai jogar do primeiro jogo até 2012, e vai ser 'o cara'.
ON - De todos esses anos na seleção, é possível resumir o que de mais importante você vai guardar?
GE - O que vou guardar de especial foi o sacrifício que esse grupo fez. O dia-a-dia, o caráter desses jogadores, o orgulho de ter feito parte desse time, de ter colocado o Brasil quase sempre no lugar mais alto do pódio. Isso vai ficar dentro de mim. Atenas foi especial pelo ouro, mas não vou desmerecer Pequim por nada. Pela experiência que tenho, uma medalha de prata é muita coisa. Mas o que vai ficar realmente guardado, inesquecível dentro de mim foi o dia-a-dia com aquele grupo.
ON - E o futuro agora sem a seleção. Como vai ser?
GE - Tenho um contrato de dois anos na Itália [Sisley Treviso] e pretendo cumprir um ano mais. Vamos ver se eles me liberam para voltar para o Brasil. Já são oito anos fora. Quero encerrar aqui, ganhando um título brasileiro que ainda não tenho, tenho dois italianos e nenhum aqui. Vai ser meu objetivo daqui para a frente. Também curtir os filhos e a nova academia e nosso terceiro filho.
(fotos: Caio Guatelli/Folha Imagem)
O Nacional - Como foi lidar com o descrédito e a desconfiança antes das Olimpíadas?
Gustavo Endres - Até entre nós houve um pouco de medo. Tememos muito o que aconteceu, porque pegou a gente de surpresa, o time jogou mal e tomou 3 a 0 dos EUA. Ali sentimos um pouco. Após o jogo, todo mundo se reuniu e ficamos nos perguntando o que havia acontecido. Estávamos há uma semana das Olimpíadas. Ali fizemos um pacto de não deixar aquilo acontecer de novo, aquela forma como jogamos, perder ou ganhar faz parte do esporte, mas a gente ia ter que dar o máximo do começo ao fim, não só nos jogos, mas em cada treino. Ali foi um ponto de partida, mas sentimos muito.
ON - A equipe cresceu de rendimento ao longo dos jogos. Como foi isso até a final?
GE - Tirando o Egito, que é uma seleção bem abaixo, estreamos contra eles, fomos bem e ganhamos de 3 a 0, depois pegamos a Rússia logo de cara. Ali perdemos, mas pelo menos botando pra fora, jogando mal, mas vibrando, como o Brasil joga. Contra o Polônia, a partida era decisiva. Se perdêssemos, ia ser difícil. E ali fizemos nosso melhor jogo. Um 3 a 0 para cima da Polônia, que depois ganhou da Rússia. Ali a equipe deu uma guinada boa e começou a escalada até a final.
ON - Na final, você acha que a equipe perdeu o ouro naquele no segundo set?
GE - No primeiro set eles perderam, porque erraram bastante. Conseguimos ir bem e ganhar. Depois, no segundo, o técnico norte-americano colocou o Stanley direto no saque. Ele fez 6-0 e a equipe deu uma sentida. Não pensamos que perderíamos, mas sentimos que eles estavam no jogo. Aquele set já tinha acabado. Já era passado, até para eles. Tentamos buscar de qualquer jeito, terminamos até com diferença de dois ou três pontos, então o 6-0 e a gente quase anulou. Se tivesse começado 0-0, talvez tivesse sido diferente. Depois no terceiro também lutamos ponto a ponto, só que no final eles ganharam. No quarto a mesma coisa, estávamos sempre dois pontos na frente, aí eles deram uma seqüência e nos passaram. O Bernardo tentou de tudo, mudou todo mundo, colocou o Murilo de oposto, acho, inclusive, que até se ele jogasse no meio levantando iria bem naquele jogo. Perdemos...
ON - O que faltou para o ouro: mérito dos EUA, o Brasil não jogou o que podia ou os dois?
GE - Acho que tudo. Eles têm o jogo deles, sabíamos como eles jogam, e contra nós eles jogam diferente. Tínhamos ido pro jogo com o intuito de tentar anular isso, as principais jogadas deles: o Stanley, principal atacante deles, que joga muito com bola alta, e a bola rápida pra frente, com o meia e a bola de ponto. Como temos jogadores baixos, caso do Marcelinho, que tem o bloqueio muito baixo, tentávamos mudar sempre de posição, só que é difícil com o Ball - levantador que, na minha opinião, é o melhor do mundo -, conseguindo jogar em cima do Marcelo o tempo todo. Até no bloqueio fomos bem, paramos muitas bolas. Tentamos de tudo, forçar o saque, aí errávamos, mas sabíamos que aquele era o jogo deles, acho pra nós faltou um pouco de tudo, desde o passe até o ataque, principalmente, nos aspectos em que podíamos ter sido melhores.
ON - O segundo ouro era necessário para coroar essa trajetória de 13 anos na seleção brasileira?
GE - É claro que eu preferia o ouro. Para mim, seria maravilhoso. Mas óbvio que qualquer medalha não apagaria tudo o que conquistamos nos últimos sete anos: os dois mundiais, o ouro em Atenas, seis ligas mundiais, duas copas do mundo, outros tantos títulos que conquistamos. Isso não tem como apagar. Fechar com outro ouro seria o máximo. Acho que nenhuma outra seleção conseguiu isso. Mas não deu e a prata, para mim, está ótimo, pelo que a equipe apresentou. Ela deve ser valorizada de qualquer jeito. Chegamos à final e por detalhes perdemos, então é uma medalha, inclusive teve um momento que, depois do jogo, fomos dar uma entrevista e o Oscar passou por nós e falou: 'Vocês são machos pra c..., quem dera eu ter uma medalha de prata, eu fui para cinco olimpíadas e não ganhei nenhuma...'. Então aquilo deu um alento para o time naquele momento.
ON - É importante para você se retirar da seleção no auge (é melhor bloqueio do mundo há oito anos)?
GE - Prefiro sair no meu auge. Eu parando e não parando comigo. Eu continuar e não mostrar o mesmo vôlei que venho jogando todos esses anos. Isso eu tinha em mente. Por isso parei. Porque não sei se no ano que vem ou daqui a dois anos, vou estar apresentando o mesmo vôlei.
ON - Como é manter essa regularidade, porque se manter no topo é bem mais complicado...
GE - É muito treino. Treino atrás de treino. Ano após ano você tem que fazer sempre algo a mais, e eu sempre tentei isso. O Bernardo faz isso com o time todo. Acho que o grande mérito desse time sempre foi a cada ano não parar e fazer a mesma coisa, e sim buscar sempre algo a mais.
ON - Vai ser mais fácil para a nova geração lidar com a pressão de buscar novamente o topo?
GE - Agora os EUA são a referência para todas as equipes. Antes éramos nós. Agora são eles. Mas acho que a pressão será igual, por tudo que construímos nesses últimos sete anos. A pressão em cima desses garotos vai ser muito grande. Tentamos pedir para que isso não aconteça. Porque eles têm que ter a tranqüilidade de entrar em quadra e mostrar o melhor vôlei deles. Se tiver muita pressão, isso dificulta, porque é difícil você jovem dar o seu melhor sob pressão. Depois dos 30 anos isso até é uma motivação a mais. Então acho que se deve ter muito cuidado com esses jogadores, que são muito talentosos, mas ainda não têm a experiência, quer dizer, eles não têm ainda dois ou três anos jogando o tempo todo na seleção. Então é preciso ter cuidado e dar muita força pra eles.
ON - O Murilo foi um dos que mais sentiu a derrota, porque estava superpreparado para essa Olimpíada. Como você viu a participação dele nos jogos e vê o futuro dele na seleção.
GE - Acho que foi o melhor ano dele. Nunca o vi jogar desse jeito. Em todos jogos na Olimpíada que ele entrou, decidiu. Não é porque é meu irmão, mas foi melhor que o Giba e o Dante, sempre fez o time crescer, então esse é o ponto de partida para ele na seleção. Ele vai ser o líder dessa equipe. Com a minha parada, parece que o Giba vai operar o ombro no ano que vem e vai ficar de fora. Então ele será o ponto de apoio dos mais jovens e em quem vão se espelhar. Tenho muito orgulho de tudo que ele fez esse ano. É óbvio que ele sentiu, por ele estar nessas condições, por ter sido a primeira olimpíada dele, e ele queria muito esse ouro, como todos nós, mas para ele seria especial. Disse pra ele ficar tranqüilo que no ano que vem, com certeza, ele vai jogar do primeiro jogo até 2012, e vai ser 'o cara'.
ON - De todos esses anos na seleção, é possível resumir o que de mais importante você vai guardar?
GE - O que vou guardar de especial foi o sacrifício que esse grupo fez. O dia-a-dia, o caráter desses jogadores, o orgulho de ter feito parte desse time, de ter colocado o Brasil quase sempre no lugar mais alto do pódio. Isso vai ficar dentro de mim. Atenas foi especial pelo ouro, mas não vou desmerecer Pequim por nada. Pela experiência que tenho, uma medalha de prata é muita coisa. Mas o que vai ficar realmente guardado, inesquecível dentro de mim foi o dia-a-dia com aquele grupo.
ON - E o futuro agora sem a seleção. Como vai ser?
GE - Tenho um contrato de dois anos na Itália [Sisley Treviso] e pretendo cumprir um ano mais. Vamos ver se eles me liberam para voltar para o Brasil. Já são oito anos fora. Quero encerrar aqui, ganhando um título brasileiro que ainda não tenho, tenho dois italianos e nenhum aqui. Vai ser meu objetivo daqui para a frente. Também curtir os filhos e a nova academia e nosso terceiro filho.
(fotos: Caio Guatelli/Folha Imagem)
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
ON # 054 - Frases da semana; A despedida; A continuidade; Gre-Nal dos contentes; Cartelão Passo Fundo
Frases da semana
"Acho que foi o melhor ano dele. Nunca o vi jogar desse jeito. Em todos jogos na Olimpíada que ele entrou, decidiu. Não é porque é meu irmão, mas foi melhor que o Giba e o Dante, sempre fez o time crescer, então esse é o ponto de partida para ele na seleção. Ele vai ser o líder dessa equipe."
Do meio-de-rede Gustavo sobre a primeira participação olímpica do irmão Murilo.
"Ele estava sempre disposto, superava a dor, nunca pedia para sair do treino. Quero que esse espírito trabalhador se mantenha porque além da personalidade era isso pela qual todo mundo o respeitava. Ele nunca desistiu e foi recompensado por isso, sendo um dos maiores do nosso vôlei."
Do ponta Murilo sobre a última participação na seleção de vôlei do irmão Gustavo.
A despedida
Gustavo não vai deixar saudade só para o vôlei brasileiro. Além de melhor do mundo há oito anos na posição, o verdadeiro "dono-da-rede" é um exemplo de liderança em uma equipe de trabalho. Além da seriedade que demonstra - quem vê de fora pode achá-lo discreto, até tímido - quem o conhece percebe logo que se trata de um fanfarrão. Essa mentalidade trabalhadora e brincalhona, tudo no seu tempo, que o recompensam com uma despedida da seleção como melhor bloqueio das Olimpíadas, e com uma legião de fãs como pode ser visto no www.fotolog.com/gustavo13
A continuidade
Murilo tem o exemplo do irmão: do atleta e do líder. Mas vem mostrando ao longo do período que freqüenta a seleção, e especialmente em Pequim, que não quer ser apenas o irmão do Gustavo. Obstinado e no melhor ano da carreira, ele se preparou como nunca para a sua estréia olímpica. É o que mais sente a derrota para os Estados Unidos. Mas não deve esmorecer. Suas atuações o colocam definitivamente na posição de sucessor da geração mais vitoriosa do vôlei brasileiro. Nada de pressão. Com uma tranqüilidade zen Murilo encara tudo com a naturalidade dos líderes natos.
(fotos: divulgação/fivb)
Gre-Nal dos contentes
A dupla fez o jogo do contente no clássico da Sul-Americana. Ironicamente, os dirigentes gremistas comemoraram a desclassificação para manter o foco total no Brasileirão, onde lideram com folga e mais, estão com aquela sorte dos campeões, que acompanhou o clube na dourada década de 1990. Do outro lado, os colorados puderam sustentar a máxima de que o time pode estar na pior, mas não perde para o arqui-rival, além de valorizar uma competição que nenhum clube brasileiro tem, e que pode, em contrapartida ao desprezo de alguns times, premiar o campeão com vaga na Libertadores.
Cartelão Passo Fundo
O Nacional segue sorteado ingressos para os jogos do Tricolor no estádio Vermelhão da Serra. No sábado, às 15h, o Passo Fundo recebe o Juventude, que vem com uma equipe de juniores. Uma boa oportunidade para emplacar a segunda vitória seguida na competição. Com o ingresso o torcedor concorre no final do ano ao sorteio de um Ford Ka, uma Bis 125, uma TV 42'', um notebook e um microsystem. Para concorrer aos ingressos mande um e-mail para esportes@onacional.com.br. Todas as informações sobre a vitória sobre o São José, em Porto Alegre, você confere nesta edição.
"Acho que foi o melhor ano dele. Nunca o vi jogar desse jeito. Em todos jogos na Olimpíada que ele entrou, decidiu. Não é porque é meu irmão, mas foi melhor que o Giba e o Dante, sempre fez o time crescer, então esse é o ponto de partida para ele na seleção. Ele vai ser o líder dessa equipe."
Do meio-de-rede Gustavo sobre a primeira participação olímpica do irmão Murilo.
"Ele estava sempre disposto, superava a dor, nunca pedia para sair do treino. Quero que esse espírito trabalhador se mantenha porque além da personalidade era isso pela qual todo mundo o respeitava. Ele nunca desistiu e foi recompensado por isso, sendo um dos maiores do nosso vôlei."
Do ponta Murilo sobre a última participação na seleção de vôlei do irmão Gustavo.
A despedida
Gustavo não vai deixar saudade só para o vôlei brasileiro. Além de melhor do mundo há oito anos na posição, o verdadeiro "dono-da-rede" é um exemplo de liderança em uma equipe de trabalho. Além da seriedade que demonstra - quem vê de fora pode achá-lo discreto, até tímido - quem o conhece percebe logo que se trata de um fanfarrão. Essa mentalidade trabalhadora e brincalhona, tudo no seu tempo, que o recompensam com uma despedida da seleção como melhor bloqueio das Olimpíadas, e com uma legião de fãs como pode ser visto no www.fotolog.com/gustavo13
A continuidade
Murilo tem o exemplo do irmão: do atleta e do líder. Mas vem mostrando ao longo do período que freqüenta a seleção, e especialmente em Pequim, que não quer ser apenas o irmão do Gustavo. Obstinado e no melhor ano da carreira, ele se preparou como nunca para a sua estréia olímpica. É o que mais sente a derrota para os Estados Unidos. Mas não deve esmorecer. Suas atuações o colocam definitivamente na posição de sucessor da geração mais vitoriosa do vôlei brasileiro. Nada de pressão. Com uma tranqüilidade zen Murilo encara tudo com a naturalidade dos líderes natos.
(fotos: divulgação/fivb)
Gre-Nal dos contentes
A dupla fez o jogo do contente no clássico da Sul-Americana. Ironicamente, os dirigentes gremistas comemoraram a desclassificação para manter o foco total no Brasileirão, onde lideram com folga e mais, estão com aquela sorte dos campeões, que acompanhou o clube na dourada década de 1990. Do outro lado, os colorados puderam sustentar a máxima de que o time pode estar na pior, mas não perde para o arqui-rival, além de valorizar uma competição que nenhum clube brasileiro tem, e que pode, em contrapartida ao desprezo de alguns times, premiar o campeão com vaga na Libertadores.
Cartelão Passo Fundo
O Nacional segue sorteado ingressos para os jogos do Tricolor no estádio Vermelhão da Serra. No sábado, às 15h, o Passo Fundo recebe o Juventude, que vem com uma equipe de juniores. Uma boa oportunidade para emplacar a segunda vitória seguida na competição. Com o ingresso o torcedor concorre no final do ano ao sorteio de um Ford Ka, uma Bis 125, uma TV 42'', um notebook e um microsystem. Para concorrer aos ingressos mande um e-mail para esportes@onacional.com.br. Todas as informações sobre a vitória sobre o São José, em Porto Alegre, você confere nesta edição.
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